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Ministério da Saúde confirma primeiro caso de coronavírus no Brasil

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O Ministério da Saúde afirmou nesta quarta-feira (26) que está comprovado o caso positivo de coronavírus na capital paulista. Este é o primeiro caso da doença no país e em toda a América Latina. Além dele, há outros 20 casos em investigação e 59 suspeitas já foram descartadas.

O hospital Albert Einstein registrou a suspeita, fez um teste, que deu positivo. O caso foi para o Instituto Adolfo Lutz para contraprova, que foi concluído em três horas, comprovando a infecção por coronavírus. A média de conclusão do exame é de três dias, segundo Mandetta.

Segundo o Ministério da Saúde, no atendimento, o hospital “adotou todas as medidas preventivas para transmissão por gotículas, coletou amostras e realizou testes para vírus respiratórios comuns e o exame específico para SARS-CoV2 (RT-PCR, pelo protocolo Charité), conforme preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Com resultados preliminares realizados pela unidade de saúde e de acordo com o Plano de Contingência Nacional, o hospital enviou a amostra para o laboratório de referência nacional, Instituto Adolfo Lutz, para contraprova, que deu positivo.

O paciente viajou para a região da Lombardia (norte do país), a trabalho, sozinho, no período de 9 a 21 de fevereiro. Iniciou com sinais e sintomas (Febre, tosse seca, dor de garganta e coriza) compatíveis com a suspeita de Doença pelo Coronavírus 2019 (Covid-19). O paciente está bem, com sinais brandos e recebeu as orientações de precaução padrão.

A SES/SP e SMS/SP estão realizando a identificação dos contatos no domicílio, hospital e voo, com apoio da Anvisa junto à companhia aérea, diz a nota do Ministério da Saúde.

Passageiros não ficarão em quarentena
De acordo com o ministro Luiz Henrique Mandetta, os passageiros que estavam no avião com o paciente detectado com Covid-19 não serão postos em quarentena.

Entretanto, 16 passageiros devem ficar em observação: a partir da poltrona onde o paciente viajava, serão monitorados os passageiros dos lados e das duas fileiras à frente e atrás.

“Não existe quarentena porque não existe eficácia nesse tipo de situação”, afirmou.

A recomendação é que os passageiros entrem em contato com a companhia aérea e informem o quadro respiratório e o local em que viajaram para que se verifique a proximidade que estavam a este paciente.

Providências
Mandetta afirmou que não serão alterados procedimentos nos aeroportos ou bloqueios a países suspeitos, devido ao grande número de conexões nos voos. “Não existe nenhuma tecnologia que possa nos dizer que quem está dentro de um avião possa estar com o vírus ou não”, disse.

“A regra continua sendo: se tem sintomas, não viaje. Viajou? Informe as autoridades quando chega. Passou 14 dias da chegada, se sentir sintomas, procure a rede de saúde da sua cidade.”

“Essa é mais uma gripe que o mundo vai ter que atravessar. O mundo não tem fronteiras. Não tem como parar uma pessoa em um lugar. Como todo vírus, a medida de melhor controle é por etapas, é termos agilidade [no diagnóstico]”, afirmou Mandetta. “O sistema [de saúde] brasileiro fez tudo com muita agilidade.” O ministro reforçou que há pacientes assintomáticos que transmitem a doença, e não há eficácia na testagem de temperaturas, por exemplo.

“Já passamos por epidemias respiratórias graves, como a H1N1. (…) Vamos passar por essa situação investindo em soluções, ciência e informação. [A recomendação é] Higiene, evitar aglomerações desnecessárias, cuidados de etiqueta respiratória, o brasileiro precisa aumentar o número de vezes que lava a mão”, afirmou Mandetta.

“Passamos a uma nova fase de providências, no sentido de mitigar os efeitos da doença em SP e em todo Brasil. Nosso comitê de emergência está reunido em SP, e de tarde vamos nos juntar a eles para falar sobre o que deve ser feito. Não muda muito com relação aos casos suspeitos, mas agora temos uma patologia confirmada”, afirmou o ministro.

Segundo Mandetta, é possível que o número de casos suspeitos aumente no Brasil, porque aumentou o número de países com mortes.

“Estamos na fase de contenção, que é evitar que o vírus se espalhe. Caso se espalhe, vamos para a fase de mitigação”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira.

O coronavírus é conhecido desde 1960. A doença provocada pelo novo coronavírus, chamada de Covid-19, está sendo investigada, mas apresenta gravidade moderada a leve, segundo o Ministério da Saúde.

Cada pessoa infectada pode transmitir para duas ou três pessoas, em alguns casos chegando a sete. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o período de incubação varia de 0 a 14 dias, mas já há estudos apontam que os sintomas aparecem de 9 a 10 dias.

Um estudo feito com 44 mil pessoas com casos confirmados apontou que a maioria dos infectados tinha idade entre 40 e 69 anos. Destes, 1.023 morreram. Os quadros mais graves deste estudo apareceram em pessoas acima de 60 anos.

Caso em SP
O Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, registrou em 25 de fevereiro a notificação do caso suspeito de um homem de 61 anos. Ele é brasileiro e viajou para o norte da Itália entre 9 e 21 de fevereiro. O paciente tem sinais brandos da doença, como tosse, e está em isolamento domiciliar.

“O paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório que será mantido durante os próximos 14 dias. A equipe médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram contato próximo com ele”, diz nota do Hospital Albert Einstein.

Nota do Hospital Albert Einstein
“O Hospital Israelita Albert Einstein informa que recebeu na noite do dia 24 de fevereiro, na Unidade Morumbi, em São Paulo, um paciente com sintomas semelhantes aos do Covid-19, sendo confirmada a infecção viral pelo novo coronavírus após a realização do teste PCR em tempo real. Na manhã do dia 25 de fevereiro o caso foi notificado à Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo.

A equipe assistencial do Pronto Atendimento seguiu com rigor todos os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde (OMS) e Centers for Disease Control and Prevention (CDC-EUA), para oferecer o atendimento apropriado e garantir a segurança do paciente e de todos os profissionais envolvidos.

O paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório que será mantido durante os próximos 14 dias. A equipe médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram contato próximo com ele.

Desde o início da epidemia mundial, o Hospital Israelita Albert Einstein mantém uma agenda ativa de monitoramento do avanço de novos casos e evolução do cenário mundial. O Hospital, que conta com os mais avançados recursos diagnósticos e assistenciais para os atendimentos que se fizerem necessários, inclusive os mais graves, vem atuando no treinamento intensivo de seus colaboradores com o objetivo de assegurar a oferta de atendimento adequado, bem como a segurança de pacientes, familiares e funcionários.

O Hospital Israelita Albert Einstein reforça que os padrões de conduta em todas as situações têm como foco preservar a segurança de todos os pacientes da instituição e manter a excelência nos atendimentos de qualquer natureza”, diz a nota. (Fonte: G1)

Dicas de Prevenção
– Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar;
– Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
– Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
– Não compartilhar objetos de uso pessoal;
– Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado;
– Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar antisséptico de mãos à base de álcool;
– Deslocamentos não devem ser realizados enquanto a pessoa estiver doente;
– Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos.


 

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