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Artigo – 1º Encontro Regional Porto Indústria

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Válter Suman*

Os olhos do mundo estão voltados para Guarujá. A frase é a mais adequada para resumir o atual momento que a Cidade atravessa. As belezas naturais e as praias, que sempre fizeram do turismo a mola mestra da nossa economia, atualmente se unem à pujança da área portuária, industrial e comercial. É plenamente perceptível a perspectiva de desenvolvimento econômico que existe aqui ao lado, na Ilha de Santo Amaro.

Essas características vêm despertando a atenção de investidores nacionais e estrangeiros. E a Prefeitura de Guarujá tem se dedicado, nestes últimos anos, a criar as condições para que as coisas aconteçam, buscando oportunidades e os fundamentais apoios dos governos do Estado e Federal. Nosso objetivo é o desenvolvimento econômico, mas nunca perdemos de vista o social, pois priorizamos ações que gerem emprego e renda.

Que gerem cidadania!

Nos domínios do território guarujaense, o complexo portuário da Baixada Santista possui nove terminais portuários e 13 retroportuários, por onde circulam pelo menos 35% das cargas deste que é o maior complexo portuário do Hemisfério Sul. O Porto gera, somente em Guarujá, cinco mil empregos diretos e indiretos. O Terminal de Contêineres recebeu, recentemente, o maior navio de cargas que já adentrou ao estuário, numa operação que exigiu esforço logístico e foi um sucesso, graças às condições geográficas, infraestrutura e ao nosso calado.

Do montante de ISS que a Prefeitura recolhe, 65% são provenientes do Porto, o que equivale a R$ 95 milhões por ano. E o futuro do nosso porto está em Guarujá, onde há muito espaço físico para crescimento. Existem 4,5 milhões de metros quadrados à espera de investimentos, fora dos limites territoriais, protegidos, do ponto de vista ambiental, e às margens da Rodovia Cônego Domenico Rangoni. É uma área muito maior do que a do próprio porto organizado atual.

Atualmente, Guarujá espera a concretização de importantes investimentos governamentais que estão em curso. Os primeiros passos já foram dados, com a primeira fase da Avenida Perimetral e a transferência de centenas de famílias que habitam, precariamente, áreas com potencial de expansão portuária. Outro projeto prevê um endereço humanizado para outras centenas de famílias, pelo Programa Vida Digna, que tem o objetivo de erradicar palafitas na nossa região.

Para complementar estas mudanças, Guarujá aguarda ansiosamente a implantação de um grande pátio rodoviário e a segunda fase da Avenida Perimetral, ações fundamentais para o convívio harmônico entre os mais de três mil caminhões, que diariamente dividem espaço com pedestres e carros de passeio no tecido urbano.

Mas Guarujá não é só Porto. É indústria, também. Como a do petróleo e gás, hoje uma das grandes apostas do País. O Complexo Industrial e Naval de Guarujá – o CING, é uma imensa área estrategicamente posicionada, na entrada do canal do estuário, fora do porto organizado, pronta para se tornar o principal centro de operações offshore de São Paulo.

É no CING que está instalada a Saipem, multinacional que recentemente anunciou a retomada de suas atividades, após a assinatura de contrato bilionário para somar esforços no aquecimento das atividades do Pré-sal, da Bacia de Santos. O Município faz sua lição de casa, criando dispositivos na legislação que garantem atratividade ao ambiente de negócios de petróleo e gás, bem como investimentos e soluções para o acesso terrestre.

Temos, ainda, um protocolo de intenções com o Governo do Estado que visa facilitar investimentos e desenvolver um pólo de empresas para prestação de serviços.

A indústria naval, outro potencial econômico da Cidade, agradece!

O Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá está cada vez mais próximo de se tornar uma realidade. É outro importante protagonista desse pujante momento da Cidade. Contratada pela Prefeitura, a Infraero, referência mundial que administra 55 aeroportos no Brasil, é a responsável pelos trabalhos de manutenção do local. Os módulos para o terminal de passageiros já estão na Base Aérea e a empresa se prepara para iniciar as obras de melhorias na pista e no seu cercamento, agora que a Cetesb acabou de aprovar o necessário licenciamento ambiental de fauna e flora.

Os recursos para as obras virão de R$ 40 milhões destinados pelo Fundo Nacional da Aviação Civil (FNAC). O novo aeroporto será uma importante vertente para uso da infraestrutura existente no Município, que já é atendido pelos modais de transporte marítimo, terrestre e ferroviário. Também terá um impacto positivo na eficiência do turismo na Região, abrindo uma série de novas possibilidades.

Por fim, numa sensata escala de prioridades, Guarujá apoia o projeto do Túnel Imerso, iniciativa da comunidade portuária, também apoiada pela SPA, como solução para um projeto de metropolização de fato, capaz de reduzir os transtornos de mobilidade urbana da Baixada Santista.

Guarujá depende, diariamente, de um obsoleto sistema de travessias por balsas com Santos, a maior travessia marítima do mundo, que transporta quase 30 mil veículos diariamente. Além de uma solução rodoviária, o Túnel Imerso também representa outra solução para a Cidade, pois traz consigo a possibilidade de integrar Guarujá e Vicente de Carvalho ao VLT, uma realidade como modal de transporte fácil, rápido e eficiente na Baixada.

O Túnel Imerso abre um grande leque de oportunidades, tanto para a movimentação diária das pessoas quanto para a eliminação do conflito com a navegação no canal do estuário, que daqui para frente passará a receber, cada vez com maior frequência, gigantes como o navio CMA CGM VELA, que com seus impressionantes 347,4 metros de comprimento, demandou a interdição do Canal do Porto por quatro horas, há duas semanas.

Para resolver esses gargalos e garantir o passaporte para uma nova dimensão de crescimento, os municípios, Estado, União, iniciativa privada e a comunidade portuária precisam dar as mãos e marchar numa só direção: o rumo do desenvolvimento econômico pleno, aliado à justiça social.

É tempo de mudança. São mudanças previstas na área política e na concepção sobre a forma de administrar o Estado e o país. Em Guarujá, esperamos que estas mudanças não demorem a se concretizar. É preciso celeridade nos destinos de São Paulo, a locomotiva do Brasil. E é preciso urgência na definição e condução da economia do país. A Baixada Santista tem pressa. Guarujá tem pressa.

Afinal, os olhos do mundo estão voltados para cá!

Válter Suman
Prefeito de Guarujá

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