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Caos

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Talvez o leitor amigo possa achar que a palavra que dá título a esta matéria seja pesada demais. Não é, posso lhe garantir.

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A única coisa que pode, de fato, descrever o serviço da balsa da travessia Santo/Guarujá ou Guarujá/Santos, é caos.

A história das dificuldades, que nos assolam deste ir e vir na cidade vizinha, vem de longa data. Todos que têm a minha idade, isto é, na casa dos 70 anos, são testemunhas vivas deste drama.
Antes, bem antes, havia um só atracadouro de cada lado, as barcas eram pequenas, as filas se alinhavam no meio fio da avenida da praia em Santos e na Adhemar de Barros em Guarujá.

Aqui ia da travessia, às vezes, até onde fica o atual viaduto; em Santos ia, às vezes, da barca até o Aquário.

Depois de muita luta, as barcas foram ficando maiores, e com o tempo foram construídos três atracadouros: facilitaria as idas e vindas sem manobras. E assim melhorou, não o ideal, mas razoavelmente.

Até que veio a terceirização dos serviços. Hoje, como disse, o caos está instalado. Quase sempre, temos demoras superiores a uma hora daqui para Santos e de lá, o mínimo é hora e meia.

Contudo, há casos reiterados como nesta última quarta-feira: uma hora e meia para ir e duas e meia para voltar de Santos. Não dá para suportar!

Que atraso, que loucura, que falta de administração, de respeito pelo usuário. E não é fácil para saber por quê. As idas e vindas são compulsórias a quem trabalha na cidade vizinha e tem que passar pela balsa, veja bem, tem que passar. Com isso, todos somos reféns da bilheteria.

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Raciocinando. Se temos que ir compulsoriamente, a receita é sempre a mesma, mas para se eliminar o tempo de espera, teriam que haver mais barcas, e mais barcas gastam mais combustível, precisa-se de mais funcionários, mais manutenção. A estratégia, então, qual é?

Simples, manter-se a receita compulsória e diminuir custos, fazendo economia no atendimento. Não importa que é lento, a receita virá inexoravelmente. Quando o serviço era da DERSA, ficava mais fácil consertar.

Os políticos podiam, reclamar, falar na Câmara Municipal, ou denunciar na Assembleia Legislativa e afetava o governador, e este acabava melhorando o atendimento, afinal, tudo é uma questão política, de votos, e agradar o contribuinte é fundamental.

Agora, agradar o consumidor, quando não há concorrência é fácil, não se perde a “freguesia”.
Assim agora, a quem reclamar, aos donos da empresa que administra o serviço? Adiantaria? Duvido, pois resolver a questão implica, como eu disse, de mais gastos e quem venceu a licitação, teria um custo mais alto.

Quanto a nós, os mais prejudicados e desamparados, que Deus nos salve deste caos. E olha, ele é competente para isso, afinal se antes era o caos e ele conseguiu construir o universo, basta estalar o dedo e as barcas aparecerão. Quer Ele inclua na sua agenda mais este problema em meio a tantos outros que este mundo possui.

É rezar e esperar, esperar, esperar.

*Em tempo: cadê a ponte, cadê o túnel? Opa, desculpe, isto só é possível em países onde os administradores públicos são mais humanos e inteligentes.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão.

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