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novembro

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Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo

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Todo apaixonado pelo futebol deve se lembrar da frase acima. Era o bordão de um dos maiores radialistas, narradores de futebol, que o Brasil já teve: Fiori Gigliotti, quiçá o maior de todos.

Para ele, cada partida era um espetáculo, a arte da bola o fascinava, daí o bordão no começo de cada narração que ele fazia.
Bem, hoje não é mais assim, e inclusive se transpusermos o bordão para a vida política do país, com certeza, o início de cada disputa eleitoral não é um espetáculo a ser visto, por isso, vamos dizer o magro “é dada a partida”.

2022 chegou e a corrida eleitoral deste ano começa finalmente. A chegada é em outubro, um longo percurso que vai requer fôlego, muito dinheiro, estômago, capacidade de engolir sapos, e uma profunda disposição de ir à luta, muitas vezes aguerrida e quando não, violenta.

 — Leia também: Covid-19: Fiocruz investiga hesitação de pais em vacinar crianças

O quadro eleitoral praticamente se mantém o mesmo. A última pesquisa Quaest/Genial de intenção de voto para o primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, divulgada na quarta-feira da semana passada, mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança com 45%, contra 23% do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

No terceiro lugar, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) aparece com 9% das intenções de voto, à frente de Ciro Gomes (PDT), com 5%. Completam a lista o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 3%, e a senadora Simone Tebet (MDB), com 1%. O senador Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe d’Ávila (Novo) aparecem com 0%.
Contudo, uma notícia que surgiu na mesma semana faz ficar em pé o cabelo dos brasileiros.

Bolsonaro resolveu tirar as decisões financeiras das mãos de Paulo Guedes e colocá-las diretamente nas mãos de Ciro Nogueira, da Casa Civil, o grande guru político do atual presidente.

Desnecessário dizer que o prestígio de Guedes, mais uma vez, dá passos atrás (e desta vez muitos), coisa que um ministro de mais personalidade não aceitaria, mas enfim, quem sabe os motivos que faz o ex-todo poderoso ministro Guedes, suportar mais outro vexame.

Este ato insólito torna a forma de comandar as finanças do país verdadeiramente inovadora. Aliás, diga-se, não há conhecimento em qualquer lugar do mundo algo semelhante.

Doravante é a Casa Civil que analisa o investimento que é melhor para a Economia, e não só, para a Educação, para o Meio Ambiente, enfim, para tudo. O que significa isso? Significa que os gastos privilegiarão a política, em outras palavras, se for bom para a eleição do presidente, faz-se; se não for, deixemos para o futuro. Por isso, cuide-se povo brasileiro.

A administração Bolsonaro, que já não governava, embora desse a parecer que sim, e só fazia política com vistas à reeleição, agora escancara esta verdade a quem quiser ver. Tudo vale para a conquista do segundo mandato.

Talvez, quando chegarmos ao final do “espetáculo” devêssemos parafrasear Fiori Gigliotti, e dizer “fecham-se as cortinas e termina a chanchada”
Lamentável.

Sérgio Motti Trombelli é professor universitário e palestrante

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