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novembro

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Coluna: Tempo de reconstruir

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Acabada a eleição, o país vive uma imensa colcha política de retalhos. De um lado, a transição, cujas atenções caminham em torno das questões orçamentárias, ou então, a análise de como irão conviver as ideologias dos notáveis convidados para compor o time que vai pensar o país.

Lula no Egito, e Bolsonaro, que é presidente, manda uma delegação de pessoas. Marina Silva faz encontro na COP e volta a ter notoriedade no meio da ecologia, clima etc.

Por outro lado, Bolsonaro se solidifica como sendo um líder nacional de fiéis seguidores: as manifestações continuam, e com força, inclusive com empresários financiando todo o processo. O bolsonarismo veio para ficar.

Em Brasília, partidos se posicionam e o grupo de Lula que estava com 8 siglas já está com 14 – todos querem estar na “boquinha do poder”. E mais outras questões, inclusive, mas que não sabemos e poucos sabem, embora o futuro diga respeito a nós, os últimos sempre a saber.

Contudo, a coisa mais importante é pensarmos o que queremos para o amanhã. Por isso, é de fato, o tempo de reconstruir. Acabada a disputa, as contentas devem dar lugar a um posicionamento de convergência de atitudes já que o que está em jogo é a administração do Brasil com vistas a solucionar as carências de nossa sociedade.

Claro que a oposição é legítima, e mais, deve existir a fim de não deixar o governo como absoluto soberano, imaginando que apenas a sua cabeça seja capaz de pensar as melhores condutas a serem tomadas.

Daí ser fundamental o entendimento de que vivemos um momento de reconstrução, e diga-se, em várias áreas, afinal se muito foi feito, muito ainda precisa ser feito para que o país possa alcançar aquilo que todos almejamos : vida segura, saudável, emprego, salário no bolso, mais alimentação, justiça, cultura, casa própria, ufa! e mais, mais, mais.

Contudo a maior dúvida que todos, digo TODOS, neste país querem saber: o orçamento secreto vai continuar? Os 18 bilhões serão finalmente gastos com a nossa população ou continuarão servindo para as benesses que os senhores políticos terão do governo para gastarem a seu bel-prazer? Isto não pode continuar porque é uma imoralidade.

Construção e reconstrução, embora tenham afinidade, são coisas diferentes. Construir é partir do zero, mas reconstruir é partir de algo que já existe. Se na reconstrução algo já foi feito e talvez requeira menos trabalho, por sua vez, reconstruir implica em mudar hábitos ruins existentes. E neste país do Cruzeiro do Sul os maus hábitos são muitos…

Assim, o diálogo construtivo se impõe em momentos como este, quando a expectativa do povo é alta frente aos problemas atuais.

A revista on-line “Aleteia” traz uma matéria interessante da qual me permito a transcrever os aspectos fundamentais. O primeiro começa com uma análise sobre dois modos de superar as divisões, e mais do nunca, com a polarização o Brasil de fato, ficou dividido.

“O modo mais frequente de se construir o diálogo entre posições antagônicas é buscar os pontos em comum e abstrair os diferentes, procurando os consensos. Esse método, “horizontal”, é, sem dúvida, prático e eficiente na maior parte dos casos. Contudo, não funciona quando as oposições se tornam muito arraigadas, os ressentimentos são muito fortes e as visões de mundo se apresentam como muito dispares”.

E mais, … “neste caso, o diálogo pressupõe um outro método, “vertical”: mergulhar até o íntimo das próprias convicções, procurar entender e explicitar os anseios mais profundos de cada um dos interlocutores. Em primeiro lugar, nós mesmos temos que mergulhar em nós mesmos, superarmos as capas ideológicas, os desejos desordenados, as ilusões enganosas, para encontrarmos aqueles anseios de amor, felicidade, realização e liberdade que são a razão de ser mais profunda de nosso agir no mundo. Diante desses anseios, nos descobrimos desarmados, mas abertos e fascinados para com a beleza do Amor que, de modo nem sempre evidente, inunda toda a realidade”.

Como se vê, um precisa do outro nesta tarefa de reconstrução, e o Brasil precisa de todos.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante

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