Colunas
Fechamento
No final de 2004, crepúsculo da última gestão Maurici Mariano, eu, Roberto Sassi, José Forte e Geraldinho Anhaia Melo, dito Canibal, criamos o Jornal do Guarujá, sem um puto no bolso, mas com muitas e boas ideias na cabeça.
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Egressos do jornal Primeira Hora, resolvemos partir para uma aventura que marcou no seu tempo, o jornalismo da cidade pela irreverência e, principalmente pelas notas mais picantes (ou fofocas, se preferirem) dos bastidores da política local. Por óbvio que muitos políticos não gostavam, mas a malta que queria ver o circo pegar fogo acordava mais cedo no sábado só para garantir seu exemplar.
No sábado passado, Roberto Sassi faleceu, mas deixou além da saudade, muitas recordações daqueles anos, principalmente das noites frenéticas de sexta-feira, fechamento do jornal.
Muitas vezes, ali pelas 22h, quase na deadline, com a gráfica nos nossos calcanhares para enviar os arquivos, não tínhamos nem a matéria de capa e eu e o Zé Forte não tínhamos a menor ideia do que escrever em nossas colunas.
O desespero batia em todos, menos no Sassi, que impávido que nem Muhammad Ali, tinha o jornal pronto na sua cabeça e, firme no leme, dava os comandos com voz tranquila e tocava o barco em meio à tempestade. No fim, tudo dava certo. Sempre. E ele sabia disso. Atributo de um grande editor.
Julio Cesar Ferreira
O autor é publicitário e parça de Santo Amaro.
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