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Entre Sons e Tons – Tatiana Macedo

Especialistas falam como lidar com um chefe tóxico

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Em uma conversa entre amigos, um deles relatou estar desgastado emocionalmente por conta do seu chefe. Estava na sua cara o desânimo e nervosismo ao citar o fato.

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Seja no trabalho ou em qualquer outro ambiente onde haja um líder e um liderado pode haver esse tipo de relação, que já tem até nome por psicólogos especialistas: liderança tóxica.

Você pode pensar que a coluna está com tom de fofoca… Só que não… Não vou citar o chefe e nem o empregado – mas eu achei legal trazer o assunto para a pauta, já que é muito mais comum do que a gente imagina.

Talvez, você tenha ou conheça um gestor tóxico – e a palavra não é exagero! Para Eva Hirsch Pontes, coach executiva, a inteligência emocional é uma competência importante para qualquer nível hierárquico, mas é obrigatória para quem ocupa cargos de gestão.

“Instáveis, grosseiros, severos ou narcisistas, os líderes nocivos para suas equipes podem apresentar características diversas. Seu único ponto em comum, decorrente da falta de inteligência emocional, é não se dar conta do mal-estar que produzem. Eles têm algumas desordens primárias, que o impedem de enxergar o outro”, explica Pontes.

Além de prejudicar o seu equilíbrio emocional, a convivência diária com um chefe tóxico também pode fazer mal para seu organismo. “O acúmulo de raiva ou tristeza sempre chega ao corpo”, diz Pontes. “Você libera o hormônio do estresse, o cortisol, e aí começam as alergias, disfunções estomacais, entre outros problemas fisiológicos”, relatou.

Na visão de João Luiz Pasqual, presidente da International Coach Federation (ICF) no Brasil, o principal problema está ligado aos seus padrões de comunicação. Existem líderes que falam de forma assertiva, direta e sem rodeios. Algo totalmente diferente daquele chefe que não toma o menor cuidado com as suas mensagens.

“Seus gestos e outros aspectos da linguagem corporal também espelham a dificuldade em se comunicar de forma serena e racional. O resultado são doses cavalares de adrenalina em quem está por perto”, afirma. A ICF reúne há 25 anos uma rede mundial de profissionais de coaching treinados para a evolução de aspectos-chave da indústria em crescimento. E inter-relação saudável entre os trabalhadores é base para o sucesso.

Frases que podem servir de antídoto contra o veneno

Na visão de Pontes, não adianta varrer o seu incômodo para debaixo do tapete: é preciso saber nomear as emoções e saber por que você sente cada uma delas. Se você está com raiva, por exemplo, é importante buscar uma forma emocionalmente inteligente de liberar esse impulso agressivo. Nem que seja em uma corrida na praia!

O segredo de profissionais que sobrevivem a gestores abusivos é uma elevada capacidade de automotivação. O conselho de Pasqual é não desistir dos seus propósitos e valores. “É preciso descobrir como ter prazer com os próprios resultados, independentemente do que acontece no entorno”, explica.

A boa notícia é que existem formas de não se contaminar (tanto) pelo problema. Reuni algumas ações exemplificadas por especialistas, que podem servir de antídoto contra o “veneno” do seu chefe:

1 – Espere a melhor hora para responder. Diante de um ataque nervoso ou “chilique”, espere. Na hora da “birra” é melhor não dizer nada, porque o outro não vai ouvir. Em outro momento oportuno, diga algo como “Você pode me ajudar a entender como eu poderia ter feito isso melhor?” Quando você oferece ajuda e pede dicas para melhorar a sua própria contribuição, mostrará que está se colocando como parte da solução, e não do problema.

2 – Seja excelente – Se você for muito bom no que faz ninguém vai pegar no seu pé. Para diminuir a chance de ser perseguido, faça um trabalho simplesmente impecável.

3 – Fale sobre prioridades. Diante de um líder viciado em trabalho, que fica irritado quando as pessoas não estão no mesmo ritmo, busque demonstrar entusiasmo pelas ideias que ele apresenta como forma de aplacar sua ansiedade. Porém, quando ele exagerar nas cobranças, diga algo como: “Estou me dividindo entre os projetos A, B, C e D, e gostaria de saber qual deles você quer que eu priorize”. De uma forma muito gentil, você está fazendo com que ele entenda que não consegue dar conta de tudo.

4 – Tenha empatia – Segundo especialistas em comportamento humano, por trás destas pessoas existe alguém com medo que tem necessidades não atendidas. Sua atitude ruim nada mais é do que uma forma de se defender na hora de se relacionar com as pessoas. Se você compreender a situação e tiver um olhar de empatia e compaixão, você terá uma relação muito melhor com estas pessoas e, talvez, consiga até ajudá-las a se desenvolverem.

5 – Seja racional – Muitas vezes, o líder tóxico não consegue expressar muito bem o que ele está sentindo e se você se apropriar de uma linguagem compassiva e uma comunicação não violenta você irá conviver melhor com ele.

Mas, atenção: nada disso vale se o problema do seu líder for falta de ética. “Se ele está mentindo, enganando a empresa ou ferindo valores fundamentais, não basta simplesmente buscar táticas de autodefesa”, diz Pontes. “Nesse caso, o RH precisa ser envolvido”.

Employer Branding ajuda na admissão de bons gestores

Não só por parte do empregado que conviver com esse tipo de chefe é desafiador. O cenário competitivo por bons profissionais está fazendo com que muitas empresas busquem no conceito de Employer Branding (EB), como uma forma de se sobressair entre os demais concorrentes e garantir o melhor recurso humano para suas atividades.

O EB é um conjunto de técnicas e ferramentas para gerar uma percepção positiva da comunidade a respeito de como uma empresa atua no mercado de trabalho. E é cada vez mais usada pelas melhoras marcas e negócios.

Com ações que tornam o ambiente de trabalho mais saudável e a disponibilidade de benefícios diferentes e, principalmente, a inclusão da diversidade é uma das ferramentas essenciais de qualquer equipe de Recursos Humanos, Gestão de Pessoas ou áreas relacionadas hoje em dia.
Ainda existem muitos gestores tóxicos espalhados por aí, mas seus dias estão contados. Ufa!

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