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novembro

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“Fuck you, Brazil”

Publicado

em

Sérgio Motti Trombelli

Uma palavra dita não pode ser recuperada. Todo orador, político, professor, amante, amigo, pai ou filho sabe disso. Por isso, cuidado ao abrir a boca. Essa regra, mais do que conhecida, deveria ser seguida especialmente pelos políticos, desavisados ou mal-intencionados, inclusive na esfera presidencial.

No universo político, existe um ditado que diz: “Nunca se deve fechar a porta de trás”, ou seja, deixar aberta a possibilidade de recuos é fundamental, especialmente nos relacionamentos internacionais. Por isso, erros que não podem ser reparados devem ser evitados. A política, portanto, deve ser administrada por quem tem preparo, não por amadores despreparados.

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Quando a incompetência entra em cena buscando holofotes, os resultados são imprevisíveis, e as consequências podem ser desastrosas. Foi o que aconteceu mais uma vez com Janja.

Durante sua participação no evento, enquanto discursava, ouviu o som de um navio ao fundo. Imaginando que aquilo poderia ser uma tentativa de prejudicá-la, foi tomada por sua habitual prepotência e proferiu: “Fuck you, Elon Musk”.

Grotesco, ridículo, inadequado — e isso é só o começo de uma lista interminável de adjetivos. Uma atitude absolutamente lamentável, cujas consequências ainda estamos por avaliar.

Fico me perguntando: o que a levou a acreditar que tinha capacidade para enfrentar o homem mais rico do mundo, aliado político de Donald Trump — duas das figuras mais influentes do planeta? No entanto, em busca de alguns segundos de fama, ela foi em frente. E agora, talvez ou certamente, “fuckamos todos nós”. Resta aguardar.

Não conheço a fundo as atribuições de uma primeira-dama, mas certamente isso não faz parte. Desde o início, Janja tem mostrado que não compreende o papel que deveria desempenhar. A primeira-dama deveria, antes de tudo, ser uma dama — perdoem o trocadilho.

No episódio apelidado de “janjapalooza”, suas declarações só agradaram um pequeno grupo de admiradores em um evento que custou milhões de reais. Um investimento desproporcional para tão pouco retorno.

O Brasil tem muitas pessoas necessitadas. Uma primeira-dama pode, e deve, auxiliar quem mais precisa. Outras primeiras-damas, estaduais e municipais, realizam ações solidárias que o poder público nem sempre consegue executar. Há uma lista imensa de possibilidades, mas não existe espaço para um “fuck” nesse contexto.

A imagem do Brasil no exterior já não é das melhores. Recentemente, a agência Fitch rebaixou a classificação de risco do país, tornando a economia menos confiável. Escândalos como esse só pioram nossa moral.

A imprensa relata que Janja já foi excluída de reuniões bilaterais. O sonho de se comparar a Michelle Bolsonaro parece cada vez mais distante.

Agora é esperar para ver como Elon Musk reagirá. Já temos Alexandre de Moraes como desafeto dele, além das multas aplicadas pelo governo brasileiro. Nosso país parece se especializar em desagradar pessoas e governos.

O Ministro Gilmar Mendes sugeriu que Janja se “divorcie” do Brasil — não no âmbito conjugal, mas nas ações de governo. Em outras palavras, que deixe de opinar em assuntos republicanos. Como dizem no interior de São Paulo: “Quem não sabe, deixa”. E Janja não sabe.

Será que Lula tem força para patrocinar esse divórcio tão necessário?

Sérgio Motti Trombelli é professor universitário e palestrante cristão.

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