Guarujá sofre apagão no monitoramento de ruas

Atraso na contratação de empresa de manutenção deixa cerca de 70 câmeras do monitoramento de vias de Guarujá inoperantes em Vicente de Carvalho, Centro e orlas das praias durante toda a temporada de verão

Karina Mingarelli
Da Reportagem

A pedido de comerciantes da cidade, o vereador Toninho Salgado (PSD) apresentou na sessão da Câmara desta terça-feira (7), indicação à Prefeitura de Guarujá cobrando celeridade na conclusão da contratação de empresa para manutenção das câmeras de monitoramento de vias da cidade. A falta de manutenção deixou cerca de 70 câmeras inoperantes em Vicente de Carvalho, Centro e orlas das praias durante toda a temporada de verão.

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A Indicação Legislativa atende a um pedido de comerciantes e de membros do Conselho de Segurança de Vicente de Carvalho e de Guarujá. De acordo com o trabalho apresentado pelo vereador em Plenário, a situação ocorreu ao longo de toda a temporada de verão, inclusive no período de festas de final de ano.

“Na última reunião com os comerciantes do CDL e representantes do Executivo, soubemos que o sistema de monitoramento da cidade praticamente não existente. Das 18 câmeras existentes, apenas 05 funcionam e até essas estão precárias. Veio a temporada, final de ano, problemas de assaltos e nenhum tipo de monitoramento para termos a sensação de segurança”, destacou Salgado.

A reportagem buscou informações junto à Secretaria Municipal de Defesa e Convivência Social (Sedecon) para tentar esclarecer a população sobre as preocupantes informações que foram trazidas à luz pelo vereador. Considerando que a região de Vicente de Carvalho concentra um importante corredor popular de compras, chama a atenção o fato de a cidade estar agora desprotegida no monitoramento.

O motivo da precariedade da operação, segundo apurado pela nossa reportagem junto à Secretaria de Defesa e Convivência Social de Guarujá é burocrático. A contratação de empresa de manutenção dos equipamentos sofreu atrasos devido a um imbróglio jurídico que, tanto a Sedecon, quanto a Assessoria de Comunicação da Prefeitura não explicou à reportagem com transparência.

Em nota, a declaração oficial, e sucinta, é de que “o processo de licitação para a manutenção das câmeras encontra-se em fase de adequação para publicação. Vem sendo gerido junto à Advocacia Geral do Município (AGM) e segue os trâmites e prazos comuns, inerentes ao serviço público, em conformidade com os ditames legais”.

Câmeras nas orlas das praias são de última geração e importante recurso para a segurança pública. Foto: Divulgação/PMG

Explicações necessárias

Nesta questão, a Administração tem explicações a dar à população. Há cerca de um ano e meio, a prefeitura de Guarujá anunciava investimentos na área de segurança pública com a implantação de um monitoramento inteligente que criaria, desde Vicente de Carvalho até a área do Rabo do Dragão, uma espécie de “Muralha Eletrônica de Segurança” na cidade.

O anúncio, à época, complementava uma série de investimentos do governo no monitoramento por câmeras em Guarujá, com ênfase nos próprios públicos e unidades escolares. O monitoramento no trânsito e nos pontos estratégicos para a segurança pública passaram a contar com alta tecnologia de reconhecimento facial e de comunicação com os órgãos de segurança.

Um tremendo avanço para a história de Guarujá, visto que todos os dados e imagens coletados são imediatamente monitorados pelo Centro de Segurança Integrado (CSI), localizado no Morro da Campina, na Enseada, coordenado pela Diretoria de Monitoramento e Análise de Informações de Guarujá (DMAI), e executado por agentes da guarda municipal capacitados para dar respostas eficientes a qualquer ocorrência a ser registrada.

Em contato com a nossa reportagem, a secretária adjunta de Defesa e Convivência Social de Guarujá, Valeria Amorim, confirmou que há problemas com a manutenção das câmeras que fazem o monitoramento de ruas, mas destacou que a cidade conta com aproximadamente 2 mil câmeras para Monitoramento e que a maioria está em operação.

A secretária adjunta ainda destacou que o monitoramento de Vicente de Carvalho não sofreu prejuízos devido à falha no monitoramento por vídeo. “A prefeitura empregou reforços na região com as patrulhas da ROMU, a implantação da Operação Delegada, e o aumento do efetivo da Guarda Municipal com a contratação de novos GCMs que foram destacados para a Coordenadoria no distrito, bem como para toda a cidade”, pontuou.

“Guarujá possui aproximadamente 2.000 câmeras, a maioria instalada em próprios públicos e nas escolas, que estão em perfeito estado de conservação e em pleno funcionamento. As que foram afetadas são as que fazem o monitoramento nas vias da cidade. Das 70 câmaras instaladas em pontos estratégicos ao longo da cidade, apenas cinco estão em operação”, explicou.

Amorim informou que as 70 câmeras estão instaladas em áreas comerciais de Vicente de Carvalho, Pitangueiras, Astúrias e Tombo, além de seis câmeras de monitoramento de trânsito. “Em abril, outras 59 câmeras entram em operação na região entre a Avenida D Pedro e a Praia do Pernambuco”, destacou, referindo-se à conclusão do termo de cooperação técnica entre a Prefeitura de Guarujá e um condomínio local.

O projeto prevê 59 câmeras de monitoramento, sendo 42 fixas, 13 móveis e quatro câmeras com leitura de placas, desde a Avenida Dom Pedro I, passando pelas vias Áureo Guenaga de Castro, Marjory da Silva Prado até a Estrada do Pernambuco.

Indefinido

Questionada sobre o prazo para que a prefeitura conclua os trâmites da licitação e o monitoramento volte a ocorrer com efetividade para a segurança da população, a secretária adjunta informou que a previsão é segundo semestre deste ano, mas sem data definida.