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Guarujá em Foco

Eles mereciam mais

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Sérgio Motti Trombelli

Claro que cada um de nós, guarujaenses, estamos preocupados com o futuro de nossa cidade, e consequentemente, com a eleição deste ano. Tudo vai depender daqueles que comandarão nossa cidade nos próximos quatro anos.

»» Leia também: A implosão

Contudo, mesmo não sendo moradores de São Paulo , esta cidade nos interessa, afinal, é a maior metrópole do país , uma das maiores do mundo. Quando tudo por aqui não dá certo, recorremos àquela super-cap.
Médicos – nos melhores hospitais do Brasil ; compras por atacado na 25 de Março, Bom Retiro, Zona Cerealista ; Cultura -nos teatros as peças internacionais, grandes musicais; educação – passar na USP, na PUC é o Top; além de que para uma centena de outras coisas , sempre nos recorremos à cidade de São Paulo.
Por isso, mesmo não dependendo de nós, e nem de nosso voto, São Paulo merece nossa atenção.

Infelizmente, o que temos visto neste processo eleitoral é um descalabro total, com debates ridículos, onde o melhor é aquele que desqualifica os oponentes ao invés de mostrar o seu valor pessoal.

Aliás, Mário de Andrade nos brindou com uma coleção poética chamada “Pauliceia Desvairada”; uma coleção de poemas publicada em 1922.

Claro que a visão do poeta é mais cultural, mas se buscarmos entender nas linhas, e sobretudo, nas entrelinhas dos poemas temos um prenúncio do que estamos vendo hoje: um desvario, total nesta campanha da pauliceia desvairada.

Semana passada, comentei nesta coluna que se Pablo Marçal não mudasse a conduta dele, perderia. Contudo, pasmem, se tornou mas agressivo, mais marqueteiro, e acaba conduzindo o debate num tom de pantomima vulgar, como se fosse capítulo de uma novela, cujo título poderia ser “A doçura do caos”, mesmo existindo o gosto de se lambuzar de muitos que se encantam com isso, se confirmou o que eu disse. Na pesquisa do início desta semana, Marçal caiu. Resta saber se foi momentâneo ou uma tendência.

De outra parte, a cadeirada de Datena, que após o feito, surpreendentemente, subiu nas pesquisas. É isso que os eleitores desejam? Que haja violência, se não verbal, que se veja a física. Então, não há limites.

Agora pancadaria, mas antes , fatos pessoais da vida de cada oponente, mentiras, insinuações, ofensas, tudo isso faz o script dessa novela de horrores, a qual damos o nome de campanha paulistana.

No começo, foi a surpresa Marçal, cujo único caminho que possuía e possui ainda é o desacato para encobrir sua falta de projetos municipais (salvo os mirabolantes teleféricos) . E o povo, que já amou Tiririca, como o máximo da ignorância, veio amar Marçal, o máximo da inteligência. Depois da cadeirada estão começando a amar Datena, o machão. E daí, “a boa escolha do futuro que se dane, eu quero é circo”!

A permissividade da lei eleitoral, é salvo-conduto para o agressor. O agredido fica impotente, apenas acenando com processos que irão demorar para bem mais além do prazo da votação, quando a escolha já foi feita, aí “Inês é morta”.

Agora, corre por aí um ditado vazio que: em vez de planos, as campanhas nem têm a predisposição para apresentar algo em prol da população dando lugar a um texto errático. Então, vale dizer que texto sem contexto é pretexto para nada dizer e não se responsabilizar sobre o futuro dos paulistas.

Por isso, é pena. São Paulo, afinal, é o Brasil dentro de um estado. E este povo paulista, por nascimento, ou por escolha, para quem não sabe, sofre muito. São Paulo é competitiva. Os que dormem no ponto não sobem na carruagem e a vida passa e, atrás dela, vem a fome, o salário magro, a violência, a deseducação e aí vai… pra onde?

É muito luta num aglomerado de pessoas que tem esperanças, mas que por falta de entendimento, ou muita credulidade, são incapazes de fazer a escolha certa. Pena, eles mereciam mais.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão.

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