Entrevista com Sidnei Aranha: pré-candidato a prefeito de Guarujá pelo PC do B

A Estância nas Eleições entrevistou Sidnei Aranha, pré-candidato a prefeito de Guarujá pelo PCdoB para discutir suas propostas e visões para a cidade. Após uma indefinição no partido, o vereador Edilson Dias abriu mão da candidatura, o que consolidou Sidnei como o principal nome da esquerda na disputa.

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A Estância: Com a desistência do vereador Edilson Dias, do Partido dos Trabalhadores (PT), como está a composição da chapa para as eleições?

Sidnei Aranha: Após a decisão do Edilson, estamos apresentando uma chapa forte com 20 candidatos pela Federação do PT, PC do B e PV. Acreditamos que essa é uma das melhores chapas, e nosso objetivo é eleger de dois a três vereadores, conquistando a maior bancada. O PT já teve dois vereadores em outros momentos, e estamos confiantes na nossa capacidade de retomar esse espaço.

A Estância: Como você vê o cenário político atual e o papel da esquerda nele?

Sidnei Aranha: A geopolítica mundial está passando por uma mudança pendular, com um retorno à esquerda. Exemplos como a vitória do partido trabalhista no Reino Unido e a virada espetacular na França são sinais dessa mudança. Aqui no Brasil, acredito que a população está cansada do extremismo de direita que dominou nos últimos 15 anos. O Guarujá, historicamente, sempre apoiou Lula e Dilma, mas recentemente se desviou. Agora, vejo a cidade retornando às suas origens de acreditar na política como um instrumento de transformação de vida.

A Estância: Quais são suas propostas para a política ambiental de Guarujá?

Sidnei Aranha: O candidato que não estiver conectado aos fundos internacionais de mudanças climáticas levará Guarujá ao fracasso. A cidade tem uma receita de R$ 2,5 bilhões, mas está endividada, como muitas outras no estado de São Paulo. Temos um índice de endividamento de quase 95,34% da receita. Guarujá tem R$ 200 milhões em precatórios para pagar no próximo ano e outras dívidas acumuladas. A transição climática exigirá investimentos significativos. Precisamos remover moradias em áreas de risco, criar sistemas de reservação de água e modificar toda a estrutura de macrodrenagem. Guarujá é uma ilha e precisa se preparar para eventos climáticos extremos.

A Estância: Quais são suas propostas para a segurança pública e o combate à violência?

Sidnei Aranha: A segurança pública exige mais do que simplesmente aumentar a presença policial. Precisamos investir em prevenção, abordando as causas da violência, como a pobreza. Atualmente, as secretarias de Esporte, Cultura, Meio Ambiente e Ação Social têm apenas 6% do orçamento, enquanto a Defesa Social tem 7%. Devemos reequilibrar esses números, focando na prevenção. A resolução de crimes é primordial, pois a falta de punição perpetua a sensação de insegurança.

A Estância: Quais são suas considerações finais sobre a candidatura e o futuro de Guarujá?

Sidnei Aranha: Guarujá precisa de um futuro inclusivo, onde todos tenham voz e participação, especialmente as pessoas das periferias. O passado aristocrático da cidade não serve mais. Devemos focar em criar um ambiente urbano verde, conectado com os ecossistemas, e implementar políticas públicas baseadas em ciência e gestão competente. A política é um instrumento de transformação, e precisamos usá-la para criar um futuro melhor para todos em Guarujá.