Coluna: Um pouco de luz, finalmente

Duvido que houvesse neste país quem aprovasse o tal orçamento secreto, a não ser os senhores deputados e senadores, os beneficiários indevidos do dinheiro público.

Cerca de 19 bilhões. Isto é muito, repito, muito dinheiro indevido nas mãos daqueles que fazem as leis e as fazem em seu próprio benefício.

Segunda-feira passada, dia 19, deve entrar no calendário da moralidade brasileira. O Supremo Tribunal Federal, o velho e bom STF, execrado por tantos e tantos fanáticos, além de indivíduos desprovidos de conhecimento e consciência, acabou com a espúria emenda de relator, “o secreto”, aquele orçamento que ninguém sabia a quem era dado, para quê, onde, quando, e por quê, mesmo o dinheiro sendo fruto dos impostos deste nosso povo paciencioso e sofrido.

Agora as emendas serão de todos os parlamentares e haverá normas para serem gasta, um avanço dentro da política nacional. E mais, um orçamento que tornava poderoso o Presidente da Câmara dos Deputados, cuja prerrogativa era distribuir dinheiro a seus apaniguados sem prestar contas nenhuma a ninguém.

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Não que a política nacional esteja no ponto ideal (se é que existe) falta muito, como veremos, mas é algo de bom para o povo brasileiro.

Este povo carente de saúde, emprego, comida, educação de qualidade, transporte mais humanizado, falta de casa própria não podia nada fazer, porque “era a lei”, e assim via encher de riqueza mãos indevidas, ao longo dos últimos anos, quando esta mesma riqueza poderia ter diminuído o sofrimento da nossa população com os bilhões anualmente dados, esta é a palavra, dados, aos políticos para que fizessem uso em suas campanhas e em outras ações que não ouso nominar.

Por isso, a matéria desta semana é curta, apenas um preito de louvor e agradecimento. De fato, em momentos como este, é que chego a pensar que Deus é realmente brasileiro. Ele tarda, por vezes, mas não falta.

E quando vem, traz luz às cabeças escurecidas dos detentores do poder político desta nossa Pátria, afinal, o que ela mais merece é que haja uma luz no final do túnel, capaz de diminuir o sofrimento de mais de 200 mil brasileiros.

E, por favor, Senhor, que este túnel não seja longo.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante