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Educação e a ‘Democratização do conhecimento’

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Qualidade do ensino

Em 19 de março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente o projeto que buscava assegurar internet grátis a alunos e professores da educação na rede básica. Pelo texto, os recursos iriam beneficiar:

• alunos das redes públicas de estados e municípios cujas famílias estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico);
• estudantes matriculados nas escolas das comunidades indígenas e quilombolas;
• professores da educação básica das redes públicas de ensino dos estados e municípios.

Na verdade, até hoje não sabemos o motivo pelo qual a presidência optou pelo veto do projeto que vinha da Câmara Federal. Com isso, os alunos e professores das escolas mais carentes foram visivelmente prejudicados.

 — Leia também: Imutabilidade versus maleabilidade

Embora eu tenha ministrado aulas em escolas e faculdades particulares, a minha vida foi pautada, na maioria do tempo, em escolas públicas. Com isso, pude ver com meus próprios olhos que os alunos das escolas particulares tinham melhor formação do que os das escolas públicas e a grande diferença era que os alunos mais abastados do ensino particular, tinham mais acesso à comunicação, à internet, aos computadores.

No fundo, a diferença não era de capacidade intelectual entre eles, era porque as escolas públicas não possuíam material didático capaz de ampliar o horizonte de seus alunos.
Antigamente, dentro das escolas oficiais, quando eu fui aluno do colegial, as unidades educacionais possuíam laboratórios de Biologia, Química e Física.

Com o tempo, os governos estaduais foram diminuindo o interesse na formação dos seus alunos. Os laboratórios foram se acabando e o governo não fez reposição. Hoje, um aluno da quase totalidade das escolas públicas vê uma ameba, desenhada no quadro negro, os alunos de escolas particulares veem no microscópio; os alunos da escola pública não fazem experiências químicas, apenas tomam nota de como elas seriam; muito menos fazem experiências em física.

O ensino governamental, lamentavelmente, foi abandonado. Professores e alunos fazem mágica para que a aprendizagem aconteça. Os mestres deveriam não só ganhar mais, mas serem congratulados pelo empenho que possuem.

Foto: MCom/Divulgação

Agora, o mesmo governo acaba por fazer algo para corrigir isso. O leilão do 5G exigiu contrapartidas das empresas de telefonia que venceram as concorrências e uma delas tem a obrigação de levar a internet de banda larga a todas as escolas públicas do país. Uma iniciativa inteligente à qual devemos parabenizar e agradecer o governo federal.

Com certeza a escola pública poderá, com o tempo, preencher o vazio deixado pelos governos estaduais e oferecer uma educação com mais qualidade a todos os alunos do país.

Nosso povo merece isso. Não se trata de um luxo, mas de uma necessidade das crianças e jovens estudantes espalhados pelo Brasil. Ainda mais que outra vencedora na mesma licitação irá levar, finalmente, a internet 4G a todas cidades do país.
Com isto mais pessoas poderão se inserir no mundo da informatização, o que é fundamental para o aprimoramento da mão de obra daqui para frente em todo o mundo e no Brasil também.

Em termos educacionais, creio que estas ações podem ser consideradas as maiores benfeitorias que o governo Bolsonaro fez para a educação de nosso país. Dizem que vai demorar, não importa, leve o tempo que quiser, mas que aconteça!

A democratização do conhecimento é um grande passo para a melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros.

Sérgio Motti Trombelli é professor universitário,
Pós graduado em comunicação e palestrante

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