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Mais uma entrega atrasada

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Pais e comunidade escolar de Guarujá estão prestes a testemunhar mais uma vez a entrega tardia dos uniformes escolares para seus quase 37 mil estudantes da rede municipal de ensino. A Prefeitura anunciou que a distribuição ocorrerá entre os dias 15 e 28 de agosto, já na segunda quinzena do mês, o que levanta uma questão crítica: por que a gestão municipal não consegue entregar esses uniformes antes do início do ano letivo?

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A realidade das famílias de Guarujá não é desconhecida do cidadão, muito menos das autoridades. Segundo o Censo do IBGE de 2020, a cidade tem cerca de 287 mil habitantes, com uma taxa de pobreza considerável, revelando uma desigualdade preocupante, visto que apenas 21, 71% da população é ocupada e 36% tem renda per capta de até meio salário mínimo.

Muitas famílias dependem de uma série de auxílios para garantir que seus filhos possam estudar de maneira digna. Os uniformes escolares são uma dessas necessidades básicas, fundamentais não só para a identidade escolar, mas também para aliviar o bolso das famílias.

A falta de gestão eficiente na Secretaria de Educação é clara quando se vê que, ano após ano, os uniformes chegam com atraso. Quem sofre na pele sabe o que é ter que improvisar ou, muitas vezes, frequentar as aulas com roupas inadequadas para a estação. Isso não só afeta o conforto e a saúde das crianças, mas também sua autoestima e a percepção de cuidado e organização por parte do poder público.

A promessa de entrega de uniformes de inverno e verão entre os dias 15 e 28 de agosto é um paliativo tardio para um problema que já deveria ter sido resolvido antes do início das aulas. A gestão deveria prever e planejar melhor essas entregas, garantindo que os uniformes estivessem prontos e distribuídos antes mesmo do recesso escolar.

É inadmissível que a educação, um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento de qualquer sociedade, seja tratada com tamanha negligência. Para muitas famílias do Guarujá, que vivem em condições socioeconômicas adversas, a falta de uniformes escolares é apenas mais um obstáculo em uma longa lista de desafios diários.

As eleições estão aí e a nova gestão pública precisa assumir a responsabilidade e buscar soluções eficazes e pontuais, priorizando o bem-estar e a dignidade das crianças e adolescentes da cidade.

Não se trata apenas de distribuir uniformes; trata-se de demonstrar respeito e compromisso com o futuro das nossas crianças. E para isso, é preciso mais do que promessas tardias. É preciso ação e planejamento eficiente.

Karina Mingarelli
Editora

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