Guarujá em Foco
CRPI completa 60 anos salvando vidas e mudando histórias, em Guarujá
Entidade já atendeu milhares de crianças e adolescentes, sendo peça vital no tratamento de pessoas com deficiências físicas, múltiplas e neurológicas, e no fomento à inclusão social por meio da educação
De Guarujá
O Centro de Recuperação de Paralisia Infantil e Cerebral de Guarujá (CRPI), celebrou na quarta-feira (23), 60 anos de fundação, transformando vidas e propiciando inclusão social. A entidade realizou ações comemorativas com pais e assistidos.
Atualmente, o CRPI atende mais de 400 crianças e adolescentes de forma gratuita na área da saúde, educação e assistência social, em parceria com a Prefeitura de Guarujá. A organização proporciona tratamento reabilitacional para jovens com alterações neurológicas congênitas ou adquiridas, como paralisia cerebral, síndromes e outras que comprometem o desempenho motor.
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Ao longo de sua história, foram milhares de vidas impactadas. Uma delas é do próprio presidente do CRPI, Reginaldo Pacheco. Quando criança teve poliomielite, a paralisia infantil, e fez tratamento onde hoje preside.
“Isso é uma devolução que tenho a oportunidade de fazer daquilo que a instituição me possibilitou quando eu era pequeno. Fui tratado e alfabetizado aqui e, tempos depois, volto para retribuir”, contou.
No local, a área da saúde é ampla. A entidade possui pediatra, neurologista, ortopedista, dentista, fisioterapia respiratória e motora, psicóloga, fonoaudióloga, terapeuta ocupacional, hidroterapeuta e assistência social. Todos os pacientes podem ser tratados de duas formas: em grupo de assistidos com patologia específica, ou individual.
A coordenadora de saúde do CRPI, Daiana Barros, sente orgulho de todo o trabalho. “Existem casos de crianças que chegam aqui com um diagnóstico de que teriam apenas um ano de vida. Quando começamos o tratamento e nos deparamos que elas já alcançaram os 12, 13 anos de idade, entendemos qual é a missão de nossas vidas”, afirmou.
Além da saúde, a instituição proporciona a parte educacional. As crianças recebidas passam por uma avaliação e, apresentando deficiência intelectual ou autismo leve, por exemplo, são encaminhadas para inclusão social, em escolas tradicionais.
“Quando a criança tem paralisia cerebral, ela faz toda a parte educacional conosco. O ensino fundamental vai dos 4 aos 16 anos. Após isso, ela já passa para outra etapa de ensino, que visa a autonomia para seguir a vida adulta”, salientou Carina Lima Tavares, diretora escolar.
Frutos
Das mais de 400 crianças que a instituição atende nos dias de hoje, muitas histórias de superação foram conhecidas. Uma delas é de Caroline Alves, mãe de Henry Pietro, de 1 ano e 3 meses de idade.
“Ele nasceu com síndrome de down e já o encaminharam para o CRPI. No início, eu não aceitei, pois achava que era um bicho de sete cabeças. Mas aqui tive todo o suporte para entender o down e as necessidades que meu filho tem”, contou.
Tamires de Souza Otero é mãe de duas meninas. A mais nova, Aylla, de 10 meses, faz tratamento na unidade. “Quando ela nasceu, vi que tinha um olho maior que o outro. Isso me alertou, então a trouxe para o CRPI. Ela demorou mais que o normal para engatinhar, entre outras coisas. Estamos aos poucos tendo um diagnóstico mais correto, mas começamos a fisioterapia e ela já evoluiu bastante”, comemorou.
CRPI
Foi fundado em 23 de agosto de 1963 por Steffi Leonore Asch, uma paulistana de origem alemã. Bailarina, sofreu uma queda e ficou com sequelas que a impediram de seguir na dança. A partir disso, dedicou a vida à construção da instituição, que há 60 anos proporciona, gratuitamente, reabilitação física, desenvolvimento pedagógico e inclusão social a crianças e adolescentes com deficiência.
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