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Coluna Arthur Lira, Presidente do Brasil?
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (31), a medida provisória (MP) da reestruturação ministerial e administrativa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A MP foi aprovada pelos deputados após uma luta contra o tempo. O “dead line” era até 23h59 desta quinta (1º) para não perder o efeito. Caso contrário a estrutura ministerial do Poder Executivo voltaria a ser como era no governo anterior e os 37 ministérios de Lula cairiam para os 23 de Bolsonaro. Se isso acontecesse não seria apenas uma demonstração de fraqueza de Lula, mas uma catástrofe para o país.
O Presidente da República liberou valor recorde de emendas ao Orçamento, e continuou a fisiologia de sempre. E mais, disse que vai atuar intensamente para coordenar articulação política que está à deriva.
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Poucos acreditam que aconteça isso já que o interesse do Presidente é ganhar notoriedade internacional. Aliás, nesta semana, em entrevista a jornalistas da América Latina, Zelenski deu uma esnobada nas pretensões de Lula, dizendo que ele quer ser “original” em suas propostas para acabar com a guerra.
Para conseguir a vitória no Congresso, Lula teve de pressionar seus ministros para que fosse reservado R$ 1,7 bilhão de emendas ao Orçamento para beneficiar obras indicadas por congressistas. E seguiu a mesma cartilha que Bolsonaro havia escrito na gestão anterior. Com isso, o Brasil volta a ser o mesmo, e neste contexto a figura de Arthur Lira cresce mais uma vez.
Mesmo aprovando a MP os danos causados com o texto poderão ser grandes. Ministérios perderam força, enquanto outros, que interessam a partidos cresceram de importância.
Além do mais, Lula cria o “Conselhão”, um conselho de notáveis (?) que irá ajudar o governo a pensar ações de economia e gestão com vistas a melhorar o país. Obviamente haverá pagamento de jeton e quiçá salários.
Numa demonstração de força política, o presidente da Câmara, já havia conseguido para o presidente a aprovação do marco fiscal que vai substituir o atual sistema de teto máximo de gastos do governo.
Enfim, nesse frisson geral a figura de Lira se destaca cada vez mais. Mesmo tendo articulado para proporcionar vitória a Lula, o presidente da Câmara disse que doravante a pauta estará trancada para as propostas da presidência e assim permanecerá até que Lula decida cumprir suas promessas que vão desde a liberação as emendadas atrasadas, a nomeação de cargos e uma possível mudança nos ministérios, justamente nas pastas cujos ministros desagradam os deputados.
É o Legislativo liderando o Executivo e Lira comandando as ações da política e da administração nacional.
Inegavelmente, há que se reconhecer a capacidade dele na liderança e coordenação da “sua casa”, em Brasília. Obviamente está errado, mas vale uma pitada de admiração, afinal um presidente de Legislativo que passa praticamente a comandar as ações do executivo é de se tirar o chapéu.
Seria bom, que após receber de Lula o que desejam os deputados, Lira se voltasse, com sua capacidade, a articular para que fosse dado aquilo que desejam os brasileiros e principalmente, aquilo que o Brasil precisa para ser melhor.
Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante
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