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novembro

Só Para Pensar – Sergio Trombelli

Coluna Só Para Pensar destaca A Lei do Trabalho

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No evangelho de João, capítulo 5, versículo 17, Cristo diz “Meu pai trabalha até hoje e eu trabalho também”.

Isto nos dá a real dimensão do que o trabalho representa para as pessoas e para o mundo como um todo. Tudo o que o ser humano conseguiu edificar até hoje, desde quando, fatidicamente, fomos expulsos do paraíso, foi com o suor do trabalho.

“Em tudo está a força do trabalho, estendendo ao infinito”, afirma José Lázaro Boberg, e esse infinito é o que vemos acontecer todos os dias, quando com inteligência e arte o ser humano trabalha pela edificação de um mundo melhor. A Ética, a Ciência e a capacidade de ir além, sempre criando, inovando, ou melhorando o que existe é a prova disto: o ser humano é capaz de conquistar o infinito.

Por isso, o trabalho é mais uma das Leis Naturais de Deus. E ele é obrigatório porque recompensa o ser humano pelo esforço empregado. No fundo todo trabalho, desde que seja útil, é bom, mas veja: desde que seja útil.

Contudo, o que trazem os verbetes dos dicionários sobre a palavra “útil” é : “benéfico, proveitoso, proficiente, produtivo”. E mais, o que é uma pessoa útil? E o dicionário responde: “que tem préstimo, que satisfaz uma necessidade”.

Em suma, o trabalho tem que satisfazer necessidades, quais? Todas dos seres humanos, principalmente, além de que animais e natureza exigem também a mesma necessidade quanto a utilidade que o trabalho deve proporcionar.

Antigamente, o trabalho era somente feito pelos escravos e serviçais. Nobres, “cavalheiros”, jamais trabalhavam – era vergonhoso. Mas aos poucos, passou a ser uma atividade humana engrandecedora, não mais uma vergonha para quem o praticava, nem um peso, um castigo.

Desta forma, o trabalho ficou ligado ao progresso individual das pessoas com a crescente influência e importância da burguesia, uma classe de cidadãos que era composta não de escravos, nem de clérigos e nem de nobres, mas que tinha riqueza. Com o tempo, se tornou famoso o ditado: “O trabalho dignifica o homem”

Emmanuel nos alerta que existem em nosso globo o trabalho remunerado e o trabalho-abnegação. Com o primeiro, o homem modifica o meio, transforma o habitat, cria as condições de conforto e subsistência.

Com o outro, do qual não decorre pagamento nem permuta alguma, o homem modifica a si mesmo e cresce no sentido moral e espiritual.

Na Epístola de Tiago, 2:18, lemos: “Mas dirá alguém: tu tens fé, e eu tenho obras, mostra-me tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. O que significa dizer que cada vez mais é fundamental trabalhar.

Afinal, “Somos herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio em milênio. Não há favoritismo no Templo Universal do Eterno, e todas as forças de Criação aperfeiçoam-se ao infinito”, diz André Luiz.

Contudo, daquele velho ditado “O trabalho dignifica o homem”, as coisas foram mudando e como que num passe de mágica, o inverso passou a ser verdadeiro: “O homem dignifica o trabalho”.

O que isso significa? É simples. Os seres humanos, ao se revestirem de trabalho se esquecem que estão trabalhando para a grandeza do próprio trabalho, para a realização daquilo que é útil, que satisfaz uma necessidade, na maioria das vezes, uma necessidade que não é a sua pessoal. Quem age assim traz grandeza ao trabalho que executa.

O agricultor não planta só para si, o operário da fábrica produz para todos, o médico cuida do doente, o professor ensina as pessoas, e todas essas necessidades preenchidas pelo trabalho pessoal não são feitas por alguém pensando em si próprio.

Nem sempre vemos isso, principalmente em determinados atores do mundo político, onde, em muitos momentos, o trabalho de cada um acontece para seus próprios interesses e necessidades particulares e não para as necessidades coletivas, que é a finalidade da política.

A CPI tem mostrado isso. Enquanto os brasileiros morriam, outros brasileiros pensavam na enganação, no calote de vacinas, na apropriação do dinheiro público.

Um dos senadores da CPI citou com propriedade o que o Livro dos Espíritos ensina na questão 642: “É preciso que [o ser humano] faça o bem no limite de suas forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer”, isto é, a necessidade de se praticar o bem não é apenas fugir do mal.

A vida é bem maior do que seus próprios interesses. Não basta trabalhar, é preciso dar dignidade ao trabalho que se faz.

Sérgio Motti Trombelli é professor universitário
Pós Graduado em Comunicação e palestrante

Foto: Reprodução

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