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Artigo – Dengue: BOA NOVA
A dengue é uma doença causada por um vírus, com 4 sorotipos, chamado de DENV (Dengue Vírus), transmitido pela picada do mosquito fêmea Aedes aegypti, muito conhecido por suas marcas brancas no corpo (chamado também como tigre asiático) tem sua maior preocupação nos períodos de sol e chuva, pois favorece a eclosão dos ovos em larvas e depois mosquitos.
Os principais sintomas da doença: febre, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos; queda do estado geral; pode evoluir com manchas avermelhadas por todo o corpo, podendo apresentar-se também da forma assintomática (sem sintomas), como evoluir para formas mais graves, com hipotensão (queda de pressão), sangramentos, dores abdominais, vômitos e óbito.
A apresentação crítica pode surgir entre o 3º e 7º dia após o início de sintomas e a queda da febre, neste período podem estar presentes os sinais de alarme para choque, quadro de sangramentos, vômitos, dores abdominais, hipotensão; taquicardia (batimentos cardíacos acelerados) e aumento do fígado, se estiverem presentes estes sintomas, procure ajuda na Unidade de Pronto Atendimento mais próxima a sua casa.
Vale lembrar que pessoas que já tiveram a doença possuem um maior risco de evoluir para a forma grave e pessoas com doenças como diabetes e pressão alta, doenças autoimunes, crianças e idosos, merecem um maior cuidado, pois terão um risco maior da doença evoluir para forma grave.
De acordo com o Ministério da Saúde, até novembro de 2023, foram registados mais de 1 milhão de casos de dengue, 15,8% a mais que no mesmo período de 2022 e de acordo com a Organização Mundial de Saúde, entre 1º de janeiro de 2023 à 11 de novembro de 2023, foram registrados 2.909.404 casos suspeitos de dengue no Brasil e 1.474 casos de dengue grave.
No Sistema Único de Saúde (SUS), está disponibilizado às Unidades de Saúde, exames utilizados para a detecção da infecção, observando estes sintomas, procure ajuda médica mais próxima para as orientações adequadas dependendo dos sintomas.
Ainda não há tratamento específico para Dengue, consistindo em hidratação; uso de analgésicos e antitérmicos (dipirona ou paracetamol) e não é recomendado o uso de aspirina (devido ao maior risco de sangramento), sendo que, caso seja observado sinais de piora do quadro, procurar imediatamente ajuda médica.
Para prevenção, parte essencial do cuidado diário contra o mosquito, devemos evitar deixar água parada embaixo de vasos, pneus e etc.; fazer uso de repelentes à base de Icaridina ou DEET, essenciais para evitar a picada do mosquito e usar roupas longas e claras, quando possível.
A BOA NOVA é que agora contamos com a incorporação da vacina contra a dengue também no Serviços Públicos de Saúde, composta a partir do vírus vivo atenuado, de nome Qdenga, ao SUS.
Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em março de 2023, oferece imunização tanto para pessoas que nunca se infetaram, quanto às infetadas anteriormente, para as faixas etárias de 4 à 60 anos idealmente. No entanto, terá público-alvo com a faixa etária de 10-14 anos devido às maiores taxas de hospitalização.
De acordo com o Ministério da Saúde a imunização tem previsão para começar em fevereiro de 2024 em várias localidades, mas no momento não será para todos os lugares, apenas para os locais no quais há uma alta transmissão nos últimos meses e municípios com população maior que 100 mil habitantes.
O esquema vacinal é de 2 doses com intervalo de 3 meses cada, às principais reações colaterais são a dor no local da aplicação; dor de cabeça e dor muscular, que são breves e duram de 1 à 3 dias, no momento, a aplicação está acontecendo no estado do Mato Grosso do Sul, no município de Dourados, devido ao estado possuir uma recorrência da doença e fazer parte de um projeto entre a fabricante japonesa Takeda.
A eficácia e segurança da vacina contra a dengue, observada em ensaios clínicos, foi de 80,2%, número este alcançado após 12 meses desde a segunda dose, além de reduzir as hospitalizações em 90%, seja por qualquer sorotipo viral (subtipo do vírus).
É importante consultar o médico antes da aplicação da vacina, pois trata-se de um vírus enfraquecido e é contraindicado para pessoas com doenças autoimune, gestantes; na amamentação, como a infecção pelo HIV.
A vacina não substitui a prevenção (eliminarmos os criadouros dos mosquitos), mas é uma boa nova de esperança de diminuirmos principalmente, os casos graves da doença.
TEXTO: Aluno Salem Suhail El Khatib
Estudante de Medicina da Universidade do Oeste Paulista / Guarujá
(7º Semestre)
SUPERVISÃO: Dr. Marco Reis / CRM:67780
Preceptor de Doenças Infecciosas e Parasitarias (DIP) -Unoeste/Guarujá.
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