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novembro

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Batalhas desnecessárias

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Não consigo entender o esforço que o Presidente Bolsonaro faz para disputar batalhas cuja tendência, é a derrota. Como militar e estrategista ele deveria saber que cerca de 95% dos prefeitos do Brasil são a favor do tal ‘passaporte da vacina’.

Apenas 2% dos brasileiros pretendem não se vacinar. A despeito da falta de interesse do presidente da República, cerca de 65% da população adulta brasileira já tomou as duas doses – ou a dose única – dos imunizantes disponíveis.

De outra parte, uma nova variante do coronavírus – a mutação ômicron – vem por em alerta o controle da pandemia no nosso país e no mundo todo. Os casos aumentam, mesmo com o alto índice dos vacinados no país.

 — Leia também: Campanhas entregam 35 cadeiras de rodas em Guarujá

Os países do mundo inteiro estão atemorizados. Aliás, governo e população se unem nesta cruzada por todo o globo. Aqui o Presidente, de imediato, optou por um caminho diferente do que esperava a população brasileira.

Diversos países pelo mundo exigem dos estrangeiros prova de que tomaram a vacina antes de permitirem seu ingresso. Se os viajantes não comprovam a imunização, nem sequer são permitidos de embarcar, ainda em seu próprio país.

Até o Fórum Econômico em Davos, um evento de repercussão internacional, marcado para janeiro, foi adiado por causa da ômicron.

O governo do Brasil, como sabemos, tinha se recusado a implantar a regra, sem qualquer razão para tanto, em nome de uma hipotética “preservação de liberdades individuais”. Estranho, porque quem não quer tomar a vacina, que não tome.

Pensando bem: não se trata de liberdade individual, se a liberdade coletiva expressa por 98% da população, acha que é necessário. E vale a pergunta: a liberdade do todo não merece mais respeito do que a liberdade de alguns?

Luta inglória porque a vontade e a necessidade popular preponderou e o governo teve que ceder, mas o desgaste ocorreu. Agora, é a questão da imunização de crianças. E os avisos estão vindo de todas as partes: pediatras, infectologistas, exemplos de outros países.

O UOL, em matéria de domingo passado afirma “Desde o início da pandemia, 1.148 crianças de 0 a 9 anos morreram de covid-19 no país. Apesar de representar apenas 0,18% dos óbitos pela doença, o número supera o total de mortes por doenças preveníveis com vacinações ocorridas entre 2006 e 2020 no país e explicam o porquê da pressa dos médicos em iniciar a vacinação infantil”.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na quinta-feira (dia 16) autorizou o imunizante da Pfizer para menores de 5 a 11 anos, fato comemorado por especialistas e médicos. Contudo, o Ministério da Saúde se mantém totalmente avesso a esta necessidade de vacinação de crianças e adolescentes, embora os dados acima sugiram esta providência e rapidamente.

Desalentadora, entretanto, foi a manifestação negativa do Palácio do Planalto, que é contra a vacinação, e que numa live do Presidente, exigiu que os nomes dos que aprovaram a medida fossem divulgados.

Por quê? As ameaças de morte aos funcionários da Anvisa, aumentou, redundando numa intimidação, cujas consequências são imprevisíveis. Em nota, a Anvisa repudiou a ameaça de forma contundente, emitida pelo seu presidente, Barra Tores, (nomeado por Bolsonaro) lembrando que a agência não aceita ingerências, nem de dentro e nem de fora, e que seus técnicos são capacitados e zelosos com suas avaliações.

Os governadores, com certeza, irão comprar diretamente a vacina infantil. São Paulo já se manifestou e acusou o Ministério da Saúde de boicotar as negociações do Estado com a Pfizer.
Resultado? Mais uma batalha inútil, que desgasta o Planalto e causa uma suspeição de intenções do Presidente da República.

O que o brasileiro mais deseja é que Bolsonaro esteja junto do povo em suas aspirações, mas este entende que não, e para satisfazer seu núcleo duro de eleitores, entra em contendas inúteis.

As pesquisas eleitorais, com os baixos números de intenção de voto do Presidente, e o resultado apurado de que ele, até agora, é o pior presidente de todos os tempos, mostram que ele está errado.

Só ele não vê.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante
E.T. Um Feliz Natal e um ano novo próspero e de realizações. Acima de tudo, avalie bem a quem você vai entregar seu estado, seu Legislativo Federal e a Presidência da República em 2022.

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