Só Para Pensar – Sergio Trombelli
O assunto é CPI – Coluna Só Para Pensar
O assunto é CPI. Liga-se a TV e lá está ela ao vivo. Liga-se mais tarde, lá está ela em reprise, em comentários e análises políticas. Existe um exército de analistas. Todos são gurus de momento que levantam possibilidades de todas as coisas possíveis ou não que a CPI irá mostrar, acusar, culpabilizar.
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Governo e oposição se digladiam nas perguntas, se atentam às minúcias, se ofendem mutuamente, enfim, não é uma ação parlamentar apenas, é um espetáculo. No começo, a sensação que tínhamos era a de todas as CPIs, – terminar em pizza.
Em muitos momentos parecia um BBB político, cheio de POP STARS, um teatro de vaidades que interessava mais aos atores do que aos espectadores, o que faria corar Shakespeare: ser ou não ser, fui eu ou não fui, fiz ou não fiz, incompetente ou competente, vagabundo sou eu ou você, presidente ou governadores, ou vai ou racha, é agora ou nunca!!! Salvando alguns entrevistados, os demais atores do palco estiveram mais para a chanchada.
Contudo, havia apenas um foco: a cloroquina. A questão, entretanto, não era só cloroquina. Aí, adentrou-se no âmbito da vacinação, e repentinamente, surgiu o follow the Money. Como uma branca de neve adormecida, a CPI recebeu o beijo do príncipe encantado e começou a “seguir o dinheiro”, com mais intensidade, o que deveria ter sido desde o início.
E eis que ele foi achado. A sessão do dia 25 de junho foi uma das mais inusitadas em qualquer CPI. O embate dos governistas para desqualificar os irmãos Miranda criou um tumulto generalizado, que se não fosse pelo presidente, o senador Omar Aziz – o melhor personagem da CPI – com certeza não se chegaria a lugar nenhum.
Contudo, o resultado daquele dia foi uma bomba no colo do governo central. E isso se deveu à senadora Simone Tebet, uma espetacular senadora pela sua competência, oratória e conhecimento das coisas que estão erradas no nosso país.
Com o jeitinho feminino ela convenceu o deputado Luís Miranda, um dos depoentes, a confessar o nome que o presidente havia dito: justamente o líder do governo na Câmara Federal, Ricardo Barros, e agora, para usar uma expressão brasileiríssima e conhecida em no nosso país” a jurupoca vai piar “.
É cedo para se sabe até onde vai a responsabilidade do presidente na questão, mas, dependendo das próximas convocações o canto da jurupoca pode ser estridente e de longo alcance.
E, por pura ironia, se algo irá abalar a presidência, o estímulo para este tremor de credibilidade terá vindo justamente do Centrão, com quem o presidente fez um acordo que descaracterizou seu governo.
É esperar e acompanhar para ver.
Sou a favor de que se descubra a verdade. Inclusive, duvido que existam pessoas contra isso. Tenho fé de que os senhores senadores cheguem a um desiderato positivo e possamos saber quem foram os culpados de tamanha mortandade, e sejam quem forem os culpados, a justiça deverá ser feita.
Seria inaceitável que fosse diferente disso.
Sérgio Motti Trombelli é professor universitário,
Pós Graduado em Comunicação e Palestrante.
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