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Coluna convida a refletir sobre a transformação dos seres

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em

coluna so para pensar

“Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”,
Antoine-Laurent de Lavoisie

A natureza, apesar do incessante esforço de conservação de si mesma, não permanece igual. Ela precisa muitas vezes se modificar e esta modificação se confirma na afirmação acima de Lavoisie.

O que quer dizer, embora seja paradoxal a princípio, que a natureza precisa ser às vezes destruída para exatamente ser conservada. É o que o próprio Lavoisie disse quanto ao ciclo da matéria “Com a morte de um organismo, a matéria orgânica que constitui seu corpo é degradada e os elementos que a compõem retornam ao ambiente”.

 — Leia também: Coluna Só Para Pensar discute a conservação e o meio

Há um propósito para tudo, há uma necessidade, um motivo e um tempo. O gado, as aves, os grãos (pé de feijão, arroz, milho, etc.), a madeira, o solo que dá o cimento, o ferro, muito na natureza se destrói com a finalidade de ser útil, de forma a alimentar os seres, construir o mundo, fazer o progresso, pela transformação e assim manter a conservação da vida.

Por isso, na natureza, aquilo que não tem propósito só contribui para o desastre do mundo e dos seres. Desta forma, podemos afirmar que existe a destruição necessária e a destruição abusiva.

A destruição necessária ocorre na Natureza, tendo em vista a natural transformação biológica, a renovação e até́ a melhoria das espécies. Dessa forma, os Espíritos Superiores nos esclarecem: “Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar.”

Já a destruição abusiva não está prevista na lei natural porque coloca em risco a vida no planeta. Toda destruição antecipada obsta ao desenvolvimento do princípio inteligente que rege a natureza e os seres. Por isso foi que Deus fez com que cada ser experimentasse a necessidade de viver e de se reproduzir.

Para quem apenas vê a matéria e restringe à vida presente a sua visão, a Lei de Destruição há de parecer uma imperfeição na obra divina. É que, em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista humano. Medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam.

A sabedoria divina dotou os seres vivos de dois instintos opostos: o de destruição e o de conservação. Ambos funcionam como princípios da natureza. Deus coloca o remédio ao lado do mal para manter o equilíbrio e servir de contrapeso.

Dizendo mais, Kardec sentencia que:

“Toda destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus”.

À medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa. Só à custa de muita atividade, o espírito humano adquire conhecimento, experiência e pode se despojar dos últimos vestígios da animalidade. Mas esta é uma ação que depende da vontade do próprio ser humano: seu livre-arbítrio.

E neste ponto é que as ações dos governos devem atuar com intensidade. Afinal, quando vemos a floresta amazônica ser destruída sem que haja nenhuma ação de reconstruí-la, quando vemos o represamento de rios para criação de lagos de usinas elétricas, quando existem outras formas de energia limpa, ou quando rios são cobertos por asfalto para o fluxo de veículos, não dando oportunidade à vasão das águas e as enchentes começam a aparecer, algo está errado e a natureza reage, às vezes catastroficamente.

E mais, quando fábricas jogam detritos pelas suas chaminés, destruindo a pureza do ar, ou dos lençóis freáticos, enfim, quando vemos a destruição abusiva preponderar por conta do lucro fácil, não estamos contribuindo para a evolução do planeta e muito menos para a qualidade de vida da população.

É por causa disto que esta coluna tem o título de “Só para pensar”. Mas não apenas pensar naquilo que descrevemos aqui, e sim, sobretudo, no que precisamos fazer para que isso pare de acontecer.

O ponto de partida para uma mudança efetiva de melhoria da vida que temos, é a escolha das pessoas certas para a condução de nossas cidades, estados e do país. Isto se faz na eleição, o instrumento universal mais justo, democrático e correto quando se quer que a sociedade siga novos caminhos capazes de conduzir a um melhor amanhã.

Afinal, é sempre atual a frase de Joseph de Maistre “Cada povo tem o governo que merece”, afinal, a escolha “é” o povo quem faz. Mas a ilusão mascara o juízo do ser humano e o povo se equivoca algumas vezes, outras não, porque o povo sempre tem esperança, e espera pelo bem, porque o Bem é Bom.

Mas não desanimemos, chegará o dia em que povo irá acordar, e aí, os maus governantes não conseguirão mais dormir.

Sérgio Motti Trombelli é professor universitário,
Pós Graduado em Comunicação e palestrante

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