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novembro

Só Para Pensar – Sergio Trombelli

Confira o assunto da semana da Coluna Só Para Pensar: Todos Juntos

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Com a instalação da CPI, surge a possibilidade de se descobrir como nosso país chegou ao estado atual desta pandemia. Não há dúvidas que aconteceram equívocos e omissões, mas, se por um lado, serão apontados culpados, que deverão pagar pelos seus erros; por outro temos a esperança de que com a CPI possamos encontrar soluções capazes de redirecionar o Brasil e colocá-lo num rumo mais racional e eficiente.

Veja bem, geralmente quando catástrofes assolam uma região, um estado, um país, a conduta mais adequada é a união em busca de solucionar o problema, pois o perigo instalado atinge a todos indistintamente.

Infelizmente não foi o que vimos acontecer no Brasil. Logo depois que a crise pandêmica se instalou, alguns dos players políticos começaram a agir isoladamente, com conceitos próprios e condutas pessoais.

Leia também: A Função Social de Cada Um – Coluna Só Para Pensar

O resultado foi que o barco, em que todos estávamos, passou a ter remadores que faziam força para lados diferentes, e a embarcação ficou parada no porto, com todos dentro, salvo raras exceções que conseguiram pular fora.

Depois, mais fatos se instalaram e ampliaram este caos. Negacionismo e oportunismo político, afloraram e se radicalizaram a ponto de tornar o diálogo nacional impossível na busca de um consenso.

Hoje, o que vemos? Faltam vacinas, escolas fechadas, kits de intubação se esgotando com prenúncio de desfechos trágicos, desrespeito ao isolamento, falta de oxigênio e não são poucas as cidades com carência – dizem que chegam a mais de 1000 – sem poder dar continuidade aos intubados.

Com isso, pela primeira vez, veio a público uma determinação da Associação Médica Brasileira, AMB, para que se fizesse escolha de pacientes que receberiam atendimento completo. Uma medida que só ocorre em guerras, e o médico, além do sacrifício que faz na linha de frente, tem que assumir a escolha terrível entre a vida e a morte dos internados. Um peso muito grande a uma categoria que muito vem fazendo por todos nós.

A trajetória exemplar que nosso país conquistou internacionalmente, construída ao longo de décadas, foi desmanchada na insanidade de um Ministério de Relações Exteriores que tínhamos, e hoje não conseguimos retomar diálogo com países amigos que poderiam nos ajudar nesta hora terrível pela qual passamos.

E o resultado já começou a aparecer: o Presidente Joe Biden, envia um representante seu para uma maior aproximação dos EUA com a América Sul, cuja agenda é visitar Colômbia, Argentina e Uruguai, e o Brasil ficou de fora, o maior país do cone sul. Some-se a isso o conceito que o Brasil tem na questão do meio ambiente, como veremos na Cúpula do Clima, podemos perguntar, já somos um pária internacional?

O jornal The Guardian da Inglaterra, em editorial, disse que o Brasil é um perigo mundial, e na semana passada, tivemos notícias de que nossa cepa do vírus, a P1, já se espalha por alguns países vizinhos.

O Brasil parece mais um trem desgovernado rumo a um ponto que ninguém pode prever qual seja, porque carrega nos vagões quase 400 mil mortes.

Neste contexto, é preciso recuar, isto mesmo, recuar a bem de todos, amenizar os ânimos, buscar caminhos e defenestrar a burrice teimosa que se instaurou entre as partes corresponsáveis deste caos.

Aqueles que entraram em combates políticos devem esquecer 2022. Os partidos devem abrir mãos das exageradas benesses das emendas parlamentares, além de outros favores. Os partidários nas redes sociais devem baixar o tom, pois qualquer incitação ao extremismo é negativa e, sobretudo, perigosa.

A sociedade deve acatar as normas sanitárias que os especialistas e epidemiologistas aconselham, enquanto que o governo deve pensar primeiro no povo, abrindo linhas de crédito aos pequenos empresários, e auxiliando financeiramente os necessitados que precisam contar com recursos de verdade e não migalhas, que só humilham e não aplacam a fome

O Brasil tem cerca de 25 milhões de pobres, 10% da população – não sei como os governantes conseguem dormir com um peso destes na consciência.

A responsabilidade é de todos e começa com cada um, por isso todo cidadão brasileiro, deve cumprir sua parte em respeitar a preservação da saúde SUA, de SUA FAMÍLIA e de SEUS SEMELHANTES, obedecendo as normas e o isolamento, tomando a 2ª dose da vacina, procurando fazer parte das soluções em vez de aumentar os problemas.

O que eu gostaria de ver era os atores deste quadro horrível esquecerem as disputas políticas, esquecerem os oportunismos que a crise oferece para se ganhar votos ou mais dinheiro. Não é justo para com nosso povo, não é humano, não é uma conduta que faz por prevalecer, com certeza os desígnios de Deus, da fé, e não me venham dizer que a espiritualidade não atua neste momento.

Ela é única que pode despertar humanismo na conduta das pessoas para serem melhores do que têm sido, e isto se faz com ação no cotidiano da vida, comunitariamente, e acima tudo com obediência civil às normas de proteção contra o vírus.

Se, após apurados os fatos na CPI, reconhecermos os erros e corrigi-los, em vez de somente apontar o dedo; se reconhecermos os acertos e multiplicá-los, sem a vaidade da autopromoção, será possível minorar a dor, minorar a pandemia, salvar mais vidas e nos mantermos juntos, com um só propósito: preservar a vida de nossa gente e dar um rumo mais esplendoroso a nossa Pátria.

Afinal, ela merece.

Sérgio Motti Trombelli é professor universitário
Pós-Graduado em Comunicação e Palestrante

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