Só Para Pensar – Sergio Trombelli
Coluna discute clima global: Não dá para continuar
Não tem outra maneira. Ou a humanidade dá um jeito de mudar a sua forma de agir em relação à natureza, ou nossa geração e a vindoura acabarão deixando catástrofes irreversíveis para as gerações que virão.
Enchentes eram comuns em alguns lugares do globo. Todos sabíamos que nos países tropicais, as chuvas eram irregulares e fenômenos desta natureza ocorriam com mais frequência, mas hoje temos enchentes avassaladoras em várias épocas do ano.
Da mesma forma, países que tinham temperatura mais homogênea, passaram a ter temperaturas de 50 graus, o que era comum apenas nos desertos.
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Assim, o que temos visto é um desequilíbrio na temperatura climática. Na semana passada, chuvas assolaram países da Europa que não tinham estas catástrofes há mais de 100 anos. Na Alemanha, além das mortes, tivemos mais de 1.000 pessoas desparecidas, da mesma forma que na Bélgica, em Luxemburgo e outros países onde as enchentes foram terríveis.
No nosso país, cidades estão recebendo o que nuca tiveram: neve, o que é lindo, mas e depois, o que virá? Por outro lado, têm ocorrido muitos vendavais, ainda não são furacões, mas falta pouco, e vez ou outra destrói cidades nas mais diferentes regiões de nosso país com ventos acima de 100kh por hora. Incêndios devido a secura da vegetação (quando não são os criminosos) surgem aqui e acolá.
A Terra, esta nave que nos conduz pelo espaço, não é mais a mesma. O que precisamos entender é que existem dois mundos em verdade: o mundo daquilo que nos foi dado. Por quem? Por Deus, ou por qualquer que seja o nome do seu Ser superior conforme a sua religião. Este mundo é a base de onde se extraiu e vem se extraindo o que é fundamental para se dar suporte a um outro mundo: o mundo do ser humano.
Se o primeiro foi gratuito, generoso e democrático posto que é de todos, e perfeito por isso, pois foi criação divina; o segundo, o mundo criado pelo homem, não tem as mesmas características e nem os mesmos propósitos.
O ser humano é imperfeito, falho, predador e se volta a seus interesses imediatos. Não há natureza capaz de suportar a velocidade da ganância humana. Os antigos diziam que “um dia a natureza se vinga” e não há verdade maior do que esta, afinal estamos vendo o começo dessa vingança.
O mundo do dado, de Deus, não suporta mais a irresponsabilidade humana. A desculpa ridícula de que “o mal não será para agora”, “dá para extrair isso ou aquilo mais um pouco”, “é preciso se importar com a economia e o pão de cada dia” não se sustentam mais, porque é previsível que a vida caminha aceleradamente para um final triste, onde os filhos dos filhos de nossos filhos pagarão uma conta da qual não têm responsabilidade alguma.
A herança que estamos deixando é lamentável. Isto sem contar com as possibilidades das doenças, onde a atual pandemia dá mostras do que pode impor à raça humana.
Por isso, fica fácil ver que o maior problema que temos em mãos hoje é a preservação da natureza, a preservação deste mundo que nasceu perfeito e ecologicamente organizado. A ecologia é uma ciência divina porque foi feita com o equilíbrio do conhecimento divino.
Não queiramos nós, seres ínfimos, imperfeitos e ignorantes perto do saber maior, impor uma nova maneira de ser naquilo que Deus criou.
E isto não é ser careta, é ser realista. Isto não é ser moderno, não é ser entusiasta da Inteligência Artificial, não é ser empreendedor do progresso. É burrice humana, cujas consequências, caso não se mude o rumo, serão desastrosas em muito pouco espaço de tempo.
Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário, Pós Graduado em Comunicação e Palestrante
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