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Coluna – O brasileiro, esse herói

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Herói é o termo atribuído ao ser humano que executa “ações excepcionais’, com “coragem e bravura”, com o intuito de “solucionar situações críticas”, tendo como base princípios “morais e éticos”. E mais, um dos sinônimos de heróis no dicionário é “mártir”.

Daí ficar eu pensando: o brasileiro, de fato é um herói. Tanto assim que vejamos.

Sua “ação excepcional” é conseguir viver neste país, e apesar das dificuldades, viver com “coragem e bravura’. Seu grande problema é manter-se, e manter sua família com alimento, saúde, educação, segurança e ele consegue, às duras penas, “solucionar situações críticas”, mantendo a “moral e a ética”, porque, a despeito das carências e injustiças, a maioria dos brasileiros é ordeira, trabalhadora, sem descambar para a violência e a bandidagem.

— Leia também: Coluna Patriotas e mercenários

Registre-se, alguns não aguentam, e aí…

É impossível com a arrecadação estupenda de trilhões que o governo mantenha situações como estas:
– em entrevista na TV, uma menina disse que a mãe precisa de uma ultrassonografia de abdômen total, e foi marcada para dezembro; (!)
– cirurgias que são urgentes não encontram agenda e espera-se na fila;
– o salário mínimo é 127 vezes menor do que o ganha de um deputado federal,
– apesar das críticas ao governo anterior, para cada votação difícil, bilhões são entregues em emendas a deputados e senadores;
– faltam creches em muitos municípios deste país;
– o custo de vida segue sua carestia habitual. Quando chove o preço de alguns alimentos aumenta, e aí quando vem o sol eles continuam caros;
– a educação dos filhos está muito distante da real educação que de fato instrui, educa e possibilita formação para a busca de empregos;
– os empregos vivem numa gangorra, caem e sobem conforme a politica caminha;
– andar nas ruas é uma loteria. Todos correm perigo, à exceção de políticos, empresários, banqueiros, que podem ter seus seguranças particulares;
– o transporte é uma lata de sardinha e custa caro;
– as favelas aumentam e o ritmo de construção de casas populares é lento, jamais vai alcançar a carência nacional que está na casa de milhões de unidades;
– de quando em vez, um conjunto habitacional é entregue. O último era de casas com 15metros quadrados. Meça na sua casa: 3 metros x 5 metros. Quem consegue morar assim?

Vamos parar por aqui, porque quanto mais pensamos, mais vemos de fato que o brasileiro é um herói. Digo vemos porque as pessoas em geral sabem disso, menos os governos que nunca entendem assim e julgam que estão fazendo o máximo.

Não falo deste governo apenas, falo de todos os passados que adotaram o dito popular “vamos deixar como está para ver como é que fica”.

Há algumas semanas, como desabafo, falei que escreveria sobre outros temas porque falar de política não dá, é desgosto atrás de desgosto. Depois, mudei de opinião, e cá estou uma vez mais falando em política social.

Mas hoje estou convicto de que devo mesmo falar de outros temas também, mais construtivos, religiosos se for o caso, estimulantes. Afinal, se todos ficarmos pensando e mostrando o que existe, vamos ter que admitir que também sabemos e não fazemos nada, não podemos fazer nada, para ajudar os heróis nacionais.

Por isso, salvo momentos e temas especiais, meu caro leitor, chega de política sempre, esta coluna vai mudar um pouco o seu rumo.

Aos que gostam de política deixo meu abraço e o meu obrigado pela leitura até hoje, se forem buscar matérias de outros articulistas. Aos que querem tentar nos acompanhar, caso a editoria, querida e amiga deste jornal, assim o permitir, virei semanalmente com linhas de estímulo e esperança, o que, sinceramente, não faz mal a ninguém.

Até!

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante

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