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novembro

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“Unity”

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Logo após a eleição do Presidente Biden, enquanto ele passava com destino à Casa Branca, a repórter da GloboNews, num furo jornalístico, gritou para o presidente perguntando qual o caminho doravante para os EUA, e ele, que não estava dando entrevistas a ninguém, respondeu “Unity”.

Confesso que quando vi a cena, não dei a devida importância ao pensamento dele, mas hoje, depois deste 2021 lamentável, fico pensando se não seria de fato a “união”, que nós, brasileiros, devêssemos buscar também.

 — Leia também: Brasil, país do futuro. De novo?

União é muito mais do que estar junto, ou perto, ou enturmado com alguém ou muitos. Os dicionários, brasileiros e de demais línguas pelo mundo todo, em seus verbetes nos dizem que união significa unidade, harmonia, associação, ligação, vínculo, obrigação, concordância, entre outros.

Estar unido não é estar junto apenas, é exercitar essa união seguindo os conceitos que os verbetes acima nos transmitem, principalmente neste tempo difícil de continuidade da pandemia, da necessidade de abertura de mais empregos, tempo de dar mais oportunidade as jovens, acreditar mais no amanhã e sobretudo estar unido a uma força maior à qual damos do nome de Deus.

A união também não se resume somente em amizade, mas integração. Estar unido a alguém ou a alguma causa é viver comprometido com este alguém, com esta causa. E compromisso traz pertencimento, afinal todo ser humano precisa estar compromissado com algo, porque pertencer é a necessidade humana de bem viver, exige receber e doar de si mesmo.

A união possibilita o surgimento do bem-estar social. A Wikipedia nos elucida sobre isso. “Estado social é um tipo de organização política, econômica e sociocultural que coloca o Estado como agente da promoção humana e organizador da economia”.

E mais “Nesta orientação, o Estado é o agente regulamentador de toda a vida e saúde social, política e econômica do país […] Cabe, ao Estado garantir serviços públicos e proteção à população, provendo dignidade aos naturais de uma nação”.

Em 1932, Gunnar Myrdal, sociólogo e economista Social-democrata sueco, escreveu que as modernas políticas sociais diferiam totalmente das antigas políticas de auxílio à pobreza, uma vez que eram investimentos e não custos.

Contra as recomendações dos que pregavam uma “maior economia orçamentária” , Myrdal argumentava que as políticas sociais não eram meramente uma questão de redistribuição de renda, mas eram uma questão vital para o próprio desenvolvimento econômico e ele via nas políticas sociais um meio de obter não só a segurança social dos indivíduos, mas sobretudo a organização eficiente da produção.

Ora, esta é a união a qual estou me referindo. Unir para ser mais, não apenas o crescimento de um mas de todos. Um país só cresce se toda a sua população cresce também. Guetos de pobreza social, de abandono social, produzem a desigualdade que vemos constantemente nos noticiários da imprensa brasileira diariamente.

Muitas vezes vemos que a união existe entre os iguais – entre os políticos, por exemplo. Isto não é união, mas sim formação de grupos de interesses pessoais- muitas vezes escusos. A União pressupõe a convivência dos contrários num só organismo, com objetivos comuns, capazes de atender não um grupo, mas todos, e mais, atender à própria Pátria.

De fato, ele não sabia, mas o que Biden disse é o que precisamos no Brasil, “Unity”.

Sérgio Motti Trombelli

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