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Artigo: Bons ventos

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Válter Suman, prefeito de Guarujá

A recente posse do ex-governador de São Paulo Márcio França como novo ministro de Portos e Aeroportos é uma verdadeira lufada de prosperidade em direção à Baixada Santista, especialmente a Guarujá. Profundo conhecedor da realidade paulista, França é, indiscutivelmente, especialista nos desafios e soluções que se apresentam à nossa região, estratégica para o cenário nacional. E isso, por si só, já faz toda a diferença.

A margem esquerda do complexo portuário da Baixada Santista é uma das grandes responsáveis pela geração de empregos e arrecadação de ISS em Guarujá, o segundo tributo mais relevante para a receita municipal.

Com nove terminais portuários e 14 retroportuários, o nosso gigante porto movimenta quase 40% de sua carga total em solo guarujaense, no Distrito de Vicente de Carvalho, onde passam nada menos que 3,5 mil caminhões todos os dias. Mais do que isso: o futuro do maior porto do Hemisfério Sul está em Guarujá, onde a área de expansão disponível é maior que a do próprio porto organizado como conhecemos hoje.

Toda essa pujança, naturalmente, demanda investimentos de diversas naturezas para proporcionar a expansão física das instalações portuárias na Cidade e, claro, exige intervenções importantes na infraestrutura de acesso e equipamentos de apoio. E desde 2017 Guarujá busca ser um agente facilitador, promovendo ações indutoras de desenvolvimento, o que já resultou em parcerias federais muito relevantes.

Uma das principais e mais emblemáticas será a remoção de 649 famílias do complexo Prainha para moradias dignas e seguras no Parque da Montanha, o maior empreendimento habitacional em execução na Baixada Santista, graças a uma parceria com a Autoridade Portuária, proporcionando a expansão dos terminais de Vicente de Carvalho.

O Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá, um divisor de águas, logo terá lançadas as licitações referentes às obras de sua primeira fase, contemplando, sobretudo, a adequação da pista. Para tanto, o Município conquistou, com o valoroso e indispensável apoio de parlamentares da nossa região, licença ambiental da Cetesb e a liberação de cerca de R$ 15 milhões, tornando possível vislumbrarmos no horizonte próximo o início de operação de aeronaves, vez que já se registra concreto interesse de grandes operadores aéreas, como Azul e Passaredo.

Isso sem falar na aguardada retomada da multinacional italiana Saipem, instalada no Complexo Industrial e Naval de Guarujá (CING) – fora da área do porto organizado – que pretende injetar até R$ 1,2 bilhão de dólares ainda em 2023, voltando a movimentar a pujante indústria do petróleo e gás em nossa região.

Sendo assim, é preciso investir para driblar gargalos. O sonhado túnel entre Guarujá e Santos, a concretização da segunda fase da Avenida Perimetral de Guarujá e novos convênios para obras das demais fases do aeroporto são apenas três dos maiores desafios que se apresentam.

Em seu discurso de posse na Capital Federal, o qual tive a oportunidade de testemunhar, o ministro Márcio França pregou um diálogo objetivo e se disse defensor de um modelo de gestão tripartite, envolvendo União, estados e municípios, algo que já há algum tempo não se falava, e até abriu a possibilidade de criar espaço para um quarto ente, o privado, o que caberia perfeitamente.
Bons ventos sopram para Guarujá e toda a Baixada Santista. Basta ajustarmos as velas rumo ao progresso.

Válter Suman – Prefeito de Guarujá (PSDB)

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