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Ciclistas de Guarujá cobram melhorias e segurança nas ciclovias

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Como a maioria das cidades brasileiras, Guarujá foi construída para quem anda de automóvel, no entanto, possui hoje cerca de 70 km de ciclovias e ciclofaixas, distribuídas na orla das praias e nas principais avenidas da Cidade. Uma marca significativa em uma cidade onde o principal meio de transporte é a bicicleta, não fossem os problemas no caminho

Da Reportagem
Tatiana Macedo

O município de Guarujá possui 70 km de ciclovias, distribuídas na orla das praias e nas
principais avenidas da Cidade. Uma marca significativa em uma cidade onde o principal meio
de transporte é a bicicleta.

No entanto, quem anda de bicicleta por Guarujá, seja como lazer de fim de semana ou meio de
transporte oficial, tem várias queixas para as ciclofaixas e ciclovias da cidade. A afirmação
acontece após a nossa reportagem conversar com alguns usuários, em virtude da passagem do
Dia do Ciclista, no último dia 3 de junho, instituído pela Organização das Nações Unidas desde
2018.

Como a maioria das cidades brasileiras, Guarujá foi construída para quem anda de automóvel.
No entanto, conforme determina a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), os
veículos individuais motorizados – carros e motos – são os últimos da hierarquia viária. Antes
deles, devem ser priorizados pedestres, ciclistas, modais não motorizados, transporte coletivo
e de serviço.

A maior reclamação de ciclistas é a falta de manutenção dos equipamentos, seguida pela falta
de ciclovias/ciclofaixas em algumas regiões da cidade, principalmente nos bairros. Também há
muita reclamação sobre a falta de adequação entre as que já existem, além da falta de
sinalização.

“Grande parte da população de Guarujá usa todos os dias as bicicletas. E a deficiência é muito
grande, tanto em manutenção, em ampliação, sinalização. Tem lugar que uma parte da
avenida tem ciclovia e do nada acaba”, afirma Orlando Junior, que faz parte de um grupo de
ciclistas esportivos.

“Principalmente na Adhemar de Barros, nas áreas de pico, na saída das balsas, está virando um
caos. Muita gente e não tem sinalização. Importante falar mesmo sobre esse assunto”,
declara.

Edvaldo Soares da Silva, coordenador do Grupo Ciclistas do Itapema desde 2012, disse à nossa
reportagem que foi convidado para algumas reuniões com a Prefeitura para falar sobre
mobilização urbana. “A gente conversou sobre ciclovia, ciclofaixa, novas rotas… enfim, a gente
fala e nada é concretizado”, expõe.

“Uma das coisas importantes, além dos diversos buracos, é a iluminação. Inclusive, nas
primeiras reuniões pedi iluminação em alguns pontos, como na ponte perto da Rodoviária, que
estava tudo escuro”, afirma Edvaldo. E continua: “Inclusive aquela ciclovia que vem desde a
barca de Vicente de Carvalho, chega na esquina do PAM da Rodoviária e fica sem destino.
Muitos acidentes acontecem ali”.

“Toda vez que me mostram mapas são para novas rotas pelas praias como Guaiúba, Caiçaras,
Estrada Santa Cruz dos Navegantes, Perequê… nada para Vicente de Carvalho”, reivindica.
Segundo o coordenador, grande parte da população do distrito depende da bicicleta.

Ainda segundo o coordenador esses locais precisam ser bem pensados: “Precisa de um terreno
apropriado, não é simplesmente pintar a via e dar o nome de ciclovia, sem cuidado e sem
sinalização”, diz Edvaldo.

“Nas Cidades que a gente do grupo sai para pedalar, Bertioga, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe,
Praia Grande, Santos, tem até poucas ciclovias em algumas, mas são sinalizadas, planas,
sempre arrumadas para a segurança dos ciclistas. Então, penso que não tem que ficar
pensando em fazer mais, se não consegue manter o que tem feito”, conclui o coordenador.

Bicicletários
O encarregado de limpeza geral, André Siqueira, conta que faz tudo de bicicleta. “Eu vou para
o trabalho, vou para a praia jogar bola… faço tudo de bicicleta. Não é só a ciclovia (ciclofaixa)
estar cheia de buracos que é o problema. Eu moro no ‘Itapema’, quando venho para a praia de
bike não tenho onde deixar. Não tem lugar para prender e saber que está segura”, reclamando
sobre a falta de bicicletários pela Cidade.

A faxineira Célia dos Santos reclama sobre a sinalização e pessoas correndo nas ciclovias. “A
gente não sabe quando é para parar, só quando tem sinal para os carros. Na Adhemar de
Barros não tem onde as pessoas pararem na hora de atravessar a rua para o outro lado”, diz.

“Já vi muito acidente com pedestres”, informa. “E quando a gente tem que ir para a rua porque tem
alguém andando ou correndo no lugar das bicicletas?”, questiona a faxineira que usa o
transporte para ir ao trabalho.

Magrela, caranga, bike
As reclamações e dificuldades não impedem que muitos guarujaenses utilizem a bicicleta, ou
como é apelidada por muitos da cidade: magrela, caranga ou mesmo bike, como principal
transporte para ir aos locais de estudo e trabalho, aproveitando as vantagens que ela oferece:
ajuda a melhorar a saúde, a diminuir o tempo de deslocamento no trânsito, tem baixo custo de
manutenção e não emite gases poluentes, como os veículos automotores. Também, vale lembrar, não gasta combustível, principalmente com a alta nos preços do combustível.

Nota da Prefeitura
A Diretoria de Trânsito (Ditran) de Guarujá informa em nota à redação que a Prefeitura
investiu na implantação da ciclovia na Avenida Marjory Prado e nas ciclofaixas nas Praias das
Astúrias e Pitangueiras. Foram realizadas também interligações entre a Praia do Tombo e
Astúrias; e entre Astúrias e Pitangueiras.

As equipes também revitalizaram boa parte do cicloviário do Município: ciclofaixa da Praia da
Enseada, ciclofaixa da Estrada de Pernambuco, ciclovia da Avenida Thiago Ferreira (Vicente de
Carvalho), ciclofaixa na Avenida Puglisi (Centro). Além da implantação de mais de 40
bicicletários nas praias.

A previsão é que até 2024, Guarujá implante mais 20 km de malha cicloviária nas interligações
das ciclovias e ciclofaixas: Avenida Santos Dumont com a Alameda das Tulipas; Praia do Tombo
com Avenida dos Caiçaras; Estrada do Pernambuco com Praia Enseada; Avenida Adhemar de
Barros com Avenida dos Caiçaras, entre outras.

Sobre a iluminação e tapa buraco, a prefeitura disse que enviará técnicos aos locais para
levantar as demandas e colocá-las na programação de serviços. Sobre Educação no Trânsito que estava paralisada desde 2020, por conta da pandemia foram retomadas, a prefeitura firmou contrato que visa à execução de ações como palestras, barreiras educativas (blitz) em pontos estratégicos, e intervenção junto a escolas municipais atingindo crianças e adolescentes matriculadas na rede. Mas não informou quando ocorrerá.

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