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Mineração no fundo do mar pode atingir áreas próximas ao Litoral de SP até 2070

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Corrida por minerais essenciais para baterias e painéis solares provoca avanço de mineradoras sobre os oceanos, com impactos ambientais incertos

O Brasil pode enfrentar um futuro impactado pela mineração no fundo do mar a apenas 370 quilômetros das suas praias, como as de Gonzaga, Enseada e Riviera de São Lourenço, segundo apurado pela equipe de reportagem do Diário do Litoral. O avanço das mineradoras sobre as profundezas oceânicas visa extrair minerais essenciais, como cobre, cobalto, manganês e níquel, impulsionados pela demanda crescente por tecnologias verdes, como baterias de veículos elétricos e painéis solares.

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A discussão sobre a exploração mineral no fundo do mar está em foco durante a assembleia da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA), vinculada à ONU, que ocorre na Jamaica até 2 de agosto. O evento reúne representantes de 167 países signatários da Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, com dois temas principais: a mineração no fundo do mar e a eleição do próximo secretário-geral da ISA.

O debate é crucial, pois a mineração está inicialmente planejada para águas internacionais, localizadas a partir de 370 quilômetros das praias mencionadas. O Brasil, junto com outros países, está em destaque no debate sobre a regulamentação da atividade.

A pressão para a mineração no fundo do mar é impulsionada pela transição global para energias limpas e carbono-zero. A exploração desses recursos poderia atender à demanda por matérias-primas para tecnologias sustentáveis, mas também levanta sérios riscos ambientais.

Impactos Ambientais e Moratória

Ambientalistas alertam para os possíveis danos ambientais significativos, já que a mineração no fundo do mar pode afetar habitats de baleias, peixes e pinguins. Até agora, 27 dos 36 países do Conselho da ISA pediram uma moratória na mineração até que se desenvolvam regulamentações que garantam a proteção ambiental adequada.

Louisa Casson, ativista da campanha Stop Deep Sea Mining do Greenpeace, expressa preocupações sobre a iminente divisão entre nações e a possibilidade de uma mineração descontrolada. “Se não houver um consenso claro após essa reunião, a mineração sem freio será uma realidade”, advertiu Casson.

A falta de regras claras levou a ISA a autorizar 31 contratos de exploração mineral em alto-mar, abrangendo 1,5 milhão de quilômetros quadrados. Esses contratos permitem exploração para testes, mas não a mineração em larga escala. A The Metals Company, por exemplo, planeja solicitar formalmente a mineração ainda este ano.

Disputa Política e Eleição na ISA

A eleição para o cargo de secretário-geral da ISA, marcada para 2 de agosto, é um ponto de interesse crucial. O Brasil lançou a candidatura da diplomata e cientista do mar Letícia Carvalho, apoiada por países como a Alemanha, para desafiar o atual secretário-geral, Michael Lodge. A eleição é considerada um passo importante para influenciar a futura regulamentação da mineração no fundo do mar.

A questão é se os governos a favor da moratória, apoiados por cientistas, empresas e comunidades indígenas, conseguirão estabelecer uma barreira legal contra a mineração no mar ou se a exploração avançará sem as devidas precauções.

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