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Opinião

Água no réveillon: feliz problema velho

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Todo ano é sempre igual: chega dia 31 de dezembro e as torneiras de bairros periféricos de Guarujá secam. Pior é o morador ter que ver resposta oficial da concessionária desmentindo os cidadãos e dizendo que tem água sim.
Mas não tem. Não tem água nem com pressão reduzida. Não tem água nem pra quem usa com economia, nem pra quem tem caixa de 1.000 litros. Não tem e ponto.
Alguns leitores com alguma memória ainda questionaram: “E aquela história de Cava da Pedreira, que fim deu?” Está sendo planejada. E assim, não tem reservatório também. O que tem são muitas queixas de dias sem água na torneira, e inúmeros transtornos para moradores, comerciantes, turistas, hotéis e pousadas.
A cidade chegou a receber cerca de 2 milhões de visitantes nesse período e é compreensível que a rede não de conta de tanta gente consumindo. Haja visto que não há obras de ampliação da rede abastecimento de água potável na cidade há décadas, e o que se fez recentemente, custou muito, e na crise não respondeu como a população queria.
E olha que foram ‘investidos’ cerca de R$ 24 milhões nos últimos meses em Vicente de Carvalho. Pode perguntar a qualquer morador do Pae Cará ou Parque Estuário, se teve água nas torneiras. Ou em Guarujá. Na Vila Julia, que fica pertinho de áreas com grande concentração de hotéis e pousadas, a rede esteve seca por cerca de três dias.
Enquanto isso, a Sabesp continua a fazer propaganda de economia e instalação de uma caixa-d’água maior para suprir a demanda das casas. Assim, o consumidor não irá ‘sentir’ a falta d’água que a própria empresa sabe que há. Desta feita, que seja um feliz 2020 à todos.

 

Onde coloco meu lixo?
A festa da virada na orla de Guarujá levou centenas de milhares de pessoas para as areias das praias para assistir à queima de fogos e comemorar o ano novo. Como em todos os anos, o fim da festa foi deprimente e o saldo foi mais de 139 toneladas de lixo nas praias e jardins. Quem paga a conta de tanto lixo, infelizmente, é o contribuinte morador. Por isso, o governo municipal estuda cobrar tarifa de cada turista que entrar na Cidade a partir de 2021. A arrecadação bancaria o aumento dos gastos com destinação do lixo e limpeza urbana na temporada, quando a população mais que triplica. O assunto promete render boas discussões com a população.

Consciência
Tanto lixo deixado na praia é falta de educação do turista?, sem dúvidas. Mas faltou também infraestrutura para oferecer lixeiras ou contêineres na saída da praia, faltou sinalização sobre locais onde esses resíduos poderiam ser levados, faltou conscientização. Mas podemos melhorar, pois o carnaval está quase chegando.

Banheiros
Para além das queixas de arrastão que ocorreram nos dias anteriores, e da falta de local para jogar lixo no fim da festa, o que mais ecoou nas redes foi a falta de banheiros químicos na orla.

Necessidades
Como a noite de réveillon na praia é também um evento familiar, a falta do equipamento foi um transtorno difícil de ser contornado para quem foi com roupa de festa à orla e não encontrou lugar para satisfazer suas necessidades fisiológicas de urgência. A catinga na orla no dia 1º não orgulhava ninguém.

Bancos
Outro ponto destacado foi a falta de bancos para sentar. Pessoas com mobilidade reduzida e deficiência precisam desse olhar inclusivo. Uma reivindicação simples, que precisa estar presente na hora do planejamento da próxima festa.

Repercutiu
Repercutiu na cidade a entrevista do prefeito onde afirma que será candidato a reeleição nas próximas eleições. O impacto da notícia veio da fala sobre a retomada do setor da construção civil, a retomada do projeto de prolongamento da Avenida Dom Pedro I, e a retomada da segunda fase da Avenida Perimetral.

Repercutiu II
O que se cobra é a efetivação e conclusão desses projetos, que nada têm de inédito na cidade, mas que são sempre apontados como prioridades de governo em tempos de eleição. Que seja agora a hora da realização a exemplo do que já foi feito até aqui. O trabalho é mesmo a melhor resposta.

 

COP 25, variabilidade do clima, segurança hídrica e alimentar

Chuvas fortes, concentradas e repentinas provocando alagamentos. Secas que se alongam além do normal gerando problemas no abastecimento, na geração de energia e na atividade agrícola. Calor fora de hora, frio fora de época. Não há dúvidas de que vivemos atualmente uma grande variabilidade do clima e que este é um debate urgente e fundamental.
A COP 25 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019), realizada recentemente em Madrid, trouxe discussões importantes, mas os resultados foram pouco efetivos. Embora o debate esteja correto, há um foco excessivo em discussões conceituais e falta uma abordagem mais profunda em ações inovadoras, realistas e eficientes de mitigação, adaptação e financiamento, como, por exemplo, a construção de infraestrutura de segurança hídrica, créditos de carbono e fundo de adaptação.
O ambientalismo radical culpa o setor produtivo, associando indiscriminadamente o uso do solo e da água às mudanças climáticas. É fato que o desmatamento ilegal deve ser combatido, bem como as nascentes dos rios e as áreas de preservação permanentes precisam ser cuidadas.
No entanto, é ilusório defender a não utilização de recursos naturais, principalmente da água e do solo. O que se pode e deve exigir é o uso consciente, equilibrado e calculado desses recursos.
Para os países mais pobres e em desenvolvimento, esse debate maniqueísta toma uma forma cruel e, na prática, inviável. É colocado quase como uma escolha terrível entre, de um lado, produzir alimentos e, de outro, preservar os recursos naturais intocados.
No Brasil, a agricultura é a forma de subsistência de parte da população e um dos pilares da economia. Ou seja, a vida de milhões de pessoas depende diretamente do uso dos recursos naturais.
As exigências e restrições radicais que tentam ser impostas são armas letais contra a sobrevivência de uma nação e a vida de sua população. É necessário inovar e apresentar novos modelos de uso responsável, o que já é uma realidade no Brasil. O agronegócio, assim como todo o setor produtivo, se modernizou, adota cada vez mais soluções sustentáveis, sendo um exemplo no uso racional dos recursos naturais.
O Estado de São Paulo conta com uma série de programas da Secretaria de Agricultura incentivando o uso racional dos recursos naturais e a sua recuperação, sempre associados ao estímulo das atividades e à geração de renda. Na área de recursos hídricos, a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e a Sabesp atuam na preservação dos mananciais, na conscientização do uso racional da água e na construção da infraestrutura que garanta segurança hídrica às gerações futuras.
O debate é fundamental, mas não é necessário que se coloque um “ou” quando se trata do uso de recursos naturais e sim um “e”. Ou seja, usar e preservar com consciência e inteligência, garantindo assim água e alimento para todos, cuidando do presente e protegendo o futuro.

Gustavo Diniz Junqueira, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e Benedito Braga, presidente da Sabesp

 

Somos uma cidade litorânea, queremos o turista. Mas todo serviço ambiental tem um preço que precisa ser mensurado. Em média, por mês, se investe R$ 7 milhões na destinação de resíduos e limpeza urbana. Nos meses de temporada o valor sobe para quase R$ 12 milhões. Se arrecada cerca de 60% disso.

Sidney Aranha – Secretário Municipal de Meio Ambiente, sobre a necessidade de possível cobrança de taxa de turismo em Guarujá

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