Connect with us

Guarujá em Foco

Baixa pressão na rede deixa moradores sem água nas caixas

Published

on

No bairro Santo Antonio, donas de casa enchem baldes e panelas na torneira desde segunda-feira (1); “Torneiras só têm um fio de água”

Karina Mingarelli
Da Reportagem

O carro da reportagem mal estacionou e os moradores da Rua Rio Grande do Sul, em Vicente de Carvalho, já vieram falar sobre os transtornos vividos na última semana por causa da falta de água nas torneiras. “Nessa última semana chegamos a ficar 4 dias sem um pingo de água. A pressão era tão pouca que não subia para a caixa d’água”, conta a vendedora Nadir Amâncio.

— Leia também: Sabesp tem dois dias para explicar falta de água na cidade

Nas ruas, são os funcionários que se viram para dar explicações, porque a empresa não se pronuncia. “A gente pergunta mas eles não tem resposta certa. Uma hora não tem água por causa de manutenção, noutra é devido à falta de chuva, e nada melhora, porque a água não vem tempo suficiente para encher a caixa”, conta a moradora Eliane.

Um funcionário chegou a indicar que a moradora use uma bomba para fazer a água subir no sobrado. “Eu não sou obrigada a comprar bomba de água porque a água da Sabesp simplesmente não tem força pra subir no telhado do sobrado. Eles [Sabesp] nos fazem de palhaços, porque a conta ‘cheia de vento’ vem todo mês, mas vivemos sem água há anos”, desabafa Ana Lúcia da Rua São Paulo.

Moradores de Vicente de Carvalho improvisam com mangueira na pia porque água não tem força para subir para a caixa d’água

Entre as queixas dos moradores sobre os transtornos com o desabastecimento, está a falta de comunicação da companhia sobre a situação de escassez hídrica no reservatório que atende à Guarujá e Vicente de Carvalho.

“Na TV, disseram que o problema é falta de água no rio, mas por quê só alguns bairros ficam sem água se o problema é no reservatório da cidade toda?” questiona outra moradora.

No bairro Santo Antonio, moradores da Rua Manoel Araujo estão desde quinta-feira (28/7) com baixa pressão nas torneiras. “Desde domingo estamos usando água das torneiras da garagem porque não tem pressão suficiente para subir nas caixas do segundo pavimento”, denunciou a moradora Simone Nakamura.

Outra moradora destaca que ao longo desta quarta-feira e quinta-feira as torneiras tinham apenas um fio de água. “Estamos comprando água para beber e fazer comida, porque sempre que a água baixa dessa forma, vem suja”, aponta outra moradora.

Ofício
No início da semana (1/8), a prefeitura de Guarujá enviou um ofício à Sabesp, exigindo explicações sobre o desabastecimento no município em até 48 horas. Nesta quinta-feira, por meio de sua assessoria, a prefeitura informou que a Sabesp afirmou em resposta “que as reclamações da população são pontuais e estão sendo vistoriadas.”

 

A empresa admitiu que há baixa pressão nas linhas de abastecimento, mas que não há falta de água, e que os problemas ocorrem em razão da estiagem, que afetou o Rio Jurubatuba, onde é feita a captação da água que abastece a Cidade, reduzindo para 50% o nível da manancial.

Insatisfeita com o posicionamento da empresa, que não resolve o problema de imediato, a Administração Municipal afirma na nota que “seguirá cobrando providências e, inclusive, enviará técnicos municipais para uma vistoria no Rio Jurubatuba”. Uma reunião do Conselho Municipal de Saneamento Ambiental (Consema) também pautará o problema para discussão.

Sabesp não responde
A reportagem ainda enviou nota à Sabesp por volta das 13hs de quarta-feira (3), apresentando queixas de moradores e questionando “o que a companhia tem feito preventivamente para minimizar o problema de desabastecimento na cidade em época de estiagem, uma vez que este é um problema sazonal, mas recorrente em Guarujá”.

Ainda questionamos sobre o andamento da utilização da Cava da Pedreira para reservatório na região, e por que a companhia não faz comunicação prévia à população sobre o problema no abastecimento.

No entanto, até o fechamento desta edição, às 18hs de quinta-feira (04/8), a Sabesp não encaminhou resposta sobre os questionamentos que a população de Guarujá quer saber e nem mesmo apresentou solução para a falta de água na cidade.

Cava seria solução, mas…

Em maio de 2021, o Governo do Estado e a Sabesp lançaram edital de licitação para construção do reservatório da Cava da Pedreira, um mega reservatório que promete mitigar os episódios de desabastecimento de água nos períodos de estiagem ou de alto consumo, como na temporada de verão em Guarujá.

A expectativa de início da obra era para 2022, com duração de 60 meses após a assinatura do contrato com a empesa vencedora e o investimento previsto é de R$ 133,6 milhões.

Há décadas o município de Guarujá é sensivelmente afetado pelos períodos de estiagem que afetam diretamente a vazão dos rios Jurubatuba e Jurubatuba Mirim, que fornecem água à Cidade. De acordo com informações da própria Sabesp, o volume de captação deles chega a cair dos normais dois mil litros por segundo para menos da metade.

ATUALIZAÇÃO – quinta-feira, 4 de agosto,19h30

Nesta quinta-feira, às 19h20, a Sabesp encaminhou, por meio de sua assessoria, resposta aos questionamentos da reportagem na página 3 e que abre essa edição. A fim de melhor informar nossos leitores, segue íntegra da nota:

“A Sabesp informa que está fazendo todos os esforços para minimizar a variação na pressão da água em alguns bairros de Guarujá e no distrito de Vicente de Carvalho, neste momento de inverno atípico com temperaturas elevadas e poucas chuvas, situação que vem reduzindo o volume de água do rio Jurubatuba. Em julho, por exemplo, choveu 81% a menos que a média histórica para o mês.

A Companhia realiza investimentos contínuos para aprimorar os sistemas de saneamento. Somente em 2021, foram investidos R$59 milhões no sistema de abastecimento de água de Guarujá e Vicente de Carvalho. Além dos valores investidos nos equipamentos localizados nos demais municípios da Baixada Santista, que é atendida por um sistema interligado entre as cidades. No caso de Guarujá e distrito de Vicente de Carvalho existe uma tubulação subaquática interligada à Santos que reforça o fornecimento transferindo água tratada na estação de tratamento de água (ETA) Cubatão.

Além disso, a Sabesp está abastecendo emergencialmente os imóveis por meio de 14 caminhões-tanque, mobilizados para atender especificamente a cidade e seu distrito. Para isso é importante informar o endereço do imóvel. A Sabesp atende durante 24 horas, por meio dos telefones 195 ou 0800 0550195.

Sobre a Cava da Pedreira – que reservará 2,3 bilhões de litros de água bruta do Rio Jurubatuba, a Companhia aguarda nova perícia determinada pela Justiça Federal, para dar andamento à contratação e início das obras.

VERSÃO IMPRESSA
Advertisement
Advertisement
Advertisement
Advertisement
Advertisement
Advertisement
Advertisement

NOSSOS COLUNISTAS

Advertisement
Advertisement
Advertisement