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novembro

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Não é só a guerra

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Sérgio Motti Trombelli

Os noticiários nos últimos dias têm sido a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Nem é preciso dizer que todas aquelas pessoas fugindo do bombardeio, crianças sendo entregues a outras pessoas dentro dos trens para serem salvas, a destruição de parte de cidades e o medo de armamento nuclear, impactam em nossa alma e aterrorizam todos nós.

Especialmente porque é uma luta de David contra Golias, e tomara que se repita agora a mesma história bíblica, e que Deus possa conduzir os eventos conforme seus desígnios.

— Leia também: O Milagre Brasileiro

Assim, ficamos pensando: tudo isso para quê? Mas guerras são exatamente assim: quando nações não se entendem, o desfecho é a batalha de modo a imprimir no outro a sua maneira de ser, sua vontade, sua ganância de poder.

E assim, pelo capricho de um, muitos morrem por causas que nem sempre defendem. Historicamente foi assim e continua sendo.

Na verdade, o que o bom senso, quer da filosofia, da religião ou simplesmente da conversa cotidiana pregam é que as nações precisam entender que formam uma imensa família de uma só pátria chamada Terra.

Não importa a nacionalidade, somos todos irmãos em Cristo e filhos de um único Pai ao qual damos o nome de Deus, ou Força Cósmica, Equilíbrio Universal, ou Oxalá, não importa, a família continua sendo a mesma.

Assim, a dor de ver pessoas morrendo porque um comandante, um presidente, um ditador decidiu que assim fosse, é cruel e absolutamente sem sentido no mundo atual. Contudo, mais do que a guerra, há um outro problema.

A vida é um sistema devidamente organizado e interrelacionado. Mais que isso, o mundo é um sistema de sistemas que se organizam mutuamente. Observe o corpo humano, quando um órgão não funciona bem o sistema todo sofre.

Veja as estações, se não houver a primavera, viveríamos num eterno inverno; se a cultura de grãos não for plantada, a fome dominará a mesa dos seres humanos, enfim, um sistema é uma combinação de fatores articulados que permite a todos a vida tal como ela é.

Por isso, a questão não é só a guerra, por mais mortes, sofrimentos e dor que ela possa trazer, é o pós-guerra. Quando a desordem dos sistemas acontece em função de uma vontade belicosa e o plantio de grãos deixa de ser feito, a produção de materiais que servem a construção do mundo, o progresso e o bem de todos passa a ser orientado apenas para finalidade da matança desordenada de seres humanos – filhos irmãos da mesma Terra.

O sistema financeiro de nações se desequilibra e uma vai degringolando num eterno desentendimento cuja finalidade pode redundar no caos total.

Esta guerra, apenas entre dois países, se não for interrompida rapidamente, redundará num pós-guerra e que nos afetará a todos. O combustível irá subir porque será mais escasso, os fertilizantes faltarão para o plantio daqueles que desejam produzir alimentos, as comunicações ficarão interrompidas em muitos países, o comércio internacional terá interrompido sua normalidade e poderá faltar insumos, elementos químicos, remédios.

Ninguém poderá dizer que venceu. Será uma vitória de Pirro como a história registra, quando vencedor e perdedor igualmente perdem.

Que tolice!

Assim, que os seres humanos sejam humanos, portanto, racionais e não animais que lutam sem pensar no depois. E que todos, neste mundo temente a Deus, seja este qual for, principalmente neste Brasil tão dependente do comércio exterior, e absolutamente religioso, possamos fazer preces e pensamentos positivos para que o bom-senso volte a imperar, porque o que importa na vida, é viver, e se puder, viver da melhor maneira possível.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante.

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