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O grande evento

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E novembro chegou ao seu final. Como falado na matéria anterior, este mês pode ser considerado, até agora, como sendo o mais importante da história política para a eleição de 2022.

Alguns presidenciáveis deram a se mostrar. Simone Tebet, senadora pelo Mato Grosso do Sul anunciou sua candidatura pelo MDB, e Rodrigo Pacheco, senador por Minas Gerais, assumiu sua candidatura pelo PSD. Com o quadro de candidatos aumentando, o tabuleiro começa a ficar completo.

 — Leia também: Novembro agitado no cenário político

Junte-se a isso algumas alianças possíveis no horizonte nacional. Alckmin pode atender aos acenos de Lula para ser seu vice, saindo do PSDB e indo para o PSB. Moro e Dória têm agenda marcada e sabe-se lá. Enfim, muito ainda será falado até o momento da campanha no ano que vem.

Contudo o grande evento do mês foi a filiação de Bolsonaro ao PL. Na verdade é o nono partido dentro da carreira do atual presidente, como se vê ele não manteve muita fidelidade a partidos na sua vida política.

Entretanto, o mais inusitado é que o PL é do ‘centrão’ e com isso Bolsonaro volta a trilhar caminhos antes já trilhados por ele. E mais, o Presidente se dobra ao ‘centrão’, justamente aquilo que jurou não fazer.

A solenidade foi concorrida. Aliás, filiações são momentos para demonstração de força. Muitas são feitas com fogos de artifício, grande presença de público, inúmeros políticos, prestando apoio ao novo filiado e mostrando quanto poderão fazer na eleição que se aproxima.

Mas o que se viu lá foi a turma do presidente – ministros, deputados e senadores da base, governadores alinhados. Nada de novo, apenas mais do mesmo.

Os discursos iniciais, tanto do senador Jorginho de Santa Catarina, e do presidente do PL Waldemar da Costa Neto, foram menos expressivos do que se esperava, se restringido a dar boas-vindas a Bolsonaro.

Perdeu-se a chance de apresentar aos presentes, e todos os telespectadores, um vislumbre de planejamento para o país, como fizeram os demais filiados deste mês: Moro, Tebet e Pacheco.

Por fim, a fala de Bolsonaro. Ele ressaltou a grandeza do nosso país, falou sobre fé, amor pela Pátria e a necessidade de manter a união em busca de um Brasil melhor.

Contudo, o que mais causou espécie, foi que ele se referiu a ministros, os quais sabemos estão fazendo um trabalho exemplar, bem diferente de tantos outros. E justamente por isso, todos nós, brasileiros, esperávamos que eles continuassem no comande de suas pastas, exercendo o bom trabalho que fazem.

Bolsonaro PL

O PL é o nono partido dentro da carreira do atual presidente. Foto/Reprodução

Entretanto, Bolsonaro fez acenos que estes ministros poderiam ser candidatos ao governo de estados da federação. Justamente nos locais em que o Presidente precisa de auxílio eleitoral, como São Paulo, por exemplo.

Ora, o que depreendemos daí? Depreendemos que o presidente, para atender aos seus interesses eleitorais está disposto a sacrificar estas pastas dos ministérios, onde o trabalho é bom, na busca de um bom resultado em votos para ele, ou um palanque onde ele não tem penetração.

Mais uma vez, Bolsonaro pensa em si e não no país. E o Brasil perde assim ministros competentes para que ele, Bolsonaro, ganhe mais votos. E isto ficou mais claro ao final do seu discurso quando ele cumprimentou Arthur Lira, do PP, Presidente da Câmara e só depois Waldemar do PL.

É que Lira é mais um caso de interesse pessoal do Presidente, porque é a Câmara com o orçamento secreto e a barreira de todos os impeachments que é a garantia política e econômica que ele mais precisa.

Quem falou finalizando o evento foi o senador Flávio Bolsonaro. Um discurso de ataque e ofensas a alguns candidatos. Lula foi ofendido e Moro também. Se frente ao público e à TV, as ofensas já acontecem , imaginem o que virá nas mídias sociais.

Aliás, Lula, pelas pesquisas estará no segundo turno, mas quem mais atemoriza Bolsonaro é Moro. Taí, o inimigo número um do bolsonarismo para o pleito que se avizinha.

Por fim, como disse, novembro chegou ao seu final. O quadro político começa a se formar e no início de janeiro tudo estará a todo vapor, com vistas às eleições de 22.

Pelo soar dos tambores, a campanha desta eleição será acirrada. Pedimos apenas que todos fiquem em cima das propostas para o país, porque esquecer delas para se ater às ofensas aos adversários não vai levar nossa Pátria ao caminho que ela merece estar.

Veremos …

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante

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