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A pior história

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Muitas vezes temos a tendência de julgar que somos os menos afortunados por Deus, e lamentamos por nos sentirmos os piores seres do mundo, os mais sofridos, os menos amparados, os mais esquecidos, aquele que possui a pior história a ser contada.

Allan Kardec nos aconselha que “Em vossas aflições, olhai abaixo de vós e não acima; pensai naqueles que sofrem ainda mais que vós”.

Os fatos recentes que vêm ocorrendo no mundo servem para entendermos isso de maneira contundente. A todos aqueles que lamentam a vida, basta abrir os jornais ou assistir TV para ver quão sua vida pode ser afortunada.

O que vem ocorrendo na Palestina é um exemplo de que o sofrimento de uma pessoa pode ser sempre mais intenso do que o seu. Emmanuel nos ensina que “A queixa que nos acomete por sentirmos algo ruim é um vício imperceptível que distrai pessoas bem intencionadas da execução do dever justo. A queixa não atende a realização cristã em parte alguma e complica todos os problemas”, justamente porque você se esquece de ver os outros.

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Assim, muitas vezes sentimos dor por aquilo que estamos passando e pensamos que a vida será sempre assim, com sofrimento e penúria. Mas não. Nem sempre a nossa dor é a maior, desde que possamos olhar a dor dos outros.

Ponha-se no lugar daqueles que estão na Faixa de Gaza. Veja bem, não estamos tomando partido de nenhum dos lados, pois estas contendas tem razões em ambas as partes, e quem somo nós, espectadores para julgar os atores daquela ação.

Mas, quem está sofrendo sem água, luz, hospitais bombardeados, sem perspectiva de vida futura frente à insistência de duas facções que digladiam há anos e cujo final ninguém sabe dizer como será. É muita dor.

Pergunte aos civis que estão lá sofrendo com as bombas que caem em suas cabeças de ambos os lados, tanto na Faixa de Gaza, como em Israel, pergunte a eles se é o que querem.

Como no caso da Rússia e Ucrânia, são os líderes que escolhem aquilo que os seres comuns do seu país devem sofrer e isto é injusto.

Por isso, há quem sofra mais do que nós. Há momentos em que não podemos evitar a dor, porque ela nos é causada por outrem, sem que a desejássemos e para qual somos impotentes neste mundo para evitar.

Contudo, na balança dos erros em acertos, no julgamento divino, lá no alto, alguém, a quem damos o nome de Deus, com certeza saberá separar o joio do trigo.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão

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