Entre Sons e Tons – Tatiana Macedo
Campanha Maio Roxo: Doenças inflamatórias intestinais crescem no Brasil
A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) realiza neste mês mais uma edição da campanha Maio Roxo, para alertar a população sobre as doenças inflamatórias intestinais (DIIs), que se caracterizam pela inflamação do trato gastrointestinal e podem atingir da boca ao ânus.
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Ao longo deste mês, a SBCP faz a divulgação de textos e vídeos no Portal da Coloproctologia, para esclarecer as principais dúvidas que envolvem as DIIs. A campanha destaca o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais, no próximo dia 19.
As doenças inflamatórias intestinais, muitas vezes subdiagnosticadas, têm aumentado muito no Brasil. A campanha visa alertar a população que a prevalência aumentou 15% entre 2012 e 2020, conforme estudo feito por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná com 212 mil pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). No mundo, as DIIs acometem mais de 5 milhões de pessoas.
Sociedade industrializada
No Sul e no Sudeste, a incidência já é parecida com a de países europeus. A doença é típica de sociedades mais industrializadas. Uma alimentação mais natural protege.
O Brasil sempre foi considerado um lugar de incidência baixa de DIIs, mas, no século 21, tem aumentado muito, assumindo características de países mais ao norte da Europa, onde a incidência é maior, por conta de hábitos alimentares com muitos produtos industrializados.
Ainda não se sabe qual a causa das DIIs. “Parece que é multifatorial”, advertem especialistas da SBCP. O aparecimento dessas doenças pode estar ligado a fatores como: histórico familiar, alterações no sistema imune, mudanças na flora intestinal, alimentação e influência do meio ambiente.
O tabagismo, por exemplo, é fator de risco comprovado para agravamento da doença de Crohn.
AS DII’s não têm cura. Conheça os sintomas!
As doenças inflamatórias intestinais não têm cura. As mais comuns são a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa. Adolescentes e jovens adultos são os mais afetados pelas DIIs. São doenças crônicas em que se consegue um bom controle, mas o paciente não pode ficar sem o medicamento. O tratamento não é uma cura definitiva. O tratamento é para controle.
Os principais sintomas são diarreias que duram mais de 15 dias, diarreias recorrentes com cólicas, sangue, muco ou pus nas fezes, perda de peso, urgência evacuatória, falta de apetite, cansaço.
São os sinais mais comuns das duas doenças inflamatórias intestinais. Acendem o alerta para que o paciente procure um especialista, que pode ser um médico gastroenterologista ou proctologista.
Em casos mais graves, observam-se ainda anemia, febre, desnutrição e distensão abdominal. Cerca de 15 a 30% dos pacientes podem apresentar ainda manifestações extraintestinais como dor nas articulações, lesões de pele ou nos olhos, diz a Sociedade Brasileira de Coloproctologia.
A dieta é fundamental no tratamento das DIIs, porque bons hábitos alimentares podem evitar crises, prevenir o desenvolvimento da doença e manter a remissão. A dieta deve ser individualizada, conforme o estado do paciente e fase em que se encontra, e orientada por equipe multidisciplinar que inclui médicos e nutricionistas.
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