Só Para Pensar – Sergio Trombelli
Em benefício próprio
Sérgio Motti Trombelli
Num país, onde, a cada dia, o caos se sobrepõe ao bom senso, estamos vivendo constantemente com os interesses de poucos sendo mais importantes do que os interesses de muitos.
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O governo alardeia que para 2025, o salário mínimo será de R$ 1.502, uma alta de 2,6% acima da inflação. Que escárnio!
Em meio a esta notícia, correm outras que muitas vezes o brasileiro comum, atarefado com as dificuldade do dia a dia deixa escapar.
Por exemplo, leia-se na matéria de Josias de Souza, uma artimanha que caminha a passos largos em Brasília:
“A Comissão de Constituição e Justiça aprovou proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que empurra para dentro do texto constitucional um privilégio que havia sido extinto há quase 17 anos.
Chama-se quinquênio. Consiste num aumento automático de 5% no salário de juízes, procuradores e outras categorias vinculadas ao Judiciário a cada cinco anos. A mamata não tem nenhuma conexão com mérito ou produtividade. Um acinte.
Além de desfrutar de benesses como férias de 60 dias, licenças-prêmio, aposentadorias compulsórias e penduricalhos diversos, juízes e procuradores integram corporações cujo salário médio coloca os seus membros entre os 2% de maior renda no país. Nesse contexto, o quinquênio é um outro nome para escárnio. O Ministério da Fazenda estima que a troça, agora pronta para ser votada no plenário do Senado, custará aos cofres do Tesouro R$ 42 bilhões por ano”.
E o salário mínimo, como vimos, será de R$ 1.502 só em 2025, 2,6% acima da inflação!
E não paramos por aí.
Os jornais nos dão conta de que o Banco do Brasil colocou em pauta, de reunião para a próxima semana, um aumento de salário para a presidente, Tarciana Medeiros, elevando seu salário de R$ 74.972 para R$ 117.470, só 57% “apenas isso”.
E aí não será só ela, os diretores, assessores, etc., etc., também, acompanharão a “pequena subidinha de salário”.
Repetindo, e o salário mínimo, como vimos, será de R$ 1.502 só em 2025, 2,6% acima da inflação!
Imagine, uma pessoa não consegue viver com R$ 74.972, então pede um aumento de 57%, para ganhar “apenas” R$ 117.470. Curioso, se o trabalhador pode viver com o salário mínimo, a presidente do BB diz estar defasado seu salário imenso e precisa de aumento. É uma vergonha!
Um governo míope, que olha somente nas ações que faz em benefício próprio, para atender os seus apaniguados, se esquece dos compromissos de campanha, apesar dos discursos cheios de bravatas que (nem todos) deputados, senadores, e o executivo, fazem a todo instante nas TVs.
Vale finalizar com uma frase do próprio Josias de Souza, em se referindo aos que estão no poder em Brasília.
“Consumando-se a aberração, ficará definitivamente demonstrado que não há privilégio mais delicioso do que gastar o dinheiro dos outros como se fosse dinheiro grátis”
Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão
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