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Hanseníase (lepra) “doença negligenciada”.

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Por Salem Suhail El Khatib (7º Termo – Medicina UNOESTE)

A hanseníase, antigamente chamada como lepra, termo que foi proibido em usos formais de acordo com a lei 9.010/1995, é uma doença transmissível provocada pela Mycobacterium Leprae.

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É transmitida através do contato íntimo e prolongado com pessoas infectadas, não existindo risco de contaminação de outra forma. Apresenta-se de duas formas da doença: paucibacilar (com poucos bacilos), os quais não contém tanta preocupação devido à baixa carga da bactéria, e para sua transmissão, é necessária uma exposição prolongada; e multibacilar (com muitos bacilos), no qual deve ser diagnosticado e iniciado o tratamento, o mais breve possível.

O bacilo do Mycobacterium Leprae, o período entre a contaminação até o aparecimento dos sintomas, leva em média, 2-7 anos.

O Brasil ocupa o 2º lugar em novos casos no mundo, ficando atrás apenas da Índia (OMS). Em 2023, de janeiro a maio, foram registrados 5.594 novos casos, já em 2024 no mesmo período, 6.855 novos casos, aumento aproximado de 22,5% em relação à 2023, o que demonstra tamanha a importância da doença para a saúde pública do nosso País.

No Município de Guarujá, de acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo (CVE-SP), comparando-se os anos de 2022 com os de 2023, houve aumento de 1 caso, sendo 8 para 9, representando uma melhora significativa, mas ainda necessitando aprimorar a busca ativa e conscientização da população com relação a doença, para comemorarmos os dados.

O Diagnóstico da doença é feito a partir dos exames realizados por um profissional de Saúde, a partir das lesões características, podendo ter até algum comprometimento neurológico, como perda de força muscular e/ou sensibilidade, mesmo sem a lesão aparente na pele.

Todos com suspeita devem ser encaminhados para um Serviço de Saúde de Referencia afim de uma investigação criteriosa e notificação da doença, coleta do material da lesão para baciloscopia (visualização da micobactéria no microscópio) assim como Teste de Mitsuda (que tem um valor prognóstico e auxilia na Classificação da Doença).

Já existe o Teste Rápido para Hanseníase (Sangue), que irá facilitar e muito a busca de novos casos entre os comunicantes (pessoas que vivem com quem foi diagnosticado), auxiliando para início do tratamento precoce, evitando assim, sequelas causadas pela doença ao longo do tempo e interrompendo a cadeia de transmissão.

A transmissão é, na sua grande maioria, familiar e todos os membros devem ser levados para avaliação na Unidade de Saúde.

Importante salientar, é uma doença curável e não devemos ter discriminação ou preconceito com aqueles que estão ou tiveram a doença, podendo prejudicar para fazerem o tratamento, sem que ocorra abandono.

Todas as medicações são distribuídas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Quando o paciente inicia o tratamento a doença não é mais transmissível e a duração do tratamento pode variar de 6 a 12 meses, sendo sempre necessário o acompanhamento mensal na Unidade Básica de Saúde.

A UNOESTE com seus alunos dos vários cursos de saúde, participando ativamente da Rede Municipal de Saúde do município, poderá apoiar a Estratégia Nacional para Enfrentamento da Hanseníase, que tem como objetivo acabar com a Doença no país entre os anos 2023 – 2030, com a intensificação de ações de enfrentamento nas regiões mais afetadas, sendo esta uma das razões, deste Artigo.

Texto: Aluno – Salem Suhail El Khatib (7º Termo – Medicina UNOESTE)
Orientador: Marco A. B. dos Reis (Médico Preceptor da Cadeira de Infectologia)

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