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Canabidiol pode beneficiar pacientes e gerar renda bilionária ao Brasil

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Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 399/15, que visa a legalização do cultivo da cannabis sativa no Brasil, exclusivamente para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais. O assunto causa polêmica e confunde a cabeça das pessoas, quando muitas entendem que a legalização medicinal poderia fortalecer o uso recreativo indiscriminado no País.

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Só que não! O uso de Canabidiol (CBD), substância extraída da planta Cannabis, nada tem a ver com o uso de cigarros de maconha. Não dá barato, não diminui a coordenação motora e muito menos a capacidade mental, como alguns desinformados imaginam. O Canabidiol é um medicamento que trata de enfermidades específicas, e que hoje só aqueles com alto poder aquisitivo podem ser beneficiar.

Para falar sobre esse assunto, a coluna da semana dá voz para a neurocirurgiã Patrícia Montagner, especialista no assunto, e um paciente que, através da medicação, consegue manter uma rotina saudável, corrigindo adversidades, para o equilíbrio da sua vida.

Produtos derivados de cannabis se apresentam como aliados da Medicina

O Canabidiol (CBD) é uma substância extraída da planta Cannabis, que apresenta potencial terapêutico para o tratamento de variadas doenças, comprovado cientificamente, e cuja busca tem sido cada vez mais frequente. Somente nos dois primeiros meses de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu 9.078 pedidos de importação desses itens. Um crescimento de 99,7% na comparação com o mesmo período de 2021 (4.221).

A neurocirurgiã Patrícia Montagner, fundadora da WeCann Academy, que realiza cursos, exclusivamente para médicos, voltados à Medicina Endocanabinoide, conta que tem em seu rol de atendimento mais de mil pacientes tratados com cannabis medicinal. Ela salienta que estigmas e a falta de conhecimento técnico sobre a questão travam o andamento da proposta de regulamentação.

“É necessário disseminar informações sobre a cannabis medicinal, pois a falta de informação e um persistente estigma em relação à cannabis, com muita confusão entre uso medicinal e o uso recreativo, são hoje o principal empecilho para a popularização dos benefícios da Medicina Endocanabinoide no Brasil”, pontua.

Para Patrícia, a comunidade médica é a liderança natural e correta no esforço de esclarecimento da sociedade, porém, ainda são poucos os profissionais que dominam o tema. “É hora de estimular médicos e outros profissionais de saúde a estudar e se preparar. Temos que formar gente com capacidade técnica para consolidar conhecimento no Brasil e que vá diagnosticar, prescrever e orientar tratamentos de potencial transformador na qualidade de vida de milhares de pacientes”, conclui.

Quem faz uso do medicamento confirma os benefícios do CBD

Fabrício compra a medicação com receita médica e cadastro na ANVISA, importada dos EUA

O Advogado Fabrício Macedo Pereira Gomes, de 45 anos, conta que começou a fazer uso da substância há dois meses. “Em princípio, eu achei que o uso do CDB seria usado para amenizar um problema de convulsões, mas meu psiquiatra sugeriu o uso para tratar a minha depressão e Síndrome de Burnout, um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, resultante de situações de trabalho desgastante”, conta.

“Eu uso o óleo de CDB diariamente, pela manhã e noite, junto com outras medicações. O tratamento já começou a fazer efeito, pois eu me sinto menos ansioso. Me adaptei bem e me sinto bem melhor após o uso”, afirma.

“Tenho que importar dos Estados Unidos, pois no Brasil a Lei não permite a produção. A aquisição do medicamento é feita através de receita médica e cadastro na Anvisa, para que eu consiga fazer a compra de fora do Brasil e consiga receber a medicação em casa. Por isso, não é barato com uma média de valor entre R$ 700,00 e R$ 1.000,00. Infelizmente é a única forma que tenho como adquirir hoje”, conta.

No Brasil, a Anvisa não classifica esses itens como medicamentos, mas autoriza a importação com receita médica e poderá avaliar a fabricação no País.

Mercado do cânhamo pode movimentar R$ 4,9 bilhões

Além de ser capaz de auxiliar milhares de pessoas que sofrem com doenças graves, refratárias e incapacitantes, a produção de Cânhamo no Brasil pode trazer vantagens agrícolas, econômicas, sociais e sustentáveis proporcionadas pela planta.

A legalização do cânhamo industrial poderia acarretar R$ 4,9 bilhões com a venda de seus derivados e R$ 330,1 milhões de impostos arrecadados para o Estado, de acordo com projeção de estudo da Kaya Mind – empresa de inteligência de mercado para o setor, registrado no relatório “Cânhamo no Brasil”, divulgado em março deste ano. Quando referente à cannabis medicinal, seriam R$ 9,5 bilhões.

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