Desde pequeno, e lá se vão setenta e tanto anos, ouço dizer que haverá o final do mundo, o Dia do Juízo Final.
De início, corre de boca em boca um vaticínio que ‘a 2.000 chegará, mas de 2.000 não passará’. Muitos temiam a virada do milênio, mas qual o quê. Passou. Ou quem sabe não, afinal ainda será 2.000, em 2.999, 23 horas e 59 minutos. Até lá os alucinados daquele dia ainda podem ficar esperando…
Hoje, em muitas religiões, o Armagedom está logo ali, virando a semana, o mês ou no próximo ano, e qualquer fato extraordinário é um sinal aterrador. Há pouco tempo foi um tsunami, depois, o calendário Maia, mais perto, foi a Covid. Agora são as quedas de aviões, a talvez morte do Papa, que apesar da torcida de alguns, luta bravamente
pela vida, que Deus o mantenha firme.
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Contudo, nada mais assustador para deixar até os mais incrédulos sobre o final do mundo do que o encontro de Zelensky e Trump na última semana. Antes de mais nada, uma pantomima, uma chanchada da antiga Atlântica jamais vista entre dois líderes de nações deste globo. E não foi às escuras, afinal as TVs do mundo todo
transmitiram ao vivo.
Vamos deixar de lado os apelos de mais ou menos mísseis capazes de matar mais ou menos gente, e até o interesse dos EUA nas terras ricas da Ucrânia repletas de minerais estratégicos como o lítio e titânio, além outros minerais para uso tecnológico. Vamos nos fixar na indagação de Trump ao presidente da Ucrânia se este estava interessado
em iniciar a 3ª Guerra Mundial.
E, pasmem leitor, leitora, nunca estivemos perto disso. Não é exagero, é constatação. A hegemonia americana está ameaçada pela China no comércio e na tecnologia mais avançada; a Rússia está incrivelmente abastecida de armas nucleares, e para entrar neste imbróglio, Zelensky foi se aquartelar na Europa, no Mercado Comum Europeu, cuja disponibilidade bélica nem cócegas consegue fazer nas três grades nações a saber: EUA, China e Rússia.
Êpa, falha minha, em termos de guerras, EUA e Rússia + China, já que são aliados.
Na reunião europeia, estavam países historicamente comprometidos com os EUA, mas que começaram a ser ameaçados nas transações de importação por Trump, o que significa que aliados históricos não estão mais tão ligados ao Tio Sam assim.
Ademais, a Europa, o chamado Velho Mundo, guardião da Cultura e das grandes religiões ocidentais, em termos bélicos podemos chamar aquele continente de Velhíssimo Mundo. Da reunião saiu o compromisso de ajudar a Ucrânia contra a Rússia, e o compromisso dos países em buscar mais armamento do mercado internacional, uma declarada conduta belicosa.
Se, de fato, ocorrer a 3ª guerra, é bom que digamos aqui, será a guerra sem vencedores, porque a possibilidade do extermínio de grande parte da raça humana é mais do que certo.
Justamente agora, quando a maravilha da Inteligência Artificial, que poderia atuar na melhoria da vida do ser humano, terá sua prova de fogo na busca da exterminação do próprio ser humano. Dá medo, mas quando a cabeça dos poderosos decide o corpo dos pequenos é que sofre. Por isso, mais que torcida, valem preces para que isso não aconteça.
Afinal, se a guerra vier de fato, até os mais incrédulos devem começar a pensar que o desequilíbrio, a insanidade, a ganância de alguns seres humanos poderão levar a raça humana ao seu final. Por isso, ao final destas linhas até mesmo eu, um dos incrédulos fico pensando que pode realmente ser o Armagedom.
Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão.
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