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Charles Tang - CCIBCnovembro

Só Para Pensar – Sergio Trombelli

Nuvens negras à frente – Só Para Pensar

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Charles Tang - CCIBC

Charles Tang - CCIBC

 

“Se tem negócio suspenso por causa das posições do governo sobre a China? Vou responder dando um exemplo. O mundo inteiro está correndo para ajudar a Índia. A China mandou milhões de vacinas para a Índia. A China não está correndo para ajudar o Brasil. Por que ajudou a Índia e não o Brasil?”
Charles Tang, presidente da CCIBC – Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China.

 

O atraso no envio de insumos chineses para a produção de vacinas aqui no Brasil, como ocorreu tempos atrás, pode não ser o único impacto negativo para o nosso país, após todas aquelas críticas do planalto à China.

Os comentários agressivos contra os chineses também podem atrapalhar a entrada de investimentos novos para setores como os de energia, transportes e tecnologia, dizem os executivos que fazem intermediação dessas transações. A China é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil, o país que mais compra produtos brasileiros.

— Leia também: As cadeiras que podemos conquistar – Só Para Pensar

Ademais, os chineses estão na lista de nossos principais investidores estrangeiros nos setores de infraestrutura, área em que a economia brasileira precisa de muito apoio.

Falar bravatas tem um risco altíssimo, o que faz muitos bravateiros se darem mal, pois, se elas tiverem que ser levadas à cabo, e não poder manter o que se disse, o que sobra é “colocar o rabo entre as pernas”, como se diz por aí, e curtir a vergonha da sua impotência.

Num país sem autossuficiência em medicamentos e vacinas, sem independência econômica, precisando de investimentos externos, sem liberdade de se impor na comercialização de seus produtos, abrir “guerra” contra seu maior parceiro econômico, não é um ato de soberania, é burrice.

Para se ter uma ideia, o Brasil vende para a China, se relacionarmos somente os 10 produtos mais comercializados: soja, óleos brutos de petróleo, minérios de ferro e seus concentrados, celulose, carne de frango, carne bovina, ferro-liga, algodão em bruto, carne de suíno congelada, fresca ou refrigerada e minério de cobre e seus concentrados.

Em 2019, o Brasil Exportou para a China o valor total de US$ 62,87 bilhões; em 2020 houve uma queda, por conta da pandemia, mas os valores ainda foram expressivos. Será que estamos prontos para abrir mão de tudo isso?

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Durante um certo tempo, xiitas do planalto resolveram combater a China, para, literalmente “puxar o saco de Trump”. Mas ele se foi, nos deixando vergonhosamente com o “saco” na mão, e teríamos que “engolir os sapos que falamos”, se quiséssemos apaziguar ânimos e manter receitas internacionais. Mas não foi isso que aconteceu, infelizmente.

Ainda mais agora que a CPI está fazendo replay de entrevistas de todas as besteiras que o planalto e seus entes mais importantes falaram sobre a China. Some-se isto à afirmação do senhor Charles Tang em epígrafe nesta matéria, e teremos pistas das nuvens turbulentas que nos aguardam.

Como se viu, não são apenas os insumos de vacinas, os quais, se faltarem, vão inviabilizar totalmente o Plano Nacional de Imunização (PNI), e prejudicar o povo brasileiro. O embaixador da China no Brasil, em “live” com governadores, prometeu liberar insumos para o Butantan e a Fiocruz, o que de fato fez, mas não foi uma promessa de regularização de envio e como o planalto está “moderado’ em suas bravatas inúteis, há uma certa constante de remessas. Mas a continuidade depende do bom comportamento de Brasília.

De outra parte, se não se mantiver a “boca fechada sobre a China”, serão nossas receitas comerciais no exterior que estarão sob risco e o desemprego aumentará muito mais.

Some-se a isso que o conceito do Brasil no exterior é o pior de nossa história. Há duas semanas, fomos capa vergonhosa na revista inglesa The Economist, de circulação mundial, com o Cristo Redentor de braços abertos recebendo oxigênio com uma máscara hospitalar.

Já foi noticiado pela imprensa internacional que figuramos entre os piores na lista dentre os países considerados democráticos e viáveis do mundo e isto espanta investidores.

Assim, é bom mudar o tom se houver uma mínima inteligência no nosso relacionamento internacional, porque os empresários brasileiros estão começando a temer o amanhã e isso traz turbulências econômicas e políticas.

Aliás, se não me falha a memória, não é neste amanhã que vai estar a disputa eleitoral de 22? Xiii….

Sérgio Motti Trombelli é professor universitário,
Pós Graduado em Comunicação e Palestrante

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