Só Para Pensar – Sergio Trombelli
Coluna Só Para Pensar discute a conservação e o meio
O instinto de conservação é uma lei da Natureza, diz Allan Kardec.
A Mãe Terra, como chamamos este planeta, tem uma missão importantíssima, a de servir a todos. Ela produz o necessário, daí ser preciso conservá-la/preservá-la, e não só, o ser humano deveria se preocupar mais com o essencial, mas não é isso que ocorre.
O sonho da aquisição e acumulação do supérfluo, ter aquilo que não se possui, ficar encantado com a mídia e as propagandas que incentivam o consumo desenfreado, é a forma de ser do mundo contemporâneo.
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Isto não é totalmente errado, afinal é o nosso tempo. Contudo, é o ser não saber dosar sua fúria consumista para uma melhor conservação e preservação da Terra, a fim de nunca lhe faltar a subsistência. Por isso, temos responsabilidades com o meio.
Às vezes nos passa desapercebido, mas a rigor tudo vem deste mundo que nos foi dado pelo Criador. Da rocha ferrosa, produzimos o ferro; da madeira, produzimos móveis, casas, utensílios; de muitos animais nos alimentamos; a água, engarrafamos, encanamos para o conforto do lar, enfim, da Terra criada por Deus é que tudo se origina desde que o mundo é mundo.
Só que a produção de bens, se supérfluos, e o estímulo ao consumo sem limites, geraram necessidades artificiais, das quais o ser humano não consegue se desvencilhar tão facilmente e sempre querer mais, isto é, “acumular para si”.
Assim, vivemos na sociedade do ter, na qual disciplinar o consumo desvairado é importante para bem tratar a natureza, além de ser um investimento na vida material e espiritual. “A riqueza que não produz é nociva, material e espiritualmente”, nos diz o rabino Nilton Bonder.
Todas as formas de agressividade à natureza, a busca do lucro fácil, a falta de amor ao próximo para só ganhar mais, são expedientes que nos mostram como o ser humano pode se tornar o pior inimigo de si mesmo, não preservando aquilo que lhe foi “dado” desde o Genesis. O homem é o predador do homem.
Vivemos numa sociedade justa ou injusta, equilibrada ou não, depredada ou estruturada, sempre de acordo com o que fizemos no passado. Assim, o que estamos fazendo agora terá consequências no amanhã – embora já estejamos começando a ver drasticamente alguns resultados de nossa incúria com a conservação/preservação da vida das pessoas e do mundo.
De acordo com a pesquisa Reduction in Life Expectancy in Brazil after covid-19 (Redução da expectativa de vida no Brasil após Covid-19), o número de mortes pelo coronavírus fez a vida estimada da população brasileira cair de 76,74 anos para 74,96.
Em suma, são dados e considerações sobre o que estamos falando. A preocupação em conservar, preservar a vida, seja dos seres ou da terra em si é obrigação de todos, contudo, deve ser meta e preocupação maior ainda das pessoas que comandam a vida dos demais: os líderes políticos.
[…] Em todas as épocas, a sociedade humana é o filtro gigantesco do espírito, em que as almas, nos fios da experiência, na abastança ou na miséria, na direção ou na subalternidade, colhem os frutos da plantação que lhes é própria, retardando o passo na planície vulgar ou acelerando-o para os cismos da vida, em obediência aos ditames da evolução, diz Emmanuel, em Pensamento e Vida.
Assim, há preocupações maiores do que a eleição de 2022 a se considerar no dia a dia do Executivo, do Legislativo e do Judiciário de Brasília. E tem mais: a mídia precisa deixar de aceitar ser pautada pelos players políticos apenas e fazer uma nova pauta, que pode interessar mais a população do que cartas de apaziguamento entre os poderes da nação, quando a constituição já nos disse desde 1988, que isto é obrigação dos poderes constituídos.
Claro que a vida política interessa, mas a sobrevivência deveria ser também tema de interesse geral de todos. Parar o país com caminhões não levam a nada de proveitoso para a conservação e preservação da espécie humana porque penaliza o ser em vez de cuidar dele.
O Brasil precisa de conservadores/preservadores das coisas materiais e espirituais que nos afetam diariamente; precisa ser capaz de entender e selecionar o que de fato é real para nós agora e no futuro.
Conservar é uma questão de preservação do que a vida nos deu até hoje para que tivéssemos este país maravilhoso, de crença em Deus e seus ensinamentos, e de belezas e riquezas imensas. Somos um povo trabalhador, simples, forte, que deseja apenas ter uma vida mais justa e melhor a cada dia, e é em busca disso, a cada dia, que o brasileiro e a brasileira deixam o seu suor no trabalho que produção a riqueza nacional.
Nosso país, pode ter um futuro brilhante, ou não. Depende da ação humana correta. Se não houver espiritualidade e inteligência para as escolhas corretas, que conservam/preservam o mundo que temos, estaremos dando um passinho a frente e dois atrás. No mundo de hoje, aliás, como em todos os tempos, isso é regredir. Você quer? Eu não.
Então só para pensar: sem conservar, preservar aquilo que temos hoje, não seremos nada no amanhã.
Sérgio Motti Trombelli é professor universitário
Pós Graduado em Comunicação e palestrante
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