Guarujá em Foco
Chuvas deixam mais de 220 famílias desabrigadas e muitas perdas pela cidade
A cidade de Guarujá registrou um acúmulo de água nas ruas acima do normal e foi considerada por muitos como a pior enchente dos últimos anos.
Da Redação – “A população de Guarujá não aguenta mais conviver com medo da chuva”. A frase foi dita em um dos muitos vídeos que foram compartilhados na noite de sábado e durante todo o domingo (dias 18 e 19 de fevereiro), após as chuvas intensas que atingiram a região do litoral paulista. No total, 222 pessoas foram desalojadas preventivamente pela Defesa Civil de Guarujá. Bairros de Vicente de Carvalho e do Perequê foram os mais afetados.
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A cidade de Guarujá registrou um acúmulo de água nas ruas acima do normal e foi considerada por muitos como a pior enchente dos últimos anos. Em Guarujá, o volume de chuvas ininterruptas em 24 horas chegou a quase 400 milímetros, uma marca histórica. A previsão para o mês era de 234 milímetros.
A violência das águas foi sentida por moradores da região da Enseada, especialmente nas ruas ao longo de toda a avenida Dom Pedro I. Eles relataram a dificuldade em trafegar pelas ruas dos bairros e quarteirões ilhados por várias horas.
“Quem arriscou passar pelas ruas cheias viu a água bater no meio da porta dos carros. Muitos, aliás ficaram no meio do caminho. Até as garagens dos prédios, que costumam ser mais altas em relação ao nível da rua, ficaram cheias desta vez”, conta Leandro Ribeiro, morador da Rua Argentina.
Em Vicente de Carvalho, no Pae Cará, residências na avenida Guilherme Guinle ficaram com mais de 30 cm de água dentro de casa. A manhã de domingo foi de limpeza e descarte de móveis molhados.
“Toda vez que chove mais forte é a mesma coisa e nós não podemos fazer nada [sobre as enchentes na rua]. Já tô até acostumado”, contou o morador Marcelo José em tom de ironia, em vídeo durante a chuva lamentando a falta de ação do governo municipal em melhorar o escoamento das águas no bairro.
O compartilhamento de vídeos e imagens ‘ao vivo’ de ruas alagadas e casas inundadas por toda a cidade registravam a revolta, a dor e o medo em comum de muitas famílias na cidade. Entre os estragos, a perda de bens como móveis, eletrodomésticos, veículos, ‘casas’ levadas pela correnteza do rio, deslizamentos de terra sem vítimas.
No vídeo, deslizamento no Morro do Sorocotuba (Guarujá-Reprodução)
Defesa Civil foi efetiva
Desta vez, o trabalho preventivo das equipes da Defesa Civil da Cidade foi efetivo e nenhuma vida foi perdida. Mesmo no bairro do Perequê, às margens do Rio do Peixe, local mais afetado pelas chuvas e que deixou dezenas de famílias que viviam em palafitas desabrigadas, as perdas são materiais e uma corrente de solidariedade foi formada no auxílio a essas vítimas.
As chuvas do final de semana de Carnaval assustaram também visitantes hospedados nas pousadas da cidade, bem como em condomínios fechados, que desta vez também sofreu com alagamentos.
Nos condomínios do Morro Sorocotuba, local onde os moradores vivem em constante alerta, a noite de sábado foi de pânico para turistas, e locais, que acompanharam com apreensão a água barrenta que formava cachoeiras em diversos pontos do morro. Lá, o perigo de uma tragédia é alertado há anos, mas nada avança.
Carnaval cancelado
Devido às chuvas e aos transtornos pela cidade devido às ruas alagadas, a prefeitura de Guarujá emitiu um comunicado na tarde de domingo cancelando toda a programação municipal para o Carnaval. O prefeito Válter Suman determinou a instalação do Gabinete de Gestão de Crise no início da manhã de domingo para dar celeridade às ações de atendimento aos munícipes e reordenamento da Cidade.
Foram registradas sete ocorrências. São elas:
– Uma queda de árvore na Estrada Guarujá-Bertioga, sem danos ou vítimas;
– Cinco deslizamentos, sem vítimas, e com danos materiais, em Vila Maia, Morro do Cantagalo, Perequê, Morro do Sorocotuba e Morro da Península (Gilberto Glasser);
– Uma queda de detritos na Rua Chile, sem danos ou vítimas.
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