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novembro

Só Para Pensar – Sergio Trombelli

Coluna Só Para Pensar: O trabalho e as eleições

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“Meu pai trabalha até hoje, e eu trabalho também” – João 5:17

Na verdade, o que é o trabalho? É todo e qualquer esforço, conduta, construção humana que produz um resultado. Claro está que o bom trabalho produz bom resultado; o mal, produz o caos, os malefícios de toda sorte. Assim, o bom trabalho edifica; o mau, destrói.

É o que vemos todos os dias por todos os lados. Trabalhadores cônscios de suas obrigações, por mais simples que sejam, edificando o mundo atual no sentido de torná-lo melhor à sociedade, e de outro lado, os oportunistas que fazem da sua inteligência um instrumento do mau trabalho. Daí o roubo, os assassinatos, a injustiça social, enfim.

Os astros, os seres unicelulares, o vegetal, o animal e o homem, todos (de acordo com sua programação, sua espécie) têm obrigação de trabalhar, como cocriadores do Universo, impulsionando a força do progresso, que também é uma Lei da Natureza, conforme nos ensina a doutrina cristã, haja vista o versículo em epígrafe acima: Deus trabalha até hoje. Assim, o trabalho é função do ser humano, afinal, cada profissão tem espaço e obrigação dentro da comunidade.

Quanto mais avançada a sociedade, mais ela obriga o homem a trabalhar, porque aumenta as suas necessidades e os seus prazeres. Por isso, não é somente o trabalho físico que é considerado trabalho. O Espírito também trabalha, como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho e isso Kardec nos ensina muito bem.

Por esta razão, é preciso que, quando trabalha, o ser humano faça o bem no limite de suas forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer.

Responderá não apenas por não fazer a sua parte, mas pelas consequências advindas da sua omissão, ou da sua má-fé, e esta é a significação mais grandiosa do trabalho, pois transcende ao ato do trabalho em si mesmo.

O que somos é um presente de Deus a nós e o que nos tornamos é o nosso presente para Ele. E saibam, somente o trabalho espiritual e material nos modifica para melhor e assim podemos presentear a Deus. Afinal, Ele merece, ou não?

Por esta razão é que todo ser humano precisa trabalhar para ganhar dignidade frente aos seus familiares e a si próprio. Não sou contra programas sociais que todo governo deve ter para atender aos mais necessitados. As tais bolsas, família e outras tantas. Mas elas devem vir acompanhadas da possibilidade de dar ao ser humano uma oportunidade de subsistir por si só, isto é, capacitá-lo a ser produtivo e útil ao tecido social.

Por isso, o Bolsa-Escola, criado por Cristovam Buarque quando foi governador do Distrito Federal, o primeiro auxílio do gênero no país, foi o melhor de todos, porque recebia quem mantinha o filho na escola. Não era uma esmola, era um compromisso educacional entre o estado e a família.

Depois disso, o que se tem visto são doações que nada pedem em troca. Pegue um poderoso felino qualquer. Um tigre, trate-o com alimento dado desde o seu nascimento, preso num zoológico e depois de adulto, solte-o na floresta. O resultado será desastroso, porque ele não estará acostumado a ser o predador que sua natureza o dotou.

Os seres humanos que vivem somente da esmola do poder público perdem também sua capacidade de trabalho. A finalidade disto é manter pessoas impotentes para viverem por si sós.

Desta forma, se tornam dependentes do governo do momento, o qual exige o voto para a perpetuação dos mais espertos, que lhes trazem o pão de cada dia sem oferecer junto uma chance sequer de ser uma pessoa que possa viver com dignidade.

Nada pedem, nada dão de instrução. Isto transforma os seres humanos necessitados em reféns dos políticos. Somente quando o espírito evolui, exige a necessidade de ser produtivo para que o equilíbrio universal seja mantido.

Quando o governo atua para escravizar os seres humanos, é como se um pai deixasse de ensinar a seu filho a necessidade de ser útil para o bem social. Este pai estaria prestando uma má educação.

Da mesma forma, o governo que apenas dá esmolas, deseduca e desprepara a sua sociedade. A história antiga de dar o peixe ou a vara de pescar ainda é mais atual do que nunca. Dar a vara sem ensinar a pescar é um erro, uma falácia, porque não sabendo pescar, o ser humano passará fome.

Mas dar o peixe sem nunca ensinar a pescar é falácia maior ainda, pois acostumará o ser humano a receber sem nada produzir, despreparando-o para a vida como um tigre enjaulado.

Agora, no momento em que novas eleições se aproximam, os governos se preparam para dar mais e mais peixes. Aliás, uma nova PEC se aproxima cuja finalidade é aumentar o teto de gastos do governo.

Com isso, vai sobrar uma enormidade de dinheiro que servirá para bolsas disto ou daquilo e com isso a captação do voto dos eternos necessitados que nosso país produz a cada ano, e alimenta a cada eleição.

A conduta do aumento do teto se prepara para acostumar o eleitor brasileiro a ser cada vez menos um ser humano para se tornar mais um farrapo humano, sem dignidade alguma.

“Somente o nosso trabalho coletivo pode engrandecer ou destruir o organismo social; só o organismo social pode nos tornar individualmente grandes ou miseráveis”, Emmanuel.

Sérgio Motti Trombell é professor universitário
Pós graduado em comunicação e palestrante

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