Só Para Pensar – Sergio Trombelli
De volta à CPI – Só Para Pensar
Já foi dito que existem três assuntos sobre os quais não cabem discussões: religião, futebol e política. E por quê? Porque são questões de foro íntimo. A religião é uma estrada que nos conduz ao Criador. Ter fé é algo profundamente pessoal, o Deus de cada um diz respeito apenas a cada um.
O futebol é uma forma de participação na paixão nacional que é o futebol. Gostamos de um time e na vitória ou na derrota somos fiéis a ele, por melhor ou pior que ele esteja. A política é uma questão de esperança na realização dos sonhos que almejamos para nossa cidade, estado ou país.
–– Leia também: O assunto é CPI – Coluna Só Para Pensar
A escolha em um candidato, achar que ele será capaz de realizar seus sonhos, melhorar a sociedade e levar o município, o estado ou o país a um lugar ideal que você imagina, também é pessoal.
Contudo, justamente são estes três temas que suscitam os mais acalorados debates. E não adianta. Por mais convidativos quem sejam os convites, as pessoas de fé ou de paixão pelo futebol se mantêm fiéis às suas origens.
Contudo, já na política, as coisas não são assim. A troca de partidos, conforme as conveniências e interesses pessoais é uma constante. Raramente vemos políticos que se mantiveram fiéis às suas origens partidárias, embora existam alguns.
No fundo é o que temos visto na CPI. O que desfila nas telas da TV são debates que levam em conta apenas o interesse. É o debate eleitoral de 22 antecipado. E não só a oposição, mas o governo também. Há os críticos incondicionais do palácio e os apoiadores incondicionais do governo. Paixão? Duvido!
A CPI, indiscutivelmente, trouxe aos lares brasileiros uma visão mais ampla desta pandemia e de como ela está sendo administrada. Foram apontados erros, muito dinheiro foi gasto inutilmente, gestores foram incompetentes, e agora, há a possibilidade de corrupção.
As passeatas, nas ruas de todo o Brasil no último final de semana, já começaram a falar deste tema, e nesta quarta-feira, dia 7, os fortes indícios de corrupção no Ministério da Saúde redundaram numa prisão por perjúrio de um depoente na CPI.
Tudo muito nebuloso.
O resultado da incúria geral nesta pandemia foi o número absurdo de mortos que caminha aceleradamente para 600 mil. Esta conta não possui preço que pague, mas existem culpados que precisam ser identificados.
O que fica claro é que existe uma disputa de poder, em meio às inquirições que almejam o descobrimento da verdade dos fatos. Paixão, compromisso e até interesse é o que todos deveriam demonstrar pelo Brasil. Ter paixão pela terra, pela Pátria; compromisso para com o povo que os elegeu; e interesse em solucionar o problema em vez de tumultuar e aumentá-lo ainda mais.
O Brasil teve estadistas – antes – hoje tem eleitos. Nada mais que isto. Os verdadeiros políticos são aqueles que não se esquecem de quem os colocou lá: NÓS!
Os apenas eleitos não pensam no povo. Existe uma diferença muito grande em ver o melhor para o Brasil e ver para si mesmo dentro do melhor para o Brasil. Todos querem mostrar que são os tais para justificar seus interesses.
Estão errados, o grande objetivo aqui é o nosso país e não querer ser uma estrela brilhante para vencer o debate do dia. O astro deste filme é o Brasil, os demais são todos coadjuvantes, e os papéis que estão desempenhando neste filme está muito pobre.
Espero que o povo perceba isso e saiba escolher em 2022 pessoas com dignidade e amor à Pátria. Nem todos que lá estão são apenas eleitos. Existe gente boa e nós devemos estar atentos ao filme “A CPI” para reconduzir quem merece ficar e expulsar os que apenas pensam em si mesmos.
Assim, preste bem atenção a quem você vai dar o Oscar no final de tudo.
Sérgio Motti Trombelli é professor universitário,
Pós Graduado em Comunicação e Palestrante
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