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Maior do Brasil, produção de laranja em São Paulo também protege meio ambiente

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Citricultura emprega milhares de trabalhadores e contribui para o sequestro de carbono no estado de São Paulo

Além de impulsionar a economia do estado, a citricultura sequestra até 36 milhões de toneladas de carbono, contribuindo para reduzir o efeito estufa. O levantamento foi feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com apoio do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), e mostra o potencial ecológico do setor. Além disso, a produção de laranja em São Paulo já é a maior do Brasil, com cerca de 78% do total nacional.

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As plantações de laranja são como florestas. Com isso, a pesquisa também mostrou que esses espaços abrigam até 314 espécies, entre aves, mamíferos, anfíbios e répteis. A maioria, 268 espécies, são aves. O levantamento constatou que 30% das espécies de ave que existem no estado de São Paulo estão presentes em plantações de laranja.

Além disso, o conjunto de laranjeiras, solo e áreas de vegetação nativa chegaram a abrigar as 36 milhões de toneladas de carbono. O cálculo considerou os pomares adultos de laranja cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro e as áreas de vegetação nativa dentro das propriedades citrícolas, que somam aproximadamente 500 mil hectares (pouco menos de 500 mil campos de futebol).

Fora isso, como não há máquinas para a colheita de laranja, trabalho que é feito por humanos, a citricultura também se destaca pelo número de empregos gerados. Em São Paulo, são mais de 200 mil postos de trabalho que a produção de laranja gera, com cerca de 50 mil colhedores contratados por ano. Assim, a sustentabilidade econômica da citricultura estimula o comércio localmente.

Destaque nacional

A produção de laranja no estado de São Paulo foi de 262 milhões de caixas de 40,8 quilos no ano passado. São mais de 10,6 milhões de toneladas em todo 2023. Os dados são do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

O protagonismo de São Paulo também aparece no valor de produção. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número ficou em R$ 10,7 bilhões em 2022. Para se ter uma ideia, o segundo estado com maior valor de produção de laranja foi Minas Gerais, com R$ 1 bilhão.

Alguns fatores explicam o destaque de São Paulo na produção de laranja. Entre eles, há questões climáticas. Por conta delas, a qualidade da laranja de São Paulo é superior a de outras regiões do mundo quando se fala em produção de suco. Isso significa dizer que as laranjas de São Paulo rendem mais suco que as frutas de outras regiões do mundo.

Como a infraestrutura destinada à produção e distribuição de suco em larga escala está instalada em São Paulo, mais de 80% do processamento de laranja no Brasil se dá no estado. Assim, boa parte do suco de laranja consumido no país e no mundo parte de terras paulistas.

Além disso, o estado de São Paulo se destaca pela quantidade de terra disponível para o cultivo de laranja. A Califórnia, nos Estados Unidos, por exemplo, até tem condições climáticas para uma laranja de qualidade. No entanto, São Paulo se sobressai pela maior área disponível para cultivo, com aproximadamente 400 mil hectares.

“Atualmente, embora a área cultivada das principais variedades de laranja tenha declinado, o número de árvores por área aumentou. Isto é um reflexo da adaptação e modernização do setor, com técnicas de cultivo, especialmente uso de novas variedades, conhecimento e tradição”, explica Juliano Quarteroli, assistente agropecuário da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) Regional de Limeira.

Outro fator de destaque é o apoio governamental. Desde a década de 1920, o Governo de São Paulo é um apoiador da citricultura, investindo em pesquisa e extensão rural. A configuração de São Paulo contrastava-se com a de outros estados brasileiros, onde o governo não ofereceu o mesmo apoio ao setor.

Estiagem e a produção de laranja

A previsão é que haja um declínio na safra de laranja de 2024/2025 em relação à anterior. A queda pode ser explicada pela estiagem e pelas altas temperaturas que vive o estado de São Paulo e pelo efeito do Greening, uma doença que afeta a produtividade e a qualidade da produção de laranja. Por exemplo, em 23/24, a precipitação média nas regiões do cinturão citrícola teve redução de 30% em relação à média histórica. Essa falta de água prejudicou o desenvolvimento dos pomares, especialmente os não irrigados.

Por isso, o Governo de São Paulo conta com uma série de iniciativas para apoiar a produção de laranja. Nesse sentido, há o Projeto Citrus SP Sustentável, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em parceria com o Fundecitrus. Trata-se de um conjunto de ações que, de forma abrangente, busca impulsionar a citricultura paulista, fortalecendo-a por meio de práticas mais sustentáveis, além de oferecer suporte técnico para os produtores, visando à melhoria constante do setor.

Além disso, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento possui o Grupo Técnico de Citricultura da Cati, que elabora avaliações técnicas específicas e desenvolve ações para o melhor desempenho produtivo e econômico da citricultura.

A Secretaria também conta com a Câmara Setorial dos Citros, um fórum permanente de interlocução entre os setores privado e público. A Câmara reúne vários agentes do ramo para identificar oportunidades de desenvolvimento da citricultura e definir ações prioritárias de interesse do setor.

O Governo de São Paulo também disponibilizou aos agricultores uma linha de crédito rural com recursos do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). O Projeto Feap – “Apoio à Citricultura e ao Combate do Greening” disponibiliza recursos com juros e prazos atrativos, permitindo aos citricultores paulistas a implantação, renovação e ampliação de pomares cítricos ou a erradicação daqueles comprometidos pelo Greening.

O Grupo Técnico de Citricultura e o Centro de Políticas Públicas da Cati trabalham em conjunto com o Feap para a seleção de projetos que poderão ser apoiados por esta linha de crédito. Os produtores interessados podem procurar as Catis Regionais e Casas da Agricultura para obter mais informações.

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