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novembro

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Coluna – A gente está bem na foto?

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Caro leitor amigo, se fôssemos tirar fotos deste momento em nosso país, juro que estaríamos mal, muito mal retratados. Se não, vejamos:

Turbulência. Agora não são as estradas, são as ruas, no caso em Brasília, que estão caóticas. E o pior, já não é uma questão de bloqueio, é anarquia mesmo, tentativa de tomar prédios públicos, queima de veículos, enfim, nosso país está em algum processo de revolução?

Mudança de amores. Os bolsonaristas não deram a menor importância para os índios brasileiros. Inclusive sempre tentaram tirar terras deles. Agora, um índio que faz manifestação pró-Bolsonaro em Brasília é preso e o povão bolsonarista se mobiliza a favor dele querendo invadir a sede da PF. Eu só queria entender como surgiu este amor indianista tão repentinamente.

— Leia também: Coluna: Oportunidade e oportunismo

Subir a rampa. Aqui e ali, nas vigílias dos acampanados perto dos quartéis, corre a filosofia do quanto pior melhor, e vozes ecoam dizendo que Lula não subirá a rampa. Ora, isso não significa nada, porque ele pode tomar posse no chão mesmo, então, esta história de rampa é retórica barata de quem desconhece a lei.

Desacerto na PEC. Estava tudo certo, mas Arthur Lira quer garantias de sua reeleição na Presidência da Câmara. Então, a PEC parou e isto dificulta o pagamento do Bolsa Família, mais os R$ 150,00 para cada filho com até 6 anos. Obviamente, tem outra solução, um plano B como tudo na manga dos políticos, mas não é o esquema adequado. Só que, “Lira estava feliz como uma criancinha comendo doce”, o que aconteceu?

Gasolina. O imposto reduzido nos combustíveis acaba em 31 de dezembro e nada está sendo feito pelo atual governo para impedir que a tributação volte aos patamares antigos. Os governadores esperam ansiosos a virada do ano para voltarem a taxar o combustível novamente. Vem subida alta de preço por aí.

Mercadante no BNDS. O velho petista está de volta e no banco de maior incentivo ao desenvolvimento do país. E mais, no banco que pode emprestar dinheiro para outros países dos “amigos do PT” na América do Sul, como a Venezuela, por exemplo. Um risco alto que o mercado brasileiro não gostou nadinha. Mesmo porque estão mudando a legislação para o Mercadante assumir o BNDS sem a quarentena do candidato que participou de eleição até agora exigida. Resultado: a Bolsa caiu e dólar subiu, o que só amplia uma possibilidade de crise, porque Lula, com isso, desaponta a parte empresarial que acreditou e ficou com ele no processo eleitoral. A confiança no futuro presidente está indo embora.

O velho PT está de volta? A presença de Mercadante numa posição tão importante como o BNDS é sintoma de que a velha política estatizante do PT pode estar de volta. Com isso, as privatizações vão ficar paradas, como já declararam alguns “porta-vozes” acidentais da equipe de transição. A moderna economia prega um estado pequeno e uma economia empresarial forte; a esquerda prega um estado forte com uma economia empresarial fraca. Inclusive, o investimento estrangeiro pode sumir com o fim das privatizações e fortalecimento da economia na mão do estado.

Carne com ouro. Uma ofensa aos brasileiros, nos dias atuais, o Ronaldinho pagar a conta de carne com ouro num jantar para os jogadores da seleção. Se o “Fenômeno” queria gastar seu dinheiro, tem muita obra social pelo país que precisa de ajuda, alémd as crianças carentes, os doentes, os pobres, os favelados, enfim, há muito que fazer, inclusive dar arroz e feijão para pobres em vez de carne com ouro para jogadores milionários da seleção. Que seleção, tivemos uma?

– A “tristeza” de Neymar. Neymar está no Brasil desde domingo, 11, dois dias depois da eliminação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. O camisa 10 reuniu amigos, cantores e influencers em ‘encontros secretos’ na casa da irmã Rafaella, em Alphaville, bairro nobre de São Paulo. Segundo o jornal ‘Extra’, fotos e vídeos foram compartilhadas por influencers na porta da casa da irmã de Neymar. Todos estavam tristes, “muito tristes” pela saída do Brasil da Copa.

E por fim, a turma caiu no samba. Lula comemorou o fim do processo eleitoral em uma festa na casa do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, localizada no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. O evento contou com uma roda de samba feminina e muita alegria, além de “comes e bebes”. Os ministros do Supremo Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli foram ao evento. Os futuros ministros da Casa Civil, Rui Costa e da Defesa, José Múcio Monteiro, também marcaram presença. O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, compareceu ao evento, que foi embalado ao som de samba.

Como se vê tudo caminha para um mesmismo neste país tropical. Uma síndrome que corrompe nossa história política e burguesa há muitos anos. As fotos que falei no título são tantas que dava para fazer um álbum, uma antevisão que um “novo-mesmo tempo” pode ocorrer.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante

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