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Guarujá em Foco

Mães de portadores de TEA cobram ações sobre plano de metas

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Mães e responsáveis reivindicam ao Legislativo e ao Executivo municipais que ações previstas no Plano de Metas saiam do papel

Tatiana Macedo
Da Reportagem

Na tarde da última quarta-feira (24), a Comissão de Assuntos Relevantes para Pessoas com Deficiência do Legislativo Municipal de Guarujá se reuniu, mais uma vez, com entidades e parentes de pessoas portadores de transtorno do espectro autista (TEA).

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O clima entre os presentes se apresentava um pouco mais provocativo do que na reunião anterior, que aconteceu em 27 de maio, por parte, principalmente, do Movimento União Autista, um grupo de mães que reivindicam, há anos, melhorias nos atendimentos de saúde e educação para seus filhos autistas.

Os parentes e entidades protocolaram, na audiência que aconteceu em maio, um relatório de planos e metas a serem alcançados para o bem estar dos portadores na Cidade a curto prazo.
De lá pra cá, apenas uma das reivindicações foi atendida, com a aprovação da Lei do Cordão de Girassol em Guarujá, como instrumento auxiliar para identificação de pessoas com deficiências ocultas.

O vereador Sérgio Santa Cruz, que preside a comissão, disse durante a reunião que a intenção do reencontro seria para receber as demandas, debate-las e levá-las ao conhecimento, e execução, do Poder Executivo. Nesta segunda reunião, também participaram do encontro representantes das secretarias de Saúde e Educação.

Uma das representantes do Movimento União Autista chegou a declarar que o Poder Executivo já está ciente das demandas. “Nós estivemos pessoalmente com o prefeito Válter Suman em seu gabinete e já colocamos todos os nossos problemas para ele, mais de uma vez. Se as palavras não saírem do papel e virarem ações, rapidamente, nossos problemas só tendem a piorar”, explanou.

Só até os 15 anos
A representante se refere à limitação do atendimento de saúde e educação aos portadores de TEA até os 15 anos de idade pela Municipalidade. E, além da idade, somente os portadores matriculados nas escolas municipais recebem atendimento. Autistas de escolas estaduais e particulares não são contemplados.

Segundo a vice-presidente da Apaag, Corine Clara Esteves, um dos problemas sérios é sobre o envelhecimento dos pacientes. “Nós trabalhamos com uma demanda grande de fila de espera. E autismo não tem alta, pois a síndrome não tem cura. Não pode parar com o atendimento, pois ele regride. Então, nós precisamos saber onde vamos colocar os nossos mais velhos. Essa é a nossa grande questão”, esclarece Corine.

São muitos os problemas apresentados pelas mães que, segundo apurou a reportagem, estão com grande apreensão pelo futuro de seus filhos e parentes.

Entre mais de 60 metas incluídas do plano recebido pelos vereadores em maio, sendo que todos parecem ser de importância imediata para os pais e responsáveis, a falta de profissionais na Cidade para atender a grande demanda de pacientes é a mais citada entre as entidades.

Hoje, o município conta com apenas uma terapeuta ocupacional, para todos os portadores de TEA em Guarujá

O relatório de planos e metas apresenta reivindicações sobre esporte e lazer, vale transporte, censo, saúde, educação, sanitários familiares, ensino infantil, equoterapia, mais convênios com entidades sociais e, principalmente, conscientização da população.

Entre as reivindicações apresentadas em maio, os vereadores da comissão falaram aos presentes sobre o avanço da implantação do Cordão de Girassol em Guarujá, como instrumento auxiliar para identificação de pessoas com deficiências ocultas. Inclusive, distribuíram exemplares dos colares para todos os presentes.

No entanto, em reportagem publicada a época da aprovação da Lei do Cordão de Girassol, em julho deste ano, foi comprovado que, embora o atendimento prioritário para autistas esteja identificado na maioria dos estabelecimentos com as placas, nenhum dos funcionários sabe da existência do cordão.

E neste contexto, para se comemorar a eficiência da Lei, é preciso um trabalho de conscientização amplo e abrangente.

Estiveram presentes na reunião representantes das entidades: Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), do Movimento União Autista, do Conselho Municipal de Assistência Social, da Ordem dos Advogados de Guarujá (OAB), da City Transportes e parentes de portadores de TEA, representando a sociedade civil e representantes das secretarias municipais de saúde e de educação.

Eles foram recebidos no plenário da Câmara Municipal de Guarujá, pelos vereadores, Sérgio Santa Cruz (PSB), Aparecido dos Santos (Republicanos) e Sirana Bozonkian (PTB).

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