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Limpeza nas redes pluviais pode gerar resíduos nas areias das praias
Prefeitura está executando serviços de limpeza e desassoreamento das galerias de águas pluviais e bocas de lobo do sistema de drenagem dos bairros Barra Funda e Pitangueiras; resíduos podem chegar às praias
De Guarujá
Serviço, que há décadas não era feito na Cidade, tem o objetivo de amenizar alagamentos. Ele acaba por produzir resíduos, que se misturam a sedimentos naturais presentes nos leitos dos canais, e que podem chegar às praias
A Secretaria de Serviços Urbanos de Guarujá (Seurb) está executando serviços de limpeza e desassoreamento das galerias de águas pluviais e bocas de lobo do sistema de drenagem dos bairros Barra Funda e Pitangueiras. Os serviços foram iniciados no último dia 20 e seguirão pelos próximos 12 meses.
As intervenções, que têm cunho preventivo, são necessárias para dar maior vazão das águas pluviais e minimizar os pontos de alagamentos decorrentes de chuvas fortes, evitando maiores problemas como acidentes de trânsito e entrada de água nas residências adjacentes.
O maquinário utilizado no trabalho de desentupimento é do tipo “roto rooter”, que usa a força mecânica de um motor elétrico para girar um cabo flexível dentro da tubulação. Na ponta destes cabos existem lâminas capazes de cortar o que estiver causando o entupimento ou se enroscar nele para que seja puxado para fora.
“É um serviço que se tornou complexo pelo acúmulo de material proveniente de décadas sem ser realizado. Estamos fazendo esse enfrentamento, necessário para amenizar o problema das enchentes”, explica o secretário municipal de Serviços Urbanos.
Sedimentos naturais
Com os serviços de limpeza e desobstrução das galerias da bacia da Barra Funda, que há décadas não eram realizados, muitos sedimentos naturais, como folhas presas nas tubulações, por exemplo, começaram a se soltar ou ser expelidas pela tubulação na forma de resíduos. Porém, não tem nada a ver com esgoto.
Ao alcançar o canal da Avenida Leomil, esse resíduo, misturado à água em grande quantidade que é utilizada no procedimento, segue seu fluxo natural pelas galerias e deságua na areia da Praia de Pitangueiras, formando uma espécie de lagoa artificial, sendo confundida com o fenômeno denominado ‘lìngua negra’, que é associado ao despejo de esgoto clandestino nas praias. Não é o caso.
A Secretaria de Meio Ambiente de Guarujá (Semam) explica que além dos sedimentos naturais acumulados nas tubulações de águas pluviais, boa parte do material arenoso retirado do leito dos canais é composto pela poeira das ruas, além das folhas, frutos e restos de galhos finos em decomposição. Na manhã do último dia 25, a Seurb esteve no local e tomou as providências cabíveis para solucionar o problema e dissipar o acúmulo dos sedimentos que foram parar na faixa de areia.
A forma como os sedimentos do leito dos canais chega às praias já é conhecida, mas, de acordo com o titular da Semam esse material se acumula em excesso por decisões de caráter urbanístico tomadas por gestores do passado, em especial o fechamento dos canais.
“Houve uma preferência por essa política no passado, a fim de oferecer maior conforto a quem quer estacionar seus carros. Isso em detrimento da sustentabilidade. O fechamento de canais para a criação de estacionamentos e outros benefícios a proprietários de veículos é fator complicador para a limpeza dos canais”, complementa.
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