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Coluna: Quanto mais solto pior
Há alguns dias, o presidente Lula reuniu todo o mistério, inclusive com Dna. Gleisi, a toda poderosa presidente do PT. O motivo foi simples, falta de unidade.
De fato, tudo está muito solto dentro da atual administração que acontece lá no palácio central. Cada ministro falando o que deseja e como hoje os ministérios são independentes, cada um pode licitar o que deseja e implementar seus projetos, sem saber se projetos iguais, ou semelhantes, já estão sendo feitos por outro ministério. E retrabalho é sempre desnecessário e, o pior, mais caro.
Sem centralização não existe organização que subsista, ou, pelo menos, subsista bem.
Assim, Lula exigiu que qualquer ministro com alguma proposta de política pública deve comunicar à Casa Civil e à área econômica antes de anunciá-la, para que não seja uma proposta de ministro, e sim de governo.
“É importante que nenhum ministro ou nenhuma ministra anuncie publicamente qualquer política pública sem ter sido acordado com a Casa Civil, que é quem consegue fazer que a proposta seja do governo”, disse Lula em discurso na abertura do encontro. “Nós não queremos proposta de ministro.”
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Ademais, Lula acha imprescindível que todas as propostas precisam ser equacionadas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afinal, são eles que cuidam da “grana nacional”.
Desta forma, sem comunicação com a Casa Civil e com a equipe econômica dificilmente o governo conseguirá cumprir os compromissos de campanha que Lula tanto apregoou durante a eleição.
E fica fácil ver que a falta de unidade acaba promovendo um bate-cabeça daqui um bate-cabeça de lá. São 37 ministérios. Alguns têm atribuições específicas como ministério da Saúde, mas muitos se confundem.
Por exemplo: Ministério da Agricultura e Pecuária junto com Ministério de Desenvolvimento Agrário e aqui pode se incluir o Ministério da Pesca.
Contudo a junção mais confusa é o Ministério da Mulher, o Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, o Ministério de Povos indígenas, e o Ministério de Desenvolvimento Social, Família, e Combate à Fome. Tem muitas ações que são comuns a todos eles, assim, quem faz exatamente o quê?
Para atender aos cargos prometidos e manter partidos coligados, foi-se abrindo pastas e mais pastas e tudo acabou virando um montão de retalhos. Se não houver unidade estes retalhos nunca conseguirão ser uma colcha.
De fato, quanto mais solto pior.
Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante
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