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Fogos de artíficio: prejuízo para pets, autistas e o bolso
“Depois do isolamento, todos nós queremos comemorar, e o fim de 2021 tende a ser um dos mais memoráveis dos últimos anos. A maioria de nós quer estar com amigos familiares. Mas não podemos esquecer deles…”
Assim começa o vídeo da campanha lançada nesse mês pela Petlove&Co, maior universo pet do Brasil.
A campanha #fimdeanosemestresse foi idealizada para conscientizar e orientar os pais e mães de pets sobre o medo que cães e gatos podem sentir durante a queima de fogos e como esse problema pode ser minimizado.
Mesmo com a proibição no estado de São Paulo para fogos com estampido, o hábito pode levar à sua realização em muitas comemorações.
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A campanha contra os fogos de artifício durante o ano todo está com voz em todo o Brasil. E na passagem do ano, onde a ‘queima’ é tradição, é um bom momento para levantar a bandeira.
Fogos também causam danos para autistas
Intolerância possui explicação e malefícios. Pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA) possuem hipersensibilidade, principalmente no que diz respeito à audição.
Barulhos altos, com ruídos agudos que são finalizados com uma alta explosão, somados a luzes fortes e descontínuas, são consideradas a pior combinação para autistas.
Dentre as principais reações dos portadores de TEA, pode haver o manifesto de choros, gritos, reações agressivas e crises de ansiedade.
A orientação de médicos e especialistas é conversar com as pessoas do seu entorno e explicar a situação, para que não haja o barulho.
Ou se deslocar para lugares onde os sons possam estar inaudíveis.
Fazer barulho com fogos prevê multa de 4,3 mil
Em julho deste ano, o Governador João Doria sancionou Lei que proíbe a queima, soltura, comercialização, armazenamento e transporte de fogos de artifício e de artefato pirotécnico de estampido no estado de São Paulo. Apenas fogos que produzem efeitos visuais, sem barulho, podem continuar a ser utilizados e comercializados.
A proibição se aplica a recintos fechados, ambientes abertos, áreas públicas e locais privados. O valor da multa aos infratores será equivalente a 150 vezes o valor da UFESP (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), ou pouco mais de R$ 4,3 mil.
Se a infração for cometida por empresa, o valor será equivalente a 400 vezes o valor da UFESP, ou pouco mais de R$ 11,6 mil. Os valores serão dobrados em caso de reincidência em período inferior a 180 dias.
Estampido pode causar dano permanente de audição
A médica veterinária Gisele Gomes do Nascimento, de Guarujá, explica quais são os cuidados que os donos devem ter para garantir o bem-estar dos animais.
“O motivo de os pets tenderem a sofrer mais ocorre por terem uma audição mais aguçada do que a dos humanos. E ainda por sentirem muito mais a vibração. Podem chegar até a terem convulsões”, explica Gisele.
Segundo a médica veterinária, o ouvido canino capta sons na frequência entre 10 e 40.000 Hertz, já o do ser humano absorve entre 20 e 20.000 Hertz, o que torna a audição dos pets muito mais sensível.
“Se um rojão estourar próximo ao cão pode causar danos permanentes a audição do animal. E os principais sinais clínicos que os cães podem apresentar são ansiedade, andar compulsivo, vocalização excessiva, taquicardia, taquipneia e, em casos extremos, óbito”, explica.
Como ajudar os animais nesse momento?
Com alguns cuidados e atenções nós podemos ajudar a evitar que os pets sofram nestes períodos. Veja abaixo algumas dicas e orientações listadas por Gisele:
- Mantenha portas e janelas fechadas para abafar o som;
- Evite levá-lo para a rua durante a queima de fogos;
- Deixar um barulho ambiente de TV ou música que o animal esteja acostumado a ouvir, tentando disfarçar um pouco o barulho dos fogos;
- Cuidado com locais com piscinas. Num ato de desespero os animais podem cair e se afogar;
- Brinque com os animais durante a queima. Você pode até oferecer petiscos;
- Atenção para portões com lanças e cercas de arame, o animal pode tentar fugir e se machucar, principalmente os gatos;
- Tenha sempre um local acolhedor que eles possam escolher ficar durante esse período. Alguns se escondem debaixo da cama, no box do banheiro, debaixo da mesa. Se o animal escolher um local seguro para se refugiar fique presente, e não tente tirá-lo do seu refúgio, estressando-o ainda mais.
- Busque ajuda de um veterinário para saber se eles podem ser medicados com calmantes;
- E o mais importante: nunca deixe o animal sozinho;
Quem quiser conversar com a médica veterinária Gisele Gomes do Nascimento, pode entrar em contato através do telefone (13) 9-9743-4279. Ela atende na clínica veterinária Dose de Carinho, no bairro Santa Rosa ou em domicílio.
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