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Coluna Só para pensar

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Não dá mais

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Coluna Só para pensar

Já tratei disto nesta coluna. À época, até poderia haver alguma justificativa (duvidosa) para que as aulas presenciais nas universidades não estivessem ocorrendo. Agora, realmente, não dá mais.

A vacinação chegou aos adolescentes de 12 anos para cima. Isto quer dizer que todos estão sendo vacinados. Os professores, desde os vetustos até os jovens mestres universitários também estão vacinados. O pessoal de apoio, secretárias, auxiliares, serventes, estão vacinados. Então, o que falta?

— Leia também: Coluna Só Para Pensar discute a conservação e o meio

A resposta é simples e cômoda: é mais barato as aulas serem online. Ainda será necessário se apurar a economia que as universidades conseguiram com as aulas não presenciais para devolver aos alunos um pouco do que pagaram e não tiveram.

Água, luz, material de limpeza, manutenção geral, material didático, enfim, a economia foi real. Na outra ponta, a mensalidade para os matriculados continuou a mesma.

O resultado é um só, e já foi denunciado aqui mesmo: a qualidade dos universitários do tempo Covid será menor. E veja, são as universidades que formam os profissionais do país. Não seria demais temer aqui que o futuro pode ser tenebroso.

Os cursos de saúde continuaram, justificadamente, ativos, e os profissionais sairão bem formados como eram antes da pandemia, ou até melhores, pois muitos atuaram nos centros de combate à Covid.

Mas, e os demais cursos? O que teremos? Administradores de empresa que não saberão administrar, economistas que não saberão entender os meandros da economia, professores que não terão prática de ensino, psicólogos que não dominarão os dilemas da psicologia humana, jornalistas que não terão facilidade de elaboração de textos, enfim, universitários que não terão formação adequada para servir à Pátria como deveria ser.

Neste sentido, há um silêncio “estranho” que bloqueia a voz dos reitores, há uma conivência cúmplice dos órgãos educacionais, principalmente do Ministério da Educação. No fundo, há uma falta de consciência de quem justamente deveria ser consciente com o futuro do país.

Recentemente, começaram aqui ou acolá, num curso ou outro, um pequeno, (não satisfatório), chamamento de alunos dos cursos superiores para uma aula presencial ou uma palestra sobre isto ou aquilo, como se fosse o suficiente para suprir meses e meses de educação à distância.

Curiosamente já estamos chegando a outubro/novembro; tempo de provas finais, como se pudéssemos com algumas palestras, terminar o ano em “grande estilo”, à despeito dos malefícios da pandemia.

Retórica, apenas retórica, afinal, ah, está chegando o tempo de novas matrículas…
Sinceramente, e de forma decepcionante, o que foi dado foi muito pouco para quem fez EaD – estudo à distância – ano todo, pagando mensalidades presenciais.

Aliás, há cursos presencias que custam mais de mil reais ao mês, quando os EaDs para os mesmos cursos, chegam a trezentos reais apenas. Isto é, os universitários brasileiros pagaram por alguns cursos à distância o valor de custos presenciais nos quais não estavam presentes.

E ninguém procurou uma saída, ou se ouviu uma voz governamental de apoio a esses alunos esquecidos. Vamos ver o que será imposto aos universitários em 2022. Sinceramente esperamos pelo melhor, porque, caramba, continuar assim não dá mais.

Sérgio Motti Trombelli é professor universitário,
Pós graduado em Comunicação e palestrante

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